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Condeixa-a-Nova: Autarca de Condeixa pede mais apoios para os municípios no próximo Orçamento de Estado

O presidente da Câmara Municipal de Condeixa, Nuno Moita, traça um conjunto de medidas que pretende ver asseguradas no Orçamento de Estado de 2024, nomeadamente a revisão da Lei das Finanças Locais que permita, entre outros, o reforço das verbas para os municípios.

“É urgente que se aprove uma nova Lei das Finanças Locais, com o necessário reforço das verbas transferidas para os municípios a partir das receitas dos principais impostos, e que sejam repostos os valores do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) diminuídos desde a intervenção da troika, sob pena de caminharmos para situações de quase ingovernabilidade”, afirma Nuno Moita, edil de Condeixa.

A poucas semanas da apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2024 na Assembleia da República, Nuno Moita elenca várias medidas que gostaria de ver contidas no documento em favor dos municípios e dos autarcas locais, em linha com o que vem sendo defendido pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

“As autarquias têm reforçado significativamente o seu papel no serviço público que prestam às populações, mas continuam a merecer o mesmo tratamento dentro de todo o aparelho do Estado”, lamenta o presidente da Câmara de Condeixa, apontando o exemplo do Estatuto dos Eleitos Locais “que é uma lei de 1987 que ainda não beneficiou de uma profunda revisão”, bem como do corte de 5% na remuneração dos autarcas “que se mantém desde há 13 anos, sem qualquer justificação”.

Em 2024, Nuno Moita espera que seja mantida a regra introduzida no Orçamento de Estado de 2023 que permitiu aumentar a capacidade de endividamento dos Municípios e que, neste contexto de inflação, se altere a atual regra de equilíbrio orçamental para enfrentar os problemas decorrentes da subida generalizada de preços. Destaca ainda a necessidade de rever os valores da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) para “níveis comportáveis”.

Além disso, “é indispensável a concretização da medida de apoio à reabilitação das vias municipais e infraestruturas desportivas para que possamos manter e assegurar as condições mínimas de conservação dos nossos equipamentos e das nossas estradas”, acrescenta.

Contribuindo para uma proposta que satisfaça as necessidades das autarquias e dos eleitos locais, Nuno Moita propõe ainda o “fim da comparticipação dos municípios para a ADSE, em linha com a solução prevista para a generalidade dos empregadores públicos, e que se traduzem em 80 milhões de euros que anualmente saem dos cofres das Câmaras Municipais para o subsistema de saúde da ADSE.

A simplificação da tramitação processual das questões relativas à descentralização de competências e a melhoria das condições financeiras associadas, especialmente nas áreas da Saúde e da Educação, bem como a redução do IVA da eletricidade e das refeições escolares para a taxa reduzida (6%) e o fim da contribuição para audiovisual dos equipamentos e serviços municipais são outras das medidas defendidas pelo presidente da Câmara Municipal de Condeixa.

Câmara recebe alunos Erasmus da Escola Secundária Adolfo Portela

Estudantes e professores de vários países estão esta semana em Águeda para participarem num vasto programa de atividades lúdico-pedagógicas.

A Câmara Municipal de Águeda recebeu, ontem, uma comitiva de alunos de Erasmus e professores que estão esta semana na Escola Secundária Adolfo Portela (ESAP) para participar num projeto de intercâmbio.

Nesta sessão simbólica, que decorreu no Salão Nobre, Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal, Edson Santos, Vice-Presidente, e Marlene Gaio, Vereadora da Educação, deram as boas-vindas aos cerca de 70 alunos, acompanhados pelos respetivos professores, oriundos da Croácia, Grécia, Itália, Letónia e Lituânia, e da ESAP, que vão estar a desenvolver atividades de trabalho colaborativo em Águeda.

“Somos uma cidade colorida e a cor é sinónimo de alegria e felicidade; em Águeda gostamos de viver desta forma”, começou por declarar Jorge Almeida, salientando que esta cor e determinação projetam Águeda no mundo. Os vários prémios internacionais, como o mais recente dos LivCom Awards, que elege Águeda como a melhor cidade do mundo para viver (para Municípios entre 20 e 75 mil habitantes) são exemplo dessa referência mundial atribuída a Águeda.

