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Anadia: Ministra da Habitação visita empreitada na Quinta do Rangel em Ancas

A Ministra da Habitação, Marina Gonçalves, acompanhada pela presidente da Câmara Municipal de Anadia, Maria Teresa Cardoso, visitou, na passada sexta-feira, 8 de setembro, as obras de construção de 16 fogos, no loteamento da Quinta do Rangel, no lugar de Ancas, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, num investimento de cerca de 1.750.000,00€, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A visita foi acompanhada pela Secretária de Estado da Habitação, Fernanda Rodrigues, pelo presidente do IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, António Gil Leitão, pelo presidente da Assembleia Municipal de Anadia, Manuel Pinho, por vereadores e presidentes de Junta de Freguesia.

Na sua intervenção, Maria Teresa Cardoso, afirmou que “o concelho de Anadia, à semelhança do que se passa a nível nacional, debate-se com a falta de oferta de habitação para aquisição e arrendamento”, sublinhando que “esta é uma área onde a autarquia se tem empenhado muito, porque urge criar diferentes soluções e possibilidades de resposta para as diversas solicitações e necessidades”.

A autarca adiantou que o Município de Anadia “está atento a estas necessidades tão prementes e disponível para ceder imóveis, edificados ou terrenos, para este efeito”. “Temos aproveitado bem o apoio que está a ser dado às autarquias, em termos de habitação, designadamente o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, que nos permite investir na área da habitação”, afirmou.

A presidente da Câmara Municipal aproveitou o momento para dar a conhecer à Ministra da Habitação um conjunto de investimentos que se encontram no terreno, com o intuito de dar resposta a esta questão da falta de habitação no concelho.

Para além da obra que se encontra em curso na Quinta do Rangel, em Ancas, Maria Teresa Cardoso referiu-se ainda ao projeto de execução de mais 21 fogos, na freguesia de Sangalhos, também no âmbito da Estratégia Local de Habitação, que aguarda apenas a homologação do Acordo de Colaboração, para que a autarquia possa submeter a candidatura de financiamento à construção desta fase. Um investimento que ronda os quatro milhões de euros.

Deu a conhecer o projeto para a Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, a criar no lugar de Aguim, que se encontra em fase de conclusão. A intervenção irá permitir a criação de 20 alojamentos de transição, num investimento aproximado de 950 mil euros. Este imóvel, propriedade do Município de Anadia, poderá ser reabilitado, preservando a arquitetura exterior. Este projeto, que conta com o acompanhamento da Segurança Social, fará também parte de uma candidatura que se pretende apresentar ao PRR, sendo mais uma oferta em resposta a situações mais prementes ou precárias.

Realçou ainda o alojamento estudantil na antiga Escola Secundária de Anadia, cuja empreitada está em curso e que pretende transformar aquele espaço numa residência para estudantes do ensino superior.

A autarca destacou também um conjunto de imóveis, propriedade do Estado Português no concelho, que podem ser colocados à disposição para dar respostas de habitação, nomeadamente a antiga casa dos magistrados, os imóveis desocupados pelos serviços da Administração Central (AT, ISS, Registo Predial, Casa Pronta) e a Escola Básica 2, 3 de Anadia, que se encontra desativada e vandalizada.

A Ministra da Habitação, Marina Gonçalves, sublinhou o trabalho que o Município está a implementar na área da habitação, bem como as propostas para colmatar esta lacuna, considerando que “só com este esforço de equipa poderemos ser capazes de concretizar este objetivo da habitação”. “Contem connosco, queremos ser parte da solução”, afirmou.

Serviço local de atendimento da Segurança Social irá funcionar no Mercado Municipal de Tábua

Na sequência de uma intervenção estrutural no edifício onde funciona o Serviço Local de Atendimento do Instituto de Segurança Social (ISS) em Tábua, o qual obrigou ao seu encerramento de modo a garantir a segurança dos seus utilizadores, surge a necessidade de reinstalar temporariamente este serviço.

