Guardas em luta ameaçam parar sistema prisional. Para já, há greve no EPL

Os guardas do Estabelecimento Prisional de Lisboa entram em greve já na próxima quinta-feira. Sindicato ameaça novo Executivo com uma greve total se as suas reivindicações não forem ouvidas.

s guarda prisionais ameaçam parar as prisões portuguesas com uma “greve nunca antes vista” se o Governo não os chamar, para ouvir as suas reivindicações, logo após tomar posse.

À TVC, Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) revelou que a revolta destes profissionais aumentou com a promoção de 1.850 militares da Guarda Nacional Republicana (GNR).

“Não compreendemos como é que o mesmo Governo que não nos consegue promover porque está em gestão promove os nossos colegas da GNR”, salientou.

Desta forma, os guarda prisionais vão dar “uma semana, no máximo 10 dias” ao novo Executivo para os chamarem de forma a “resolver os problemas”. Se não, assegurou o mesmo responsável, o sistema prisional será parado “como nunca foi parado”.

Uma das principais reivindicações do setor é o aumento dos salários. De acordo com o SNCGP, os guardas prisionais ganham “cerca de 100 euros a mais que o ordenado mínimo”, o que faz com que a profissão não seja atrativa.

Segundo Frederico Morais, há 3.885 guardas prisionais em Portugal atualmente, quando seriam necessários quase 5 mil, o que faz com que mais de 50% dos estabelecimentos prisionais tenham, em período noturno, menos de 3 guardas de serviço.

Contra o encerramento do Estabelecimento Prisional de Lisboa

Na próxima quinta-feira, mesmo sem que o novo Governo tenha tomado posse, os guardas do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) iniciam uma greve às diligências, que vai decorrer até abril, em protesto contra a decisão, do anterior Executivo, de encerrar esta prisão até 2026 e distribuir os reclusos por outras cadeias da área metropolitana de Lisboa.

À Lusa, o mesmo dirigente sindical que falou à TVC, acusou a ainda ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, de tomar esta decisão sem olhar “à segurança das populações onde os reclusos vão ser colocados, nem dos guardas ou dos reclusos”.

11 guardas agredidos desde janeiro

Esta segunda-feira, soube-se também que um guarda prisional foi agredido por um recluso na prisão de Coimbra com socos na cabeça, depois de ter estado envolvido, horas antes, numa “escaramuça” com outro “companheiro”.

De acordo com o SNCGP, já se registaram 11 agressões a guardas-prisionais desde janeiro deste ano, o que só acentua a “falta de segurança das prisões” portuguesas. Perante isto, o sindicato exige também que “sejam tomadas medidas mais gravosas” nestes casos, ou seja, “a alteração do Código de Processo Penal”, para proteger os guarda-prisionais, “que representam o Estado português”.