A par desta visibilidade e reconhecimento internacionais, o Presidente da Câmara de Águeda salientou a importância do tecido empresarial do concelho, enquanto oportunidade para os jovens no mercado de trabalho.

“Pensa global, aprende a ser um empreendedor na Europa” é o tema de uma semana de intercâmbio escolar – entre 18 e 22 de setembro – que inclui um programa cultural, desportivo e social. Com o “slogan” de ação “Respeitamos a diferença”, os alunos vão também conhecer alguns projetos exemplos de inclusão social.

No âmbito Erasmus (este ano focado no empreendedorismo), o objetivo é que os alunos, durante os intercâmbios, construam modelos de negócios, sendo que em Portugal o foco será a inclusão, nomeadamente de pessoas com incapacidades, imigrantes e refugiados.

O produto final do projeto, que se prevê estar pronto em agosto de 2025, consiste num livro, que irá incluir um texto sobre o Município, as suas características diferenciadoras e inovadoras, bem como a descrição dos modelos de negócios que os alunos vão construir nos vários países parceiros.

A par deste livro, está prevista a realização de uma conferência, em estilo TEDx, em que os alunos apresentarão os seus modelos de negócio à comunidade escolar e local.

Vítimas de violência doméstica vão ter alojamento em Castanheira de Pera

A Cercicaper — Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, vai criar nove quartos de habitação para mulheres vítimas de violência doméstica até abril de 2024.

A obra, orçada em 272 mil euros, vai ser comparticipada pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) em 231 mil euros, de acordo com o contrato assinado esta tarde, numa cerimónia presidida pela ministra da Habitação, Marina Gonçalves, no âmbito da iniciativa Governo+Próximo Leiria 2023.

“As nove unidades de alojamento destinam-se a mulheres vítimas de violência doméstica, com prioridade a pessoas com deficiência, que têm a possibilidade de trazerem os filhos”, disse à agência Lusa a presidente do conselho de administração da instituição.

Segundo Suzel Santos, nesta resposta social “as mulheres vão poder acompanhar os filhos, porque nestas situações são as vítimas que saem de casa e, muitas vezes, separadas dos filhos”.

A Cercicaper já acompanha “bastantes” mulheres vítimas de violência doméstica, mas ainda não tinha resposta residencial para aqueles casos.

A instituição adquiriu, por 170 mil euros, um edifício de quatro pisos no centro da vila da Castanheira de Pera, junto ao quartel dos bombeiros e da GNR, mas apenas vai afetar àquela resposta social um dos pisos.

Os restantes vão ser usados como habitação gerida pela Cercicaper, de forma que os inquilinos sejam vizinhos das vítimas de violência social e ajudem na sua integração na comunidade.

Para a ministra da Habitação, “esta dimensão de resposta temporária permite acreditar que, verdadeiramente, vamos todos viver de forma plena”.

Marina Gonçalves considerou que esta resposta é “fundamental para permitir a automatização e as respostas diferenciadas e permanentes nos vários instrumentos de política habitacional e de política social”.

Destacando o trabalho em rede do setor social, a governante disse que não é possível ao Governo definir uma estratégia e implementá-la “sem este trabalho em rede, com os municípios e o terceiro setor”.

O concelho de Castanheira de Pera é o mais pequeno no distrito de Leiria em termos populacionais, com 2.647 habitantes, de acordo com os Censos de 2021, tendo perdido 15% da população relativamente aos censos anteriores.

“Têm de esperar”. Há alunos ainda em casa por falta de vagas na escola

Tiago, Félix, Dânia e Odete são algumas das crianças e adolescentes que continuam em casa à espera de vaga numa escola, enquanto as famílias “desesperam” por falta de respostas dos serviços do Ministério da Educação.

Os pais de Maria, Tiago, Letícia, Félix, Dânia e Odete não se conhecem apesar de terem estado, hoje de manhã, nos serviços da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE), em Lisboa, à procura de uma solução para os filhos. Dos funcionários, ouviram todos a mesma resposta: “Têm de esperar”.

As famílias com quem a Lusa falou queixaram-se da falta de vagas para os filhos, que ainda não foram à escola, apesar de o ano letivo ter começado na semana passada. São seis histórias de diferentes regiões de Lisboa e vários níveis de ensino.

Quando Débora Mascarenhas entregou a reclamação e a funcionária lhe respondeu: “Pronto, então está tudo”, a mãe de Félix revoltou-se: “Desculpe lá, mas não está nada tudo, diria mesmo que não está nada. Estamos a 20 de setembro, as aulas já começaram, e o meu filho continua em casa”.

Já fora das instalações, contou a sua história à Lusa. Imigrante em França, decidiu regressar para Portugal, mas esperou que o ano letivo terminasse para não prejudicar Félix com mudanças a meio das aulas.

“Nunca pensei que o mais difícil neste processo fosse encontrar uma escola”, lamentou Débora Mascarenhas, que disse ter tratado da “transferência dentro do prazo”. Os planos da família Mascarenhas previam que Félix estivesse agora numa turma do 9.º ano, em Alverca, mas o rapaz de 14 anos continua em casa.

“Se não há escolas, construam-nas”, defendeu, após mais uma ida infrutífera à DGEstE, onde esteve também na terça-feira, dia em que se deparou com “uma fila de mais de 100 pessoas”.

A Lusa questionou o Ministério da Educação sobre quantos alunos continuam a aguardar vaga numa escola e quais são as zonas do país mais complicadas, mas não obteve respostas até ao momento.

As famílias Siquenique e Candongo atravessam o mesmo problema. Tiago Siquenique e Odete Candongo deviam estar hoje numa sala de aula do 1.º ciclo, mas passaram parte da manhã na sala de espera da DGEStE. Desde que começaram as aulas, na semana passada, vêm os irmãos ir para a escola e sentem-se esquecidos.

Adalberta Candongo trocou Angola por Portugal, para onde veio com os quatro filhos. Fez as inscrições e quando saíram os resultados, em agosto, descobriu que a casula Odete não tinha ficado colocada.

Já esteve várias vezes nos serviços educativos e, há três semanas, fez uma reclamação “ainda sem resposta”: “A única informação que recebo é que tenho de esperar”, contou a mãe viúva, perante o olhar da menina que “era muito boa aluna” em Angola e já devia estar numa escola em Odivelas.

Tiago, também de poucas palavras, disse apenas que “gostava de estar na escola”. À Lusa, a mãe contou que o Tiago tem dificuldades educativas e era suposto estar no 4.º ano.

“Tivemos de vir para aqui porque não atendem o telefone nem respondem aos e-mails. Nem sei para que é que têm telefones!”, lamentou a mãe, numa critica que a Lusa ouviu de todos os pais, que garantiram ter tentado, sem sucesso, ligar dezenas de vezes.

Mas também há crianças em escolas em situações complicadas, como é o caso de Letícia Veríssimo.

Letícia poderá não aparecer nas estatísticas dos alunos sem vaga, porque a menina de 12 anos continua inscrita no seu antigo agrupamento de escolas na Pontinha, que fica agora a quase 60 quilómetros da nova casa, em Setúbal.

A mãe contou que o processo de transferência dos três filhos foi feito no verão, “dentro dos prazos”, mas apenas a filha do meio, de 4 anos, conseguiu vaga num jardim-de-infância em Setúbal. A família Veríssimo ainda não conseguiu creche para o bebé de dois anos nem escola para a menina que passou para o 5.º ano.

“Ela está presa na outra escola, mas nós não temos como a ir levar ou trazer”, contou a mãe Anny Veríssimo, depois de sair da DGEStE com a recomendação de “voltar à escola da Pontinha, porque as funcionárias daqui não conseguem aceder ao processo” da filha.

“O mais frustrante é que eu vou à escola antiga e mandam-me para a DGEStE. Chego aqui e empurram outra vez para lá”, lamentou.

Também Filipa Marinai sente que “existe uma barreira que impede de resolver os problemas”. Soube na terça-feira que a filha Maria tinha ficado colocada numa turma do 7.º ano numa escola no Laranjeiro, em Almada, depois de muitos e-mails e telefonemas.

