A Câmara de Belmonte pretende remodelar o Museu dos Descobrimentos, o Ecomuseu do Zêzere, o Castelo da vila e fazer uma “pequena intervenção” no Museu do Azeite, num investimento global de cerca de 850 mil euros.
A informação foi adiantada à agência Lusa pelo presidente do município, António Dias Rocha, que prevê ter os processos concluídos até maio, para entregar as candidaturas a fundos comunitários.
Segundo o autarca socialista, as obras no Museu dos Descobrimentos vão rondar os 400 mil euros, a candidatura do Ecomuseu do Zêzere será na ordem dos 250 mil euros, reformular a estrutura museológica do Castelo representa um investimento de 150 mil euros e a intervenção no Museu do Azeite 50 mil euros.
Dias Rocha aludiu à evolução nas novas tecnologias, à importância de incorporar novas soluções, disse que os espaços “vão ter uma imagem diferente, nomeadamente na parte dos equipamentos” e que é necessário “modernizar” os museus de Belmonte (distrito de Castelo Branco).
“Também haverá pequenas alterações de programação e serão feitas remodelações nos espaços que precisarem”, disse o autarca, segundo o qual as estruturas, apesar de disporem de elementos interativos e integrarem tecnologia, “era altura de terem uma lavagem” e alguns conteúdos e equipamentos novos.
O presidente da Câmara de Belmonte destacou a importância dos museus e do turismo para a vila, tal como dos “muitos visitantes”, e salientou a importância de criar condições para tornar esses espaços e a localidade “mais atrativos”.
Dias Rocha mencionou os alunos de muitas escolas de todo o país que visitam Belmonte, tal como muitos estrangeiros.
Um dos propósitos das alterações previstas é também fazer com que quem já visitou os museus tenha vontade de o voltar a fazer e ter uma nova experiência.
As obras estão previstas depois de já ter sido reformulado o Museu Judaico de Belmonte, onde existe uma comunidade há “mais de 600 anos” e a presença de uma sinagoga.
Dada a importância do turismo na vila, o autarca quer também criar condições para aumentar o tempo de permanência dos visitantes de 1,5 dias “para o dobro”.
“Também precisamos de mais camas, tem de se fazer esforço no sentido de tentar mobilizar empresários que queiram acreditar nas potencialidades do nosso concelho e que venham investir, proporcionando novas condições, desde terrenos à melhoria do não pagamento de alguns dos impostos municipais que temos”, acrescentou Dias Rocha.
O autarca frisou que, após a pandemia, se verificou uma retoma no turismo, apesar da guerra entre Israel e a Palestina, que afastou muitos visitantes judeus.
“Estamos a ser cada vez mais procurados”, afirmou Dias Rocha.
No primeiro trimestre deste ano os sete museus de Belmonte registaram a visita de 21 mil pessoas, a maioria das estrangeiras provenientes do Brasil, Estados Unidos da América e Espanha, com uma quebra de turistas israelitas.
Em 2023 os museus da vila registaram um aumento de 28% no número de visitantes, face ao ano anterior, com 109 mil entradas, apesar de vários cancelamentos a partir de outubro devido à guerra no Médio Oriente.
A expectativa é que se atinjam os números pré-pandemia, em 2019, ano em que 139 mil turistas entraram nos museus.