A estreia do espectáculo “Um Sonho”, de August Strindberg, inicialmente marcada para 27 de Novembro em Coimbra, foi adiada uma semana devido a motivo de doença. A nova data de apresentação está agora fixada para 4 de Dezembro, mantendo-se a temporada até 14 de Dezembro, sempre de quinta a domingo. Os espectadores que já tinham adquirido bilhetes podem solicitar a devolução do valor pago ou remarcar para qualquer um dos restantes dias.
Escrita em 1901 e levada à cena pela primeira vez em 1907, a peça é considerada uma das obras mais emblemáticas do dramaturgo sueco. Strindberg procurou nela traduzir para linguagem teatral a lógica própria dos sonhos, onde tudo é possível e verosímil, onde o tempo e o espaço se dissolvem e onde recordações, acontecimentos, invenções e absurdos se entrelaçam. “Um Sonho” apresenta múltiplas histórias e fragmentos narrativos, com personagens que coexistem em diferentes tempos e lugares, compondo um olhar profundo sobre a condição humana.

Nesta quarta co-produção entre A Escola da Noite (Coimbra) e o Cendrev (Évora), as companhias revisitam temas intemporais — do amor ao individualismo, da pobreza às desigualdades, da liberdade à guerra, da doença ao sofrimento — reflectidos nas figuras que percorrem o texto. A personagem A Filha, eixo central da obra, sintetiza essa visão quando afirma repetidamente: “Os seres humanos metem dó.”
Com encenação e dramaturgia de António Augusto Barros, o espectáculo reúne intérpretes das duas companhias: Ana Meira, Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Ivo Luz, Jorge Baião, José Russo, Maria Marrafa, Maria Quintelas, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash e Rosário Gonzaga. A tradução utilizada é a realizada por Cristina Reis, Luís Miguel Cintra e Melanie Mederlind para o espectáculo do Teatro da Cornucópia, em 1998, agora gentilmente cedida. O espaço cénico é assinado por João Mendes Ribeiro, Luísa Bebiano e António Augusto Barros; os figurinos e adereços por Ana Rosa Assunção; a composição musical e preparação vocal por Carlos Meireles; o desenho de luz por António Rebocho; e as paisagens sonoras por Carlos Meireles e Zé Diogo.