“Já mudámos de casa e de vida e ela andou sempre no agrupamento Vale Milhaços, mas agora foi colocada numa escola do bairro social. Ontem [terça-feira], depois de receber a notícia, fui à escola e até vi miúdos a fumar droga junto ao portão. Recuso-me a meter lá a milha filha”, contou.

Foi isto que Filipa disse hoje aos funcionários da DGEstE, que a alertaram para os perigos de a menina faltar às aulas: “Disseram que tinha que aceitar, senão iria ter problemas com a CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens) por incumprimento escolar”.

Também Joana Baptista contou uma história complicada. A filha foi vítima de ‘bullying’ e os serviços de pedopsiquiatria aconselharam que deixasse a escola até que, recentemente, sugeriram que a menina regressasse e se inscrevesse na Escola de Mestres, em Alvalade.

A mãe fez o pedido em junho, mas “a única resposta é que o processo está a ser analisado”, contou, depois de ter apresentado hoje “a quinta queixa” na DGEstE, na qual diz que vai religiosamente “todos os dias”.

“A única coisa que me dizem é que tenho de esperar e que a resposta poderá só chegar em dezembro. Queria muito que a minha filha voltasse à escola, até porque lhe ia fazer bem em termos psicológicos”, disse a mãe.

Greve na TSF teve adesão total. “Há dois meses que pagam com atraso”

A adesão à greve na TSF foi total, segundo os delegados sindicais, que consideram que isto espelha o sentimento dos trabalhadores na defesa de aumentos salariais, pagamento pontual de vencimentos e na manutenção da direção de Domingos Andrade.

Num comunicado assinado pelos delegados sindicais, pela comissão mista e pelo Conselho de Redação, os trabalhadores, que estiveram em greve 24 horas, reiteram os motivos do protesto, designadamente o pagamento de salários com atraso há dois meses, a falta de resposta nas negociações sobre aumentos salariais e o apoio à direção liderada por Domingos Andrade.

Lembram que, “ao contrário do que diz a administração em comunicado, há dois meses que a empresa paga os salários com atraso em relação à data habitual”.

“A falta de pontualidade no pagamento dos vencimentos é uma situação grave uma vez que os trabalhadores podem falhar compromissos assumidos junto dos seus bancos com as consequências que isso acarreta: pagamento de juros por incumprimento”, referem.

Outro dos motivos da greve, a primeira em 35 anos de existência da TSF, é a falta de resposta nas negociações sobre aumentos salariais, que começaram em fevereiro.

“A TSF foi a única marca do GMG [Global Media Group] que não rejeitou a última proposta feita pela administração, em junho, e desde aí não recebeu qualquer resposta”, explicam.

No comunicado, os trabalhadores sublinham ainda o “papel determinante” do diretor Domingos Andrade na mudança de instalações do Centro de Produção do Porto, que consideram “decisivo para a TSF”, e a luta deste responsável “pela melhoria de condições de trabalho (…) e pela criação de meios para assegurar a sustentabilidade da empresa”, sem alienar a independência, imparcialidade e confiança.

Insistem ainda na conduta de Domingos Andrade na “defesa intransigente das competências do Conselho de Redação fixadas por lei”.

Os trabalhadores dizem ainda que apenas souberam por comunicado da saída de Domingos Andrade – que foi substituído por Rui Gomes -, sem que tivesse sido auscultado o Conselho de Redação, que por lei deve pronunciar-se sobre a designação ou demissão do/a diretor/a.

Turismo do Centro aplaude proposta de candidatura de Fátima a Património da Humanidade

O Turismo do Centro considerou hoje que o conjunto monumental existente no Santuário de Fátima, no distrito de Santarém, justifica plenamente a candidatura a Património da Humanidade, sugerida pelo historiador de arte Vítor Serrão.

O presidente da entidade que engloba cem municípios, entre os quais Ourém, de que faz parte Fátima, avançou à agência Lusa que o Turismo do Centro “aplaude esta proposta feita pelo professor Vítor Serrão”.

“Na verdade, a qualidade do conjunto monumental e artístico que podemos apreciar no Santuário de Fátima é surpreendente e merece reconhecimento”, afirmou Raul Almeida.

