O bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, congratulou-se hoje com a inscrição de mais de 14 mil peregrinos, de 60 nacionalidades, nos “Dias nas Dioceses”, um encontro que antevê marcante para a cidade e para a diocese.
“Vai ser um encontro marcante para a cidade e para a diocese. Não tenho conhecimento de um acontecimento, organizado pela Igreja Católica, aqui no nosso contexto, que tenha esta dimensão, nem esta adesão, nem esta organização”, sublinhou.
Em declarações à agência Lusa, D. Virgílio Antunes admitiu que inicialmente não sabiam se Coimbra tinha uma marca com força suficiente para que os peregrinos a selecionassem para participar nos Dias nas Dioceses.
“Foi uma belíssima e agradável surpresa. Coimbra é uma marca forte, tem uma universidade histórica, é uma cidade bonita”, referiu.
No seu entender, Coimbra tem também, do ponto de vista católico, “alguns aspetos importantes, como é o caso do conhecimento da Irmã Lúcia, à escala universal”.
A vidente de Fátima recolheu-se, em 1948, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, onde adotou uma vida de recolhimento dedicado à oração e ao sacrifício.
Anexo ao Carmelo de Santa Teresa, foi criado o Memorial Irmã Lúcia, um pequeno museu que dá a conhecer a sua vida, essencialmente enquanto Carmelita, e onde estão expostos alguns dos seus objetos pessoais.
“Há muitos peregrinos de algumas regiões do mundo, particularmente da Europa, que têm também esse atrativo. E é o centro do país também, próximo de Lisboa e próximo de Fátima”, acrescentou.
A juntar a todos estes fatores, acresce o facto de Coimbra ser uma cidade universitária, “por onde passam ou já passaram muitos jovens”, de diferentes nacionalidades.
“Tudo isto se conjugou e é muito feliz que a gente possa ter aqui gente de 60 nacionalidades, dos cinco continentes, e unidas numa mesma causa”, apontou.
À Lusa, D. Virgílio Antunes disse ainda que está convicto de que Coimbra está bem preparada para receber os mais de 14 mil peregrinos.
“O Comité Organizador Diocesano é composto de gente absolutamente capaz, credenciada, dinâmica, com ideias, com boa estrutura, como se tem visto, aliás, em tudo aquilo que tem vindo a fazer. Portanto, estamos nas melhores mãos”, sustentou.
Os “Dias nas Dioceses” no concelho de Coimbra decorrem de 26 a 31 de julho, tendo por objetivo a integração dos jovens de todo o mundo nas comunidades paroquiais.
São organizados pelo Comité Organizador Diocesano (COD) de Coimbra da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e contam com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra.
Terão como ponto alto o “For God Shake Festival” que, no dia 29 de julho, deverá juntar cerca de 20 mil peregrinos na Praça da Canção.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O primeiro encontro aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado, nos moldes atuais, por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição deste ano esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJ Lisboa 2023, no dia 23 de outubro de 2022 no Vaticano.