Pai e três filhos vão começar a ser julgados por homicídio na Figueira da Foz

Close up on the scales of justice on a small bronze statue over a blue background with copy space conceptual of law and order

O Tribunal de Coimbra começa a julgar na quinta-feira um pai e três filhos da Figueira da Foz acusados de matar um homem e esconder o corpo em 2022, sendo ainda acusado um outro filho por omissão de auxílio.

Estes quatro arguidos são acusados pelo Ministério Público de um crime de homicídio qualificado e um crime de profanação de cadáver, já o outro filho é acusado de omissão de auxílio e detenção de arma proibida.

Os cinco arguidos, que se encontram presos preventivamente, viviam todos no bairro de Brenha, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, os arguidos terão engendrado um plano para matar a vítima, depois de ter desaparecido droga, “em quantidade e qualidade não concretamente apuradas, quatro caçadeiras e uma carabina”, que o pai guardava num terreno.

O patriarca da família suspeitava que a vítima seria o autor do furto.

De acordo com o Ministério Público, a vítima deslocava-se frequentemente ao bairro para comprar droga e já tinha trabalhado para o arguido, tendo conhecimento de onde este guardava a droga e as armas de fogo.

Na concretização do plano, os quatro arguidos terão atraído a vítima até ao bairro de Brenha a 22 de agosto de 2022, por volta das 22:00.

Quando o homem chegou ao bairro, pai e filhos terão alegadamente agredido a vítima, com recurso a pontapés e murros, junto a uma viatura de cor branca, na qual mais tarde o forçaram a entrar, novamente com recurso à violência.

A acusação refere que a vítima terá morrido dentro da viatura, depois de os arguidos lhe baterem com um objeto não apurado, mas em tudo semelhante a um pau.

Mais tarde, o pai e os três filhos deslocaram-se na carrinha até uma zona isolada do Vale do Pranto, tendo amarrado o corpo da vítima a um tijolo salobro maciço de 23 quilos, com uma corda de nylon atada à cintura do falecido, afundando-o numa vala de regadio.

O Ministério Público nota que, apesar da intenção de fazer desaparecer o corpo, este imergiu parcialmente a 27 de agosto de 2022, ficando o braço direito de fora de água.

O único filho que não é acusado de homicídio qualificado, é suspeito de ter assistido às agressões e de ter conhecimento do plano.

Posteriormente, em outubro, na sequência de um mandado de busca, foi encontrada a bicicleta da vítima junto à habitação dos arguidos e foram encontrados vestígios com o perfil genético do falecido no interior da viatura utilizada para o crime.

O pai tem 64 anos de idade e os filhos têm idades compreendidas entre os 23 e os 42 anos de idade.

O julgamento terá início às 09:30.