António Breda de Carvalho doou coleções dos jornais locais dos últimos 37 anos.
O professor e escritor António Breda de Carvalho decidiu doar ao Município da Mealhada
as coleções dos jornais Correio do Cértima, Mealhada Moderna e Jornal da Mealhada, que
tinha na sua posse e que retratam a história e a atualidade do concelho e da região desde
1987.
Este vasto conjunto de jornais que o escritor mealhadense deixará ao serviço da comunidade
integra uma coleção do Jornal da Mealhada (III Série: n.º1, julho de 1987, ao n.º 1176, setembro de 2024), a coleção completa do jornal Mealhada Moderna (N.º 0, agosto de 2000, ao n.º 458, setembro de 2012, e números 1 (agosto de 1987) a 4 (dezembro de 1987) do jornal Correio do Cértima.
A assinatura do auto de entrega decorreu no passado dia 30 de setembro, no salão nobre dos
Paços do Concelho, na presença do doador e do presidente e da vice-presidente da Câmara da
Mealhada.
Este conjunto documental ficará sob a custódia do Arquivo Municipal da Mealhada e a sua
utilização será sujeita aos regulamentos internos, podendo ser objeto de todo o necessário
tratamento técnico-arquivístico no que respeita à conservação, acessibilidade e sua
comunicação.
António Breda Carvalho comentou, naquela ocasião, que “esta doação faz todo o sentido”,
justificando que “esta é a minha terra e é um gosto para mim disponibilizar estas marcas da
nossa história recente”.
António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, agradeceu o gesto deste cidadão por “partilhar uma parte significativa da história do nosso concelho. Eu, a Câmara e os munícipes da Mealhada ficamos agradecidos com tamanha oferta ao nosso Município”, declarou.
António Breda Carvalho nasceu na Mealhada, em junho de 1960. Publicou várias obras,
incluindo estudos regionais, e foi distinguido com inúmeros prémios literários de conto e de
romance, entre os muitos já publicados.
Refira-se que o escritor está, neste momento, a preparar, com o apoio da Câmara da Mealhada, a edição de uma publicação baseada na compilação da obra literária de Maria da Nóbrega Araújo, uma das mulheres mais progressistas do início do século XX. Nascida em 1875, na Mealhada, dominava com segurança a arte de bem escrever português, possuindo uma formação cultural alicerçada nos clássicos, tendo iniciado a sua carreira literária no Jornal O Bussaco, em 1902.