Politécnico da Guarda critica alteração de regras na admissão de alunos estrangeiros

O presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Joaquim Brigas, criticou hoje a alteração de regras na admissão de estudantes estrangeiros e pediu ao Governo que reverta a decisão que entrou em vigor este ano letivo.

“Até agora podíamos admitir estudantes internacionais até mais 30 por cento do que o total de vagas. Agora têm de caber no total de vagas atribuídas. Ou seja, nas sobrantes do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior”, explicou o dirigente à agência Lusa.

Joaquim Brigas considerou que se trata de “uma decisão difícil de entender” e que prejudica sobretudo as instituições do interior.

“Só depois de concluído o concurso é que sabemos os estudantes que podem ser admitidos. Isto prejudica todo o país, porque precisamos de gente jovem no território nacional e precisamos também de imigrantes qualificados”, sustentou.

Para Joaquim Brigas, “com o ensino superior há uma vantagem enorme, porque há todo um processo de aculturação durante o processo que demora a formação”.

“São formados com os mesmos padrões que todos os estudantes nacionais e no final há sempre uma percentagem que fica”, evidenciou.

O presidente do IPG sublinhou que “é mão-de-obra qualificada e a nível nacional há uma necessidade muito grande de ter imigrantes, seja para trabalhar seja para estudar”.

“Neste caso do interior é ainda mais necessário face à desertificação que se verifica nestes territórios de baixa densidade”, reforçou.

Joaquim Brigas pediu à secretária de Estado da Igualdade e Imigração, que na quarta-feira esteve no IPG para inaugurar o Centro Local de Apoio a Migrantes, que interceda junto do Governo para que seja revertida a política de admissão de estudantes estrangeiros.

Defendeu que “nas cidades do interior serão menos uns milhares de imigrantes integrados e aculturados da melhor maneira possível”.