Ao longo de décadas, recordou o responsável do Turismo do Centro, o Santuário “convidou alguns dos melhores artistas nacionais para deixarem o seu cunho no recinto, sob a forma de obras de arte de grande qualidade”.

“Este conjunto monumental justifica plenamente uma candidatura a Património da Humanidade da UNESCO”, sublinhou.

O Centro de Portugal tem já quatro lugares classificados como Património da Humanidade: Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, Convento de Cristo, em Tomar, e Universidade de Coimbra, Alta e Sofia.

“São todos a poucos quilómetros de Fátima, pelo que, a concretizar-se a ideia do professor Vítor Serrão, um percurso pelos cinco lugares com a classificação máxima da UNESCO seria mais um incentivo à sua descoberta em conjunto”, defendeu Raul Almeida.

Assim, a região “beneficiaria muito” com uma candidatura do Santuário de Fátima, até mesmo sem a atribuição do estatuto.

“Mesmo que não fosse aprovada, motivaria novas visitas ao Santuário, com milhares de pessoas a descobrirem as obras de arte que atualmente são pouco divulgadas – incluindo pessoas cuja motivação não é religiosa, mas apreciadores de arte e do património”.

A divulgação associada ao processo atrairia “visitantes que contribuem para a economia local e regional”. 

Caso a classificação fosse consumada, “Fátima entraria no lote restrito de lugares distinguidos pela UNESCO como Património da Humanidade, o que teria consequências na sua promoção em todo o mundo e consequente aumento dos fluxos turísticos”.

Por estas razões, “o Turismo do Centro está, naturalmente, disponível para participar numa candidatura”, caso se concretize.

“A experiência que temos com os quatro lugares classificados demonstra que são um foco muito importante de atração de visitantes, nacionais e estrangeiros, e geram mais-valias para a economia local, regional e nacional”, concluiu o presidente da entidade.

A sugestão de candidatura do conjunto monumental do Santuário de Fátima a Património da Humanidade da UNESCO foi avançada no dia 13 pelo historiador de arte Vítor Serrão, na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.

Na apresentação do livro “Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia”, da autoria de Marco Daniel Duarte, o professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa defendeu que o conjunto formado pela arquitetura, pintura, escultura, vitrais, mobiliário litúrgico e demais arte do Santuário é “uma obra de arte digna de ganhar lugar de destaque no património da humanidade”.

O reitor do Santuário de Fátima recusou comentar a possibilidade de candidatura à classificação pela UNESCO.

Governo abre concurso para 418 camas de cuidados continuados no Centro

O Governo abriu hoje as candidaturas ao concurso para 418 camas de cuidados continuados e paliativos na região Centro.

As candidaturas decorrem nos próximos 30 dias e o investimento nas camas agora anunciadas ascende a 17,6 milhões de euros, referiu o Ministério de Saúde.

Este aviso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é o primeiro no âmbito do investimento na Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados e da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, proporcionando candidaturas do setor social e privado.

Ao todo estão previstas 120 camas em unidade de convalescença, 200 camas em unidade de longa duração e manutenção, e 98 em unidade de cuidados paliativos de menor complexidade, isto é, que funcionam fora de unidades hospitalares.

Este investimento visa “melhorar a cobertura territorial na área dos cuidados continuados e paliativos, assegurando a igualdade de acesso a serviços de qualidade tanto nos períodos de convalescença como em casos em que é preciso um apoio mais prolongado”.

Nos próximos dias vão ser publicados mais avisos que têm como objetivo “reforçar a resposta da região Centro”, designadamente com a criação de camas em Unidades de Dia e Promoção de Autonomia, de camas de saúde mental da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e para as equipas de apoio domiciliário de saúde mental.

De acordo com o Ministério da Saúde, vão ser ainda abertos avisos em todas as categorias para as restantes regiões do país, num financiamento total de mais de 272 milhões de euros.

“O PRR vai permitir alargar e consolidar o investimento que o Governo tem feito nos últimos anos e que permitiu o desenvolvimento das respostas tanto ao nível dos cuidados continuados como dos cuidados paliativos”.

