O Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) deverá entrar em funcionamento em junho de 2024 no antigo ramal da Lousã, entre Serpins (Lousã) e Largo da Portagem (Coimbra), disse hoje o presidente da Metro Mondego (MM), noticiou há minutos a Agência Lusa.
Numa iniciativa em Miranda do Corvo, uma das vilas atravessada pelo projeto metrobus, que incluiu uma visita às obras, João Marrana adiantou que o sistema será estendido a Coimbra B e aos Hospitais da Universidade de Coimbra no final do próximo ano.
O arranque da operação suburbana, através de autocarros elétricos em via dedicada, estava marcado para o primeiro trimestre de 2024, mas agora foi revisto para junho de 2024.
Em janeiro, João Marrana ainda mantinha o arranque do troço suburbano para março de 2024, apesar de admitir, já na altura, a existência de empreitadas críticas que poderiam levar a uma derrapagem de prazos.
“Estes prazos são fiáveis e a nossa expectