A Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova aprovou, esta terça-feira, em reunião extraordinária do executivo, um parecer relativo ao projeto da nova Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa, que atravessará o município, em que rejeita “veementemente” uma das propostas de traçado, por ser a que obriga a um maior número de demolições, e propõe o estudo de uma nova alternativa que evite demolir as construções existentes.
“Um investimento desta natureza, estratégico para o desenvolvimento do país e para a descarbonização dos transportes, obriga naturalmente a alguns sacrifícios, sabemos que necessariamente terá impactos, mas cabe-nos defender a melhor solução para as nossas populações e para o nosso território, e no nosso entendimento é possível uma nova alternativa aos três traçados propostos que evite demolir as casas”, defende Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova.
O edil acrescenta que “a Câmara está ao lado das pessoas e disponível para trabalhar na defesa do interesse da população, seja nesta fase prévia, em que fomos ouvir a população em sessões de esclarecimento público e disponibilizamos todo o apoio necessário para que possam participar na consulta pública, quer posteriormente, no apoio e aconselhamento durante as expropriações de terrenos, para que sejam conduzidas com justiça e boa fé”.
Em fase de consulta pública, até 31 de julho, estão três alternativas de traçado para o troço Soure / Aveiro (Oiã) da Linha de Alta Velocidade, atravessando a freguesia de Anobra, Ega e Sebal.
A posição da Câmara de Condeixa rejeita “veementemente a alternativa 2 do trecho centro, por ser a solução com maior impacto na população, nomeadamente através da demolição de um maior número de habitações e anexos, de equipamentos sociais, como a capela e a associação que são parte da identidade daquela população” dos lugares de Casal de Carrito e de Alvogadas.
A autarquia propõe que seja elaborado um “estudo de uma alternativa”, no sentido de “evitar demolir as construções existentes nas povoações de Alvogadas e Casal Seco”.
O parecer do Município de Condeixa defende ainda que, na fase de desenvolvimento do projeto de execução do projeto, sejam feitos “novos estudos acústicos e de vibração, de modo a garantir que são adotadas todas as medidas de minimização do ruído e de vibrações nas áreas urbanas, mas também em áreas de grande sensibilidade ambiental como é o Paul de Arzila” e atualizada a cartografia base.
No mesmo parecer, o executivo reclama um conjunto de compensações como contrapartida para os impactos no território provocados pelo atravessamento da linha de comboio, sem que haja um acesso efetivo da população à nova infraestrutura.
A execução do protocolo para a melhoria de acessibilidade do IC2, o apoio à construção da expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego na ligação Coimbra – Condeixa-a-Nova e o reforço das verbas a transferir para o Município destinadas a assegurar o financiamento dos serviços públicos de transportes de passageiros são algumas das compensações defendidas.
Promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente, a Consulta Pública do projeto da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa (Fase 1) – Lote B Troço Soure / Aveiro (Oiã) decorre até ao próximo dia 31 de julho. Os interessados podem participar através do site https://participa.pt/pt/consulta/linha-ferroviaria-de-alta-velocidade-entre-porto.
Para consultar os traçados em estudo e em discussão pública, os interessados devem consultar o site https://sig.cm-condeixa.pt/Html5ViewerExterno/Index.html?configBase=https://sig.cm-condeixa.pt/MuniSIG/Internet/REST/sites/Propostas_Rodovirias/viewers/PropostaRodoviaria/virtualdirectory/Resources/Config/Default