No âmbito da parceria e postura colaborativa do Município de Tábua sempre manteve com as Entidades locais e regionais, no sentido de encontrar as melhores soluções para os problemas que afetam os Tabuenses, foram de imediato encetadas as devidas diligências junto do Centro Distrital de Coimbra do ISS para identificar alternativas que permitam ultrapassar os indesejáveis constrangimentos provocados com o encerramento destes serviços na Vila de Tábua.

Correspondendo a uma solicitação do referido Centro Distrital, o Executivo Municipal disponibiliza um espaço nas instalações do Mercado Municipal de Tábua, que irá entrar em funcionamento no próximo mês de Outubro, e que está dotado das condições requeridas para o normal e eficaz funcionamento do Serviço Local do ISS, bem como de melhores acessibilidades e lugares estacionamento decorrentes da intervenção recentemente realizada naquela zona da Vila de Tábua.

Com a cedência do referido espaço por parte do Município de Tábua, a qual será temporária pelo período em que decorrer a intervenção de requalificação do edifício da Segurança Social, voltará a ser possível aos beneficiários e utentes do Concelho de Tábua acederem à atividade presencial do Serviço Local de Atendimento do ISS e resolverem as suas questões com a proximidade de que sempre beneficiaram.

Taça Inês de Castro encerrou Feira do Cavalo em Montemor-o-Velho

Nos dias 9 e 10 de setembro, a Taça Inês de Castro reuniu cerca de 100 conjuntos encerrando, da melhor forma, a Feira do Cavalo que faz parte da programação da Feira do Ano, tendo sido organizada pelo Centro Equestre de Montemor-o-Velho e com o apoio do Município.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Diana Andrade, marcou presença no evento e aproveitou o momento para destacar “o trabalho e o esforço que o Centro Equestre tem feito na promoção do hipismo e das tradições do concelho e da região”, contribuindo, deste modo “para trazer mais gente ao Centro Equestre e a Montemor-o-Velho”.

A Taça Inês de Castro foi uma competição de saltos nacional (CSN-C) e foi disputadas nas provas de 30 cm, 50 cm, 80 cm, 90 cm, 1 m, 1,10 m e 1,25 m.

Paralelamente à prova, o programa para a Feira do Ano contou, entre outros, com a realização do desfile de trajes, cavalhadas, picadeira livre e os espetáculos equestres com Pedro Malafaia e Miguel Fonseca.

Homem de 35 anos ferido em colisão frontal entre dois carros em Arouca

A vítima foi encaminhada para o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, em Santa Maria da Feira.

Uma colisão frontal entre dois veículos ligeiros fez um ferido, na tarde desta segunda-feira, na Estrada Nacional 236, no  lugar do Cruzeiro-Escariz, em Arouca.

De acordo com os Bombeiros Voluntários de Fajões, o alerta foi dado pelas 15h51 para um choque frontal entre as duas viaturas.

Na sequência do acidente, um homem de 35 anos ficou ferido, tendo sido encaminhado para o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, em Santa Maria da Feira.

No local estiveram os Bombeiros Voluntários de Fajões, com sete operacionais e dois veículos, e elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Cesar.

Simulador de envelhecimento antecipa as limitações da idade 

A ANGES – Associação Nacional de Gerontologia Social está a utilizar um simulador que permite perceber o processo de envelhecimento e as consequentes limitações que vão surgindo com a idade mais avançada.

O presidente da ANGES e docente do Politécnico de Leiria, Ricardo Pocinho, explicou à agência Lusa que a associação integra uma rede de parceiros que têm contribuído para o “projeto alemão Wolfgang Moll, Age simulation suit GERT”.

Através de um simulador analógico é possível “verificar as alterações na audição, na visão, no equilíbrio e em todas aquelas que são as limitações articulares e musculares influenciadas pela idade”.

