As obras de requalificação do Largo da Sé Velha estão paradas após ter sido colocado a descoberto um conjunto de sepulturas escavadas na rocha que colidem com o traçado das infraestruturas de ligação à Rua da Ilha e uma rede de média tensão sobre a qual vão ser colocadas tubagens de águas pluviais e residuais.
Segundo divulga a edilidade em comunicado enviado à TVC – Televisão do Centro, a “empresa responsável pela fiscalização da obra remeteu os elementos necessários para se prosseguirem os trabalhos, aguardando resposta da Direção Regional da Cultura do Centro (DRCC) e da Direção Geral do Património Cultural (DGPC), para que o processo de requalificação do Largo da Sé Velha possa ser concluído”.
No âmbito da empreitada de “Requalificação do Largo da Sé Velha”, na zona junto ao Beco da Carqueija até à Rua dos Coutinhos e Rua Joaquim António de Aguiar (assinalada a amarelo), estão concluídos os trabalhos de construção de infraestruturas, no subsolo, de abastecimento de água, águas residuais, águas pluviais, infraestruturas elétricas e de telecomunicações, pavimentação em lajeado de granito e calçada de seixo rolado, execução de escadas e respetivas plataformas, instalação de dissuasores de estacionamento (pinos), plantação de árvore, instalação de floreiras e corrimãos. E na restante zona do largo (assinalada a azul), estão concluídos todos os trabalhos de infraestruturas no subsolo, de abastecimento de água, águas residuais, águas pluviais, infraestruturas elétricas e de telecomunicações.
Por sua vez, na zona compreendida desde as Escadas de acesso à Sé até a Rua da Ilha(entre “a” e “b”), durante o desenvolvimento dos trabalhos de arqueologia, foi identificado um conjunto de sepulturas escavadas na rocha, que colidem com o traçado das infraestruturas a executar no âmbito da empreitada, nomeadamente a ligação à rua da Ilha (ponto “b”).
Estão, assim, impedidas de avançaras obras de escavação quer para implantação das infraestruturas quer para a execução dos pavimentos naquela zona do Largo da Sé Velha, até pronúncia da DGPC.
O local, para manutenção das condições mínimas de segurança e proteção face à presença de infraestruturas de média tensão e de estruturas arqueológicas, foi, devidamente, vedado e implementada sinalização de aviso.
Segundo o documento da Câmara, “é necessária a desconstrução das estruturas arqueológicas agora identificadas, mas só podem ocorrer após a autorização da DGPC uma vez que esta área do Largo da Sé Velha está sob tutela dessa entidade, por estar inserida dentro do limite do bem classificado da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, inscrito na lista do Património Mundial pelo Comité do Património Mundial da UNESCO”.
Para o retomar da obra adianta a CMC, “foi enviado à DRCC o relatório das medidas de minimização para a intervenção de desconstrução das sepulturas, a 3 de fevereiro, e um novo PATA, autorização de trabalhos arqueológicos, a 7 de fevereiro, já que é entendimento da DRCC que o anterior caducou, aguardando-se, agora, resposta destas duas entidades, sendo que o prazo de pronúncia da DGPC pode chegar a dois meses”.