Dados do livro ‘Seitas: mito e realidade’, de Luis Santamaría del Río, investigador da Rede Ibero-Americana de Estudo das Seitas (RIES).
“Mais de 2% dos portugueses pertencem a seitas”, o que representa mais do dobro da percentagem de outros países europeus, como por exemplo, Espanha, revela o livro ‘Seitas: mito e realidade’, de Luis Santamaría del Río, investigador da Rede Ibero-Americana de Estudo das Seitas (RIES).
Segundo o escritor, há dois exemplos concretos da presença de seitas em Portugal: A “expansão”, a partir da década de 1980, da Igreja Universal do Reino de Deus e, mais recentemente, “o caso da morte e sepultamento de um bebé na comunidade do Reino de Pineal”.
Contudo, “a realidade das seitas [em Portugal] vai muito além destes exemplos que provocam uma atenção momentânea do fenómeno, mas que rapidamente são esquecidos”, segundo Luis Santamaría del Río.
“Nos países ocidentais estima-se que cerca de 1% da população pertence a seitas […]. Se aplicássemos esta cálculo a Portugal estaríamos a falar de cerca de 100 mil portugueses em seitas, mas a realidade é que há mais”, realça no livro o investigador.
Segundo estatísticas fornecidas pelos próprios grupos religiosos, “em Portugal existem 51.334 testemunhas de Jeová, 46.849 Mórmons e 11.054 Adventistas do Sétimo Dia”, o que dá “um total de 109.237” só nestes três grupos.
Se somarmos estes números aos da Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja Maná, que têm mais de 100 locais de culto espalhados pelo país, bem como outros cultos “orientais, esotéricos, religiosos”, entre outros, a percentagem de seguidores de seitas é superior à europeia.
“Posso afirmar sem medo de errar que mais de 2% dos portugueses pertencem a uma seita”, afiança o escritor num comunicado partilhado no site da Ries.
Além destes dados, que Luis Santamaría del Río considera serem “preocupantes”, o livro explica o que é uma seita, os tipos de seita, os danos sofridos pelas vítimas e até deixa alguns conselhos sobre como agir quando um familiar ou amigo é recrutado por uma seita.
O último capítulo do livro apresenta 10 mitos sobre as seitas, como o de que são todos grupos religiosos e que só atraem pessoas “fracas e perturbadas”.