“O que temos feito é validar, através de protocolos de ciência, um conjunto de atividades com pessoas que estão em perfeita idade funcional – e muito longe da idade que se relaciona normalmente com o envelhecimento. O que simula esta ferramenta são apenas os sintomas do envelhecimento”, afirmou Ricardo Pocinho.

Segundo avançou, o equipamento é “baseado em distorção física da audição e da visão e depois tem alguns aspetos mecânicos que alteram a marcha”, isto para refletir “as condições articulares das ancas, dos joelhos, dos tornozelos, das mãos, dos punhos e dos cotovelos”, sendo possível simular o “agravamento de algumas situações” e tarefas diárias.

Ricardo Pocinho considerou que este simulador tem sido um “ótimo instrumento até de suporte ao ensino, formação e vocação”.

“As pessoas que normalmente se dedicam ao estudo do envelhecimento não são velhas. Quando estamos fora de uma situação é muito fácil falar sobre ela. Esta ferramenta vai demonstrar às pessoas que querem trabalhar com idosos o lado de lá”, destacou, ao referir que o simulador “tem sido uma boa ferramenta de ‘feedback’”.

Nas atividades com os idosos, os cuidadores perguntam-lhes se gostaram ou se perceberam.

“Como simulador, conseguimos antecipar algumas situações que têm de ser alteradas no comportamento de técnicos com idosos, tendo muito melhores resultados, até na questão dos riscos. Quando levantamos uma pessoa com determinada imobilidade sem ter alguns cuidados, podemos estar a agravar lesões osteoarticulares ou musculoesqueléticas”, exemplificou.

Para um fisioterapeuta, por exemplo, o simulador permitir-lhe-á perceber quais são as dificuldades que o utente está a ter.

O presidente da ANGES adiantou que quando se fala alto com as pessoas de mais idade não é só porque se acha que “são todas surdas”, mas porque “efetivamente se deixa de ouvir”.

Ricardo Pocinho revelou que a audição e a visão começam a perder-se a partir dos 40 anos, “com uma nota clara de défice auditivo e visual, sobretudo, a partir dos 65 anos”.

“Não envelhecemos, sobretudo se tivermos alguns cuidados, só quando temos a idade sénior – referência dos 65 anos -. Envelhecemos todos os dias. A partir dos 40 começamos a ter este tipo de perdas, ainda que pouco. O simulador agudiza-as ao máximo e consegue que as pessoas percecionem quais vão ser as suas dificuldades quando tiverem 70 ou 80 anos”, reforçou.

Segundo o docente do Politécnico de Leiria, o projeto está numa fase de ‘upgrade’, o que irá permitir incrementar doenças ao simulador. “Dentro de menos de um ano conseguiremos simular pessoas com Parkinson, com diabetes, com retinopatia e com alterações na visão, com esclerose lateral amiotrófica. Ou seja, doenças. Nesta fase, estamos a simular apenas aquilo que é mecânico, o que vai acontecer de uma forma geral a todos”, afirmou.

Há um ano a testar o equipamento, a ANGES disponibilizará a experiência deste simulador na feira da Saúde em Pombal, nos dias 16 e 17, no ‘workshop’ de Bem-Estar do Utente na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, no dia 21, e em várias cidades espanholas e brasileiras, em outubro.

Também estará presente, no dia 27 de outubro, no Congresso Envelhecer nos Eixos – 2ª edição: Tempo, Trabalho e Felicidade, em Oliveira do Bairro.

Homem desaparecido numa serra em Arganil. Bombeiros e GNR fazem buscas

Na última chamada que fez, deu conta que se encontrava perto de estruturas de energia eólica. Até ao momento, não foi localizado.

Um homem, cuja idade não foi possível apurar, está desaparecido numa serra na zona de Arganil, na união de freguesias de Côja e Barril de Alva, na região de Coimbra, revelou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra à TVC.

O alerta foi dado pelas 21h25. A vítima fazia o trajeto entre Côja e Oliveira do Hospital de carro, mas não chegou ao destino.

Equipas dos bombeiros locais e militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão a fazer buscas na tentativa de localizar o homem.

De acordo com a mesma fonte, na última chamada que fez, deu conta que se encontrava perto de estruturas de energia eólica.

Até ao momento, não foi localizado. 

Câmara da Guarda revê Estratégia Local de Habitação com investimento de 22 ME

A Câmara Municipal da Guarda aprovou na segunda-feira a primeira revisão da Estratégia Local de Habitação que prevê a reabilitação de 74 imóveis para habitação social, num investimento de 22 milhões de euros (ME) até 2026.

O presidente da Câmara, Sérgio Costa (Movimento pela Guarda) explicou no final da reunião do executivo municipal de segunda-feira que a nova versão da Estratégia Local de Habitação (EHL) do concelho da Guarda resulta da “adaptação à nova realidade” do documento aprovado em 2021.

“Revisitámos todos os dados estatísticos após os censos de 2021 e introduzimos muito mais daquilo que estava previsto. E depois de termos feito uma auscultação a todas as juntas de freguesia, IPSS [instituições particulares de solidariedade social] e até Diocese da Guarda”, explicou o autarca aos jornalistas.

“Foram identificados 74 imóveis, dos quais 36 são do município e 38 das juntas de freguesia e terceiro setor”, precisou Sérgio Costa.

A grande maioria dos imóveis do município identificados localiza-se no Centro Histórico.

O presidente da Câmara adiantou que o investimento previsto na EHL deverá permitir alojar cerca de 100 agregados familiares, num total de 400 pessoas.

“É um desafio muito grande. Mas é muito importante podermos reabilitar estes imóveis dando um sinal claro da aposta também na habitação social. Agora terá de ir à Assembleia Municipal [ELH] para que possamos fazer o caminho e que todas as entidades possam fazer as candidaturas necessárias”, sublinhou o autarca.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda evidenciou que a ELH “versa apenas sobre a habitação social, que será objeto de uma candidatura ao programa 1º Direito para ser apoiada pelo PPR 2026”.

A revisão da ELH foi aprovada pelos três vereadores do PSD e mereceu a abstenção da vereadora do PS.

A autarca socialista, Adelaide Campos, manifestou dúvidas sobre os vários investimentos para a área da habitação no concelho e considerou o documento em discussão pouco esclarecedor.

“Estamos num marasmo no que diz respeito à habitação e à reabilitação urbana que urgia corrigir e avançar”, concluiu a vereadora.

O vereador do PSD Carlos Chaves Monteiro considerou que o documento “é estrutural para definir os investimentos que vão ser feitos no concelho e aproveitamento dos fundos comunitários”.

Teatro Aveirense relança mentoria para apoiar artistas emergentes

O Teatro Aveirense vai relançar o projeto “Monitor” para apoiar artistas a solo ou bandas em início de carreira “em todos os seus aspetos estratégicos e comerciais, na área da música”.

Com candidaturas abertas de 01 de outubro a 15 de novembro, o Monitor, que teve uma primeira edição em 2021, visa “dar ferramentas e acompanhamento a jovens artistas que sejam músicos e autores, que lhes permita desenvolver uma estratégia de crescimento no atual mercado”.

De acordo com uma nota de imprensa da Câmara de Aveiro, a que pertence aquela casa de espetáculos, “o acompanhamento vai passar primeiramente pela teoria relacionada com a indústria musical em Portugal (‘players’, contratos, remunerações), o ‘marketing’ musical (tradicional e digital), a comunicação, a edição de discos, a marcação de concertos e ’tours’, os direitos de autor/’publishing’ e os direitos conexos, seguindo-se o apoio na definição de uma estratégia para todos esses níveis do projeto em questão”.

A iniciativa vai apoiar três projetos musicais em início de carreira, a anunciar a 06 de dezembro, que, a partir de 01 de janeiro de 2024, terão um acompanhamento de mentoria durante um ano, por especialistas da indústria musical, “com o objetivo de partilhar conhecimento aprofundado sobre a Indústria da Música, apoiar o desenvolvimento de estratégias de crescimento e fornecer ferramentas para uma boa gestão da carreira”.

No final, os projetos terão oportunidade de se apresentarem ao vivo no Teatro Aveirense, em setembro de 2024, e um apoio de 2500 euros, para edição de um disco, fotografias promocionais ou um videoclipe.

A responsável pela mentoria será da ‘manager’ e agente Rafaela Ribas, presidente da Associação Espetáculo – Agentes e Produtores Portugueses, professora da unidade de A Indústria da Música e co-coordenadora do curso de Criação e Produção Musical da ETIC Lisboa, contando com o apoio de 11 especialistas em várias áreas do setor cultural.

A mentoria será adaptada ao grau de conhecimento e desenvolvimento de cada artista e sua proposta, cabendo ao Teatro Aveirense a gestão, organização e produção do projeto.

Região de Leiria aprova eólica ‘offshore’ com alerta para manutenção de pesca e arte xávega

Wind turbine with a blue sky

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria anunciou hoje que acompanhou a aprovação do parecer do Plano de Afetação para Produção de Energias Renováveis na comissão consultiva, com alertas para a manutenção da pesca e da arte xávega.

Segundo uma nota de imprensa, a CIMRL acompanhou o parecer final da comissão consultiva do Plano de Afetação para Produção de Energias Renováveis (CC-PAER), aprovado por maioria por outras comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas, no dia 04 de setembro, e subscreveu a declaração de voto, que integra vários alertas.

Como recomendações “prioritárias”, a CIMRL pede garantias para que as zonas de pesca históricas e tradicionais (arte xávega) não sejam prejudicadas com a instalação do parque eólico ‘offshore’ ao largo da Figueira da Foz.

Trata-se da infraestruturas “com maior dimensão em termos de potência instalada (4GW)”, abrangendo “uma área total superior a 1325 km2 e, consequentemente, gera maiores impactos ambientais e nas demais atividades presentes no mar e em terra, com ligações terrestres propostas bastante impactantes com as áreas costeiras da região de Leiria e Coimbra”.

“As comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas têm uma grande preocupação com os impactos negativos na atividade económica da pesca (…) com a garantia da implementação de medidas de compatibilização da atividade da pesca com a existência dos parques eólicos”, lê-se no documento.

A declaração de voto salienta a necessidade de uma “indemnização das empresas devida à inativação de alguma capacidade de pesca, nomeadamente ao nível da arte do arrasto”.

As autarquias defendem ainda “uma avaliação técnico-científica independente, com o envolvimento das universidades e institutos politécnicos, para analisar os impactos estimados, em matéria de economia, sociedade e ambiente, clima e biodiversidade, da construção de novas instalações eólicas marítimas em zonas onde poderão entrar em conflito com o setor das pescas e em zonas particularmente sensíveis, como o Sítio de Importância Comunitária Maceda/Praia da Vieira, área que integra a Rede Natura 2000”.

Entre as recomendações prioritárias, a CIMRL “alerta para o facto de as energias renováveis marítimas apenas serem sustentáveis se não tiverem um impacto negativo no ambiente ou na coesão económica, social e territorial, especialmente nas regiões dependentes das pescas”.

“Sublinha a importância da criação de novos empregos sustentáveis, bem como o apoio à utilização da energia eólica para o fornecimento de eletricidade a nível local, como indicadores importantes da aceitação local de projetos de energias renováveis”.

A CIMRL “propõe que se avalie a abertura de um corredor ambiental na área da Figueira da Foz, promovendo a integração dos parques eólicos marítimos nas zonas marinhas protegidas e com as atividades marítimas”.

