Detidas três ativistas climáticas na Faculdade de Psicologia de Lisboa

Ativistas dizem ter sido detidas “durante uma palestra”. PSP diz que incorreram em “desobediência”, ao não acatar ordens para abandonar o local. Ao longo desta semana, elementos do movimento Greve Climática Estudantil têm pernoitado em várias faculdades, manifestando-se pelo fim do uso de combustíveis fósseis.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve, esta quarta-feira, na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa (FPUL), três jovens ativistas, numa semana em que elementos do movimento Greve Climática Estudantil têm pernoitado em várias faculdades.

Conforme a TVC apurou junto da PSP, a ocorrência deu-se, inicialmente, quando um grupo de 15 pessoas foi alertado para o crime de introdução em local vedado ao público em que estariam a incorrer, ordenando que abandonassem o local.

Dessas 15 pessoas, três jovens não acataram as ordens, pelo que acabaram detidas pelo crime de desobediência.

O movimento Greve Climática Estudantil enviou, esta quarta-feira, um comunicado às redações a dar conta do acontecimento, dizendo que a polícia realizou as detenções “durante uma palestra sobre ação climática que quase 80 estudantes estavam a assistir”. “Duas estudantes foram detidas por estar a dar a palestra. A outra estava apenas a assistir”, explica o movimento, referindo que as detidas foram “arrastadas” até “várias carrinhas da polícia à porta da faculdade”.

“Nesta semana está-se a normalizar uma repressão da luta estudantil de uma dimensão que não se via há décadas. Como é possível estudantes que apenas estão a tentar lutar pelo seu futuro serem detidas? Este é um precedente assustador no que toca à repressão da liberdade de expressão e direito à manifestação”, diz André Matias, porta-voz do núcleo pelo Fim ao Fóssil da FPUL, citado no comunicado.

O movimento Greve Climática Estudantil afirma ainda que “os estudantes estão desde segunda-feira a fazer ações nas escolas para reivindicar o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, de modo a garantir que este é o último inverno em que gás fóssil é utilizado para produzir eletricidade em Portugal”.

Foi ainda convocada uma “vigília de solidariedade” frente à esquadra da PSP do Campo Grande.