A Unidade de Intervenção Cardiovascular do Serviço de Cardiologia (UNIC) do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, recentemente, a primeira intervenção percutânea eletrocirúrgica em Portugal, ao folheto anterior da válvula mitral, após implantação de prótese percutânea mitral, a qual impedia a normal circulação do sangue do ventrículo esquerdo para a aorta.
A intervenção foi realizada a um doente de 75 anos e decorreu com sucesso, o que convergiu para a melhoria das queixas de cansaço extremo, a redução do risco de internamento hospitalar e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida do doente.
A eletrocirurgia cardíaca percutânea é uma técnica pouco invasiva que permite o corte de tecidos ou estruturas, através da utilização de guias/cateteres e corrente elétrica.
Tradicionalmente, as opções de correção de estruturas cardíacas estavam limitadas à utilização de cirurgia cardíaca, de forma invasiva.
A eletrocirurgia tem vido a ser utilizada para evitar a obstrução coronária após implantação de válvula aórtica percutânea (TAVI) ou para evitar a obstrução da câmara de saída do ventrículo esquerdo, após implantação de válvula percutânea em posição mitral.
O potencial da eletrocirurgia percutânea está a estender-se, possibilitando também o tratamento da hipertrofia ventricular esquerda obstrutiva e a remoção de implantes/clips previamente utilizados em intervenções às válvulas cardíacas.
A equipa de cardiologia de intervenção da UNIC foi constituída pelos médicos cardiologistas Marco Costa, Luís Paiva e Manuel Santos.