O Instituto Politécnico da Guarda promove no dia 18 o primeiro Congresso Internacional de Proteção Civil e Média, focado nas falhas da proteção civil e na gestão da comunicação em situações de crise.
Num comunicado enviado à agência Lusa pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG), os promotores do congresso sublinham serão debatidas “as falhas de comando e de controlo existentes no país, uma vez que os profissionais no terreno têm dado provas das suas capacidades”.
André Inácio, investigador universitário na área da segurança e membro do conselho científico do congresso, defende que a falta de planeamento, ausências de coordenação, falhas de transparência e responsabilidades hierárquicas difusas são os principais problemas no funcionamento da proteção civil em Portugal.
“Apesar da boa formação e capacidade de resposta atempada, grande parte dos processos são concretizados de forma primária e ineficaz devido a conflitos na gestão e a má alocação dos recursos”, afirmou André Inácio.
Pedro Simões, docente do IPG, doutor honoris causa em Proteção Civil e Segurança e organizador da conferência, realçou que os problemas da proteção civil são agravados pela dispersão das estruturas, a qual diminui a autonomia e o poder de ação das unidades.
“Em Portugal olha-se para o perigo das catástrofes ‘à posteriori’, quando devia haver uma preocupação ‘à priori’, através do aumento das medidas de prevenção”, afirmou.
Um dos painéis do congresso aborda o investimento na literacia das populações e na preparação dos seus comportamentos, tanto na prevenção, como na reação às catástrofes.
“Tem de haver educação para a cidadania nas escolas, desde tenra idade, e o poder local e os média devem mobilizar e preparar os cidadãos para que saibam, pelo menos, reportar as ocorrências”, defendeu Pedro Simões.
Para o coordenador deste congresso, “a proteção civil deve ser entregue a profissionais, mas a prevenção é um trabalho de todos”.
Serão ainda abordados temas como a investigação criminal, a gestão de desastres e a história das catástrofes.
O IPG destacou que a iniciativa contará com a participação de investigadores de referência a nível mundial, como o espanhol Gabriel Galdón López, professor catedrático jubilado da Universidade de San Pablo CEU, ou Olinda Suárez de Navas, professora da Universidade Grendal, em Miami, na Florida.
O presidente do IPG, Joaquim Brigas, salientou que as questões abordadas neste congresso inserem-se na linha académica da instituição que disponibiliza oferta formativa especificamente orientada para qualificar e valorizar os profissionais da Proteção Civil.
O IPG tem um curso técnico profissional (CTeSP) em Riscos e Proteção Civil e uma pós-graduação em Média e Proteção Civil, em parceria com a Escola Nacional de Bombeiros.