O principal propósito desta reforma é “assegurar um acesso equitativo e em tempo útil a cuidados de qualidade e próximos dos cidadãos”.

Em simultâneo, estes investimentos permitem “aumentar a coesão social, com impacto positivo também a nível ambiental”, visto que as novas construções e reabilitações cumprem várias exigências em termos de eficiência energética.

O financiamento das novas camas foi aumentado em 40% em junho, passando de 30 mil euros para 42 mil euros.

O Governo decidiu subir este valor para “responder ao aumento dos preços das matérias-primas e da mão de obra”, especialmente no que respeita ao setor da construção, que ocorreu em resultado da crise global da energia e da guerra na Ucrânia.

A nível nacional, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados vai ser reforçada com 5.500 lugares de internamento até 2025, passando de 9.552 camas para cerca de 15 mil, o que representa um aumento superior a 55%.

Produtores de mirtilo reúnem-se em Penalva do Castelo para debater mercado europeu

O posicionamento dos produtores de mirtilo em Portugal no mercado europeu será um dos temas centrais do 12.º encontro destes profissionais com a participação de especialistas portugueses, italianos e marroquinos, disse hoje à agência Lusa um responsável.

“Vamos debater o mercado e o nosso posicionamento, enquanto Portugal, no mercado europeu e, para isso, teremos contributos de especialistas nacionais e ainda de um italiano e outro marroquino, que são os nossos concorrentes”, adiantou o presidente da Associação Nacional de Produtores de Mirtilo (ANPM), Carlos Adão.

O 12.ª encontro nacional de produtores deste fruto vai realizar-se em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, entre 27 e 28 de outubro.

“Espanha, que tem uma janela de oportunidade um bocadinho antes da nossa, e, depois, Itália e Marrocos são países que têm um peso significativo na exportação e, por isso, importa falarmos e percebermos a concorrência”, sublinhou à agência Lusa Carlos Adão.

Segundo o dirigente associativo, “tipicamente, Portugal exporta para o norte da Europa”, com “a maior percentagem da fruta a ir para os Países Baixos, mas não enquanto consumidores finais, já que funcionam um bocadinho como um centro de distribuição”.

“Ou seja, a fruta vai para lá maioritariamente a granel, embora também enviemos já embalada, e é lá que é embalada e redistribuída para os mercados de toda a Europa”, esclareceu.

Fora este “centro logístico”, continuou Carlos Adão, países como França, Espanha, Bélgica ou Reino Unido são os líderes dos países europeus a consumir o mirtilo português”, que “é na sua maioria” produzido para exportação.

Carlos Adão acrescentou que Portugal tem registado “um aumento grande, significativo, do consumo do mirtilo”, não por ter dados concretos, “porque não há, mas por as conversas que os produtores partilham” entre si.

Já em relação ao número de produtores, Carlos Adão referiu que, “segundo o INE [Instituto Nacional de Estatística], em 2010, havia cerca de 40 hectares e, em 2021, os dados estimam quase 2.600 hectares” para produção do fruto.

“O mirtilo, dentro dos pequenos frutos, foi o que deu um salto mais significativo na produção”, reforçou Carlos Adão, prevendo a presença de “mais de 300 produtores portugueses” em Penalva do Castelo e também de “alguns espanhóis, italianos e marroquinos”.

Em debate estarão também “as tecnologias em contexto agrícola, como sensores de gestão hídrica, o melhoramento de plantas e o contributo das novas variedades para o futuro do mercado”.

“Um tema que é recorrente é a própria organização, a concentração da produção, a organização da fileira”, que também ocupará a reunião, acrescentou Carlos Adão.

Bairro em Fornos de Algodres avança com projeto de compostagem comunitária

A comunidade do Bairro das Capelas, em Fornos de Algodres, vai avançar com um projeto-piloto de compostagem comunitária, anunciou hoje a autarquia.

Numa nota enviada à Lusa, a Câmara Municipal de Fornos de Algodres informa que o projeto liderado pelos residentes do Bairro das Capelas arranca no dia 02 de outubro.

O objetivo é “reduzir o desperdício de resíduos orgânicos e promover a conscientização ambiental no território”, salienta a autarquia.

