Centro para as Migrações do Fundão vai ter nova ala com 24 quartos

O Centro para as Migrações do Fundão, a funcionar no antigo seminário da cidade, viu aprovada uma candidatura ao Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) para a requalificação de uma nova ala, com mais 24 quartos.

Segundo a vereadora com o pelouro da Ação Social, Inclusão e Igualdade na Câmara do Fundão, Alcina Cerdeira, trata-se de um investimento de 634 mil euros, comparticipado em 75%, que vai permitir acolher mais 32 a 35 migrantes em 24 quartos.

“Esta nova ala vem aumentar a nossa capacidade de resposta e o nosso objetivo é continuar a acolher”, sublinhou, em declarações à agência Lusa, a autarca.

Alcina Cerdeira realçou que essa zona do antigo seminário do Fundão está muito degradada e a requalificação dessa área vai permitir albergar mais gente no Centro para as Migrações, onde atualmente residem cerca de 250 pessoas.

O prazo de execução da obra é de 240 dias e o período para a entrega de propostas decorre até 18 de dezembro.

A autarca espera que até ao final do ano seja possível adjudicar a empreitada.

Uma parte do edifício tinha sido alvo de intervenção, no valor de 900 mil euros, também no âmbito de uma candidatura ao FAMI, para acolher cem pessoas oriundas da Ucrânia.

A vereadora acentuou que o investimento vai ao encontro da política do município enquanto “terra de acolhimento” e, além “da perspetiva humanitária”, a autarquia pretende também atrair mão-de-obra para dar resposta às necessidades da região, tanto de pessoas altamente qualificadas como de outras que recebem formação em diferentes áreas onde há procura e possibilidades de empregabilidade.

Ainda de acordo com Alcina Cerdeira, residem no Fundão pessoas de 70 nacionalidades e a região pretende continuar a receber migrantes também para tornar o território mais competitivo, uma vez que o concelho tem “um índice de envelhecimento de 328” e tem perdido população.

Os migrantes são apoiados por uma equipa multidisciplinar que faz o acompanhamento em vários domínios e ajuda na integração e no processo de autonomização dos residentes, além de monitorizar quando já se encontram a trabalhar e nas sua próprias casas.

O Centro de Migrações do Fundão, no distrito de Castelo Branco, contempla uma residência para requerentes de asilo e para refugiados, por onde já passaram cerca de 300 pessoas.

O edifício tem ainda em funcionamento uma residência para alunos estrangeiros e uma residência para trabalhadores temporários, com capacidade para cem a 120 pessoas.