O Papa Francisco distribuiu hoje sorrisos e bênçãos e até fez piadas a jornalistas que seguiram no voo com destino a Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), aos quais também agradeceu a companhia e o trabalho.
Muito obrigado pela vossa companhia e pelo vosso trabalho e vou cumprimentar-vos um a um. Obrigado”, disse Francisco, momento antes de iniciar os cumprimentos aos 78 jornalistas, incluindo 11 portugueses, que estavam a bordo do avião da ITA Airways, que partiu do Aeroporto Internacional de Fiumicino, Roma, pelas 08:00 locais (menos uma hora em Lisboa).
Depois, ao longo do corredor, apoiado por uma bengala e rodeado de seguranças e responsáveis de comunicação do Vaticano, parou em todas as filas, onde todos os jornalistas lhe foram apresentados, cumprimentando um por um, como anunciara.
Entre pedidos para que benzesse fotografias, em papel e no telemóvel, e medalhas e terços que os jornalistas trouxeram a pedido de colegas, Francisco também autografou livros.
A um jornalista, que lhe pediu para benzer a fotografia da família, depois de comunicar que tinha feito recentemente 25 anos de casado, Francisco respondeu: “Ainda faltam 25”.
A outro, que pediu um autógrafo da edição portuguesa da encíclica “Fratelli Tutti”, o Papa, após assinar o livro, respondeu, entre risos: “Cem liras [antiga moeda italiana]”.
Sempre com um sorriso, Francisco disse ainda que esperava regressar a Roma rejuvenescido após a JMJ.
Na parte de trás do avião, que no espaço aéreo nacional foi acompanhado por aeronaves F-16 da Força Aérea, e onde se concentrou a maioria dos jornalistas portugueses, uma jornalista disse a Francisco: “Somos os jornalistas portugueses, queremos dar-lhe as boas-vindas”.
A vaticanista Aura Miguel, jornalista da Rádio Renascença, entregou ao Papa Francisco uma carta das Monjas Concepcionistas de Campo Maior (Alentejo), com um “presente espiritual”.
Durante um ano, as 17 religiosas comprometem-se a rezar pelo Papa em missas, orações, horas de trabalho e sacríficos, entre outros, explicou.
À agência Lusa, a jornalista brasileira Anna Ferreira, que em 2017, na primeira deslocação a Fátima do Papa, estava grávida de cinco meses da filha Thais, que recebeu uma bênção no voo papal, retomou hoje as viagens, já depois de ter um segundo filho.
“A minha filha, que vai fazer 6 anos em 25 de setembro, recebeu a bênção do Papa na barriga”, lembrou Anna Ferreira.
Entretanto, a vaticanista, jornalista das televisões SBT e Rede Vida, teve outro filho, Leonardo, de 5 meses, que estava a caminho de Portugal com o pai.
“Ele ainda mama no peito e vai encontrar-me lá, em Lisboa”, explicou, adiantando que nos centros de imprensa, na capital portuguesa e em Fátima, existirão espaços para poder amamentar o bebé.
Anna realçou que Leonardo, que também recebeu uma bênção de Francisco quando ainda estava na barriga da mãe, por ocasião da visita ‘ad limina’ dos bispos do Brasil ao Papa, em outubro de 2022, “vai ser o peregrino mais jovem da JMJ”.
Por ocasião desta visita dos bispos, Francisco dirigiu-se à jornalista brasileira e disse: “Você é bispa? Tem aí outro”, contou Anna Ferreira.
A visita ‘ad limina’ é uma obrigação dos bispos de, a cada cinco anos, se encontrarem com o Papa, em Roma, visitando os túmulos dos apóstolos de São Pedro e São Paulo.
Thais ficou em Roma com os avós, onde a jornalista, de 38 anos, mora há 10.
“Cheguei no final do pontificado de Bento XVI [1927-2022] e acompanhei todo o pontificado de Francisco”, referiu ainda.
Assumindo ser um privilégio poder acompanhar o pontificado e estar perto do Papa, a vaticanista declarou que “é ser evangelizada todos os dias”.
“É um Papa que te olha no olho, quer saber de nós, ele preocupa-se com cada um de nós. Ele interessa-se pelas pessoas, preocupa-se como um bom pastor se preocupa pelas suas ovelhas”, declarou.
A jornalista acrescentou que o seu lema de vida foi buscá-lo às palavras de Francisco: “Segue em frente, não desistas, não tenhas medo”.
Antes da partida para Lisboa, na Casa de Santa Marta, a sua residência, Francisco saudou hoje 15 pessoas, incluindo alguns jovens, entre rapazes e raparigas, que estão numa instituição em recuperação e impossibilitados de participar na JMJ.
Com eles estavam três avós com os seus netos, num encontro que aconteceu poucos dias depois do Dia Mundial dos Avós e Idosos, com o Papa a sublinhar a ligação entre gerações e que estas se possam apoiar reciprocamente e aprender uma com a outra.