Os agregados familiares recebem baldes para o descarte dos resíduos orgânicos, que vão facilitar “a recolha seletiva porta-a-porta”.

“Os aderentes ao projeto devem colocar os baldes fornecidos pelo município, à porta de casa, no período da manhã, todas as segundas, quartas e sextas-feiras”, explica aquela Câmara Municipal do distrito da Guarda.

O composto resultante será, posteriormente, usado nos jardins municipais.

Para mobilizar os residentes a aderir ao projeto, a autarquia de Fornos de Algodres promoveu uma campanha de informação e sensibilização porta-a-porta no dia 15 de setembro.

A ação contou com a participação de uma especialista em reciclagem e compostagem com objetivo de promover a adoção de comportamentos mais sustentáveis.

A Câmara Municipal de Fornos de Algodres espera que “esta iniciativa inspire outras comunidades na região a adotarem práticas semelhantes de gestão de resíduos orgânicos”.

A autarquia salienta que para os residentes no Bairro das Capelas “esta iniciativa é uma demonstração clara do poder da colaboração, cidadania e da consciência ecológica”.

“É uma prática sustentável que envolve a recolha e transformação de resíduos orgânicos de várias famílias em composto de alta qualidade”, realça na nota.

Este composto pode ser usado para fertilizar jardins, hortas comunitárias e espaços públicos, contribuindo para o enriquecimento do solo e a promoção da circularidade dos recursos.

A iniciativa do Bairro das Capelas decorre no âmbito do projeto “Resíduos Orgânicos com Valor”, uma iniciativa financiada pelo Fundo Ambiental e pela Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE).

Conta com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Fornos de Algodres e envolve também os bombeiros voluntários da localidade.

Oliveira do Hospital investe perto de 900 mil euros em alojamento

A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital vai investir perto de 900 mil euros na requalificação ou refuncionalização de edifícios municipais, criando mais de duas dezenas de quartos para alojamento urgente e temporário.

Numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa, a autarquia refere que o investimento de 888.400 euros prevê a realização de obras de requalificação e reconstrução no Centro de Alojamento Temporário de Travanca de Lagos, em dois apartamentos de transição de Seixo da Beira e no Centro de Alojamento Temporário de Ervedal da Beira (antiga escola primária).

“As empreitadas são financiadas em perto de 877 mil euros através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao qual a autarquia apresentou estas candidaturas”, acrescenta.

Os autos de consignação relativamente às três empreitadas, aprovadas no âmbito da candidatura à Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário (BNAUT) foram assinados na segunda-feira, com as empresas Abramoura, Construções Civis Unipessoal, Lda; Mendes, Lda; e Manuel da Silva e Filho (MSF).

Ao todo serão criados 21 quartos, que “permitirão alojar 38 cidadãos”, dentro de uma solução urbanística que passa pela “requalificação ou refuncionalização dos edifícios cumprindo com critérios de eficiência energética”.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, estas empreitadas permitirão “reabilitar edifícios dando-lhe outra vocação”.

“Neste caso é a capacidade de acolhimento de pessoas, num momento altura em que tanto se debate sobre as dificuldades no acesso à habitação”, sustenta.

Para o autarca daquela cidade do interior do distrito de Coimbra, esta solução de habitação de caráter temporário e transitório é também “um importante” investimento descentralizado nas freguesias.

“Em Oliveira do Hospital estamos a captar e executar fundos europeus e a realizar obra através de vários programas da União Europeia, como o Portugal 2020 ou o PRR. Estamos, de forma empenhada, a contribuir para o esforço nacional da taxa de execução dos mesmos”, refere.

José Francisco Rolo evidencia também que Oliveira do Hospital tem ainda outros investimentos em curso na área da habitação, bem como “uma intervenção mais vasta para cumprir e que se traduzirá em investimento em vários edifícios localizados em diversas freguesias, no âmbito do Programa 1.º Direito”.

A este programa junta-se ainda o Projeto Habitação a Custos Acessíveis, cujo montante associado “ascende a 8 milhões de euros”, e o Programa Municipal Casa Digna, que vem sendo implementado “com verbas do orçamento municipal há vários anos”.

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