O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores responsabilizou hoje o Governo pelo desenrolar dos protestos diante da Assembleia da República, em Lisboa, que ultrapassaram os limites inicialmente estabelecidos. Centenas de manifestantes invadiram a escadaria do parlamento, forçando a intervenção da polícia.
Segundo Ricardo Cunha, presidente do sindicato, o Governo “falhou” ao não cumprir compromissos assumidos em 2023, como a valorização salarial das carreiras da Função Pública com retroatividade a janeiro de 2023. “Os bombeiros sapadores foram das classes mais prejudicadas, com uma perda significativa de poder de compra. Em 2002, ganhavam 2,5 vezes o salário mínimo nacional, hoje, recebem apenas 50 euros a mais que o SMN”, lamentou o líder sindical.
O protesto, que começou de forma pacífica, intensificou-se após a ausência de resposta por parte do Governo às reivindicações da classe, incluindo a regulamentação do horário de trabalho, a reforma aos 50 anos e a implementação de um regime de avaliação específico.
Manifestantes incendiaram pneus e queimaram uniformes em frente ao parlamento, enquanto gritavam “vergonha” e carregavam um caixão branco, simbolizando o “funeral” da classe. A polícia reforçou a sua presença, mas o sindicato continua a culpar o Governo pela escalada do protesto.
A direção do sindicato anunciou que se reunirá para discutir o que correu mal e as possíveis repercussões para os bombeiros envolvidos.