Referindo que as autarquias reconhecem a “importância” da produção de energia eólica ‘offshore’ “para melhorar a capacidade de Portugal em termos de produção energética”, as câmaras consideram que é preciso ter em atenção a “cuidada sustentabilidade, assim como a promoção do crescimento e do desenvolvimento industrial nas áreas agregadas e necessárias à concretização do ambicioso objetivo fixado”.

Recuperação da biodiversidade dos rios europeus estagnou há mais de uma década

Um estudo internacional publicado na revista Nature e que teve a participação de investigadores portugueses concluiu que apesar das tendências positivas dos anos de 1990, a partir de 2010 a recuperação da biodiversidade dos rios europeus estagnou.

De acordo com especialistas citados numa nota de imprensa, hoje divulgada pela Universidade de Coimbra (UC), os aumentos verificados na biodiversidade de cursos de água europeus “ocorreram principalmente antes da década de 2010 e, desde então, estagnaram”.

“Os ganhos em biodiversidade nas décadas de 1990 e 2000 refletem a melhoria da qualidade físico-química da água, devido à implementação de sistemas de tratamento mais eficazes e projetos de reabilitação ou restauro ecológico. Já a desaceleração na recuperação da biodiversidade ribeirinha da década de 2010 mostra que as medidas atuais não são suficientes, traduzindo-se cada vez menos em resultados positivos na recuperação da biodiversidade”, explicou Maria João Feio, investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Maria João Feio participou com Manuel Graça, investigador da mesma entidade, no estudo agora publicado, que reuniu 96 peritos europeus de 70 instituições e foi coordenado por investigadores do Senckenberg Research Institute e Natural History Museum (de Frankfurt, Alemanha).

A cientista lembrou que nas últimas três décadas, principalmente após a publicação no ano 2000 da Diretiva Quadro europeia da Água, “têm vindo a ser implementadas diversas medidas de mitigação para combater a degradação dos rios e dos seus ecossistemas”.

“No entanto, o número de fatores que ameaçam estes ecossistemas continua a aumentar em todo o mundo”, alertou.

O estudo pretendeu analisar o nível de recuperação da biodiversidade aquática dos sistemas ribeirinhos ao longo do tempo, em resultado das medidas de mitigação implementadas na Europa, tendo sido possível concluir por um aumento do número de espécies (0,73% ao ano), riqueza funcional (2,4% por ano) e abundância (1,7% por ano) nas comunidades de macroinvertebrados aquáticos.

No entanto, “apesar destas tendências positivas”, o número de espécies “ainda diminuiu em 30% dos locais”, constatou Maria João Feio.

“Os ecossistemas ribeirinhos onde se verificou menor recuperação foram os localizados a jusante de barragens, em áreas urbanas e terrenos agrícolas. Além disso, as comunidades de invertebrados localizadas em zonas com taxas de aquecimento mais rápidas tiveram menor recuperação, o que mostra os impactos das alterações climáticas, nomeadamente o efeito do aumento da temperatura”, enfatizou a investigadora da UC.

A estagnação verificada, continuou a especialista, “ocorreu porque surgiram também novas ameaças, nomeadamente poluentes emergentes, como fármacos e microplásticos, alterações climáticas e espécies invasoras”.

Maria João Feio disse que o número de espécies não nativas encontradas em 69% dos locais analisados “tem vindo a aumentar de forma acentuada” à razão de 4% ao ano.

Perante estes resultados, os investigadores consideram “urgente continuar o restauro ecológico baseado na renaturalização e recuperação das espécies, não meramente estético, ou focado no escoamento, ou na remoção de nutrientes da água, mas também de um novo planeamento focado nos novos impactos, tais como poluentes emergentes, alterações climáticas e espécies invasoras”.

A investigação mostrou também a importância da continuação da monitorização ecológica dos rios, “para que se possam fazer estudos que abordem as evoluções temporais”.

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