Câmara de Coimbra apresenta “plano de salvação” do serviço de transportes (com Vídeo)

A Câmara de Coimbra apresentou hoje um “plano de salvação” para os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que prevê a renovação da frota até 2030, num investimento total de 40 milhões de euros (ME).

“Este é um plano de salvação municipal para os SMTUC, que estão num beco sem saída. A única saída é a renovação da frota que, no final, vai custar cerca de 40 ME, num investimento feito pela Câmara, porque os SMTUC não têm capacidade de investimento, nem autonomia para o fazer”, apontou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva.

Durante a apresentação do Plano de Renovação da Frota e de Melhoria do Desempenho dos SMTUC, que decorreu esta tarde, o autarca eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt) destacou que “metade da frota dos SMTUC estava podre” e não sabiam.

“Em pouco mais de um ano, elaborámos um plano de renovação da frota, extremamente bem elaborado e que reflete o estado da frota e as necessidades dos SMTUC no imediato e a médio prazo”, acrescentou.

De acordo com o presidente da Câmara de Coimbra, o Plano de Renovação da Frota SMTUC só foi apresentado publicamente depois de ser dado a conhecer “a todos os partidos políticos”, a quem solicitaram contributos nos próximos 15 dias, para finalmente ser votado em reunião de Câmara.

“Os SMTUC são um desígnio e uma causa de todos nós, de todas as forças políticas. Queremos que este plano de renovação da frota seja um plano do município e envolva todas as forças políticas neste desígnio de salvar SMTUC, porque é isso que está verdadeiramente em causa”, sustentou.

Ao longo da sua intervenção, José Manuel Silva evidenciou que este plano “representa o maior investimento alguma vez feito nos SMTUC”, sendo este um documento “flexível” e que pode vir a ser adaptado às oportunidades de financiamento e à futura integração com o metrobus.

“Este plano de renovação ainda não tem um plano de financiamento, a estudar numa segunda fase. Será de uma exigência tremenda para a Câmara Municipal, mas temos de cumprir, custe o que custar”.

Já a vereadora da Câmara Municipal de Coimbra Ana Bastos, que é também a presidente do Conselho de Administração dos SMTUC informou que este plano, a concretizar até 2030, tem três cenários possíveis, no entanto, optaram por apresentar publicamente o “mais realista e exequível”.

“Esta proposta prevê a aquisição de 15 novos autocarros por ano e a diminuição da taxa de imobilização na ordem dos 5%”, num custo total de 40 ME, revelou.

No imediato está também previsto o aluguer de 5 a 10 autocarros standard com dois a três anos, a aquisição de 10 a 20 autocarros diesel standard usados “com uma idade média e quilometragem aceitáveis” e ainda o abate de 15 autocarros, num investimento de 3,3 ME.

Já de 2025 até 2030, serão adquiridos anualmente 15 viaturas elétricas novas (investimento anual superior a 6,3 milhões de euros).

Ana Bastos frisou ainda que a Câmara está atenta e empenhada na procura de linhas de financiamento, aguardando com grande expectativa as linhas de financiamento europeu.

Para além da renovação da frota, o plano contempla também a melhoria do desempenho da Divisão de Equipamento e Manutenção, através da contratação rápida de pessoal para as oficinas e para a gestão de sistemas e aumentar a ações de formação / troca de experiência; da manutenção da prestação de serviço de manutenção externa; da melhoria dos sistemas informáticos, nomeadamente de monitorização da frota, custeio de “obras” e gestão do aprovisionamento; da melhoraria de gestão de ‘stocks’ e uma maior celeridade nos processos de aquisição.

Em janeiro, a Câmara Municipal de Coimbra divulgou uma análise técnica onde indicou que os SMTUC têm mais de um quarto dos autocarros da sua frota com 20 ou mais anos de idade.

Segundo a lista técnica, registam-se 47 autocarros com 20 ou mais anos de idade, o que representa cerca de 26% do total da frota.

A média de idades atual da frota é de cerca de 16 anos.

Já a taxa de veículos imobilizados, representa mais de 40% do total de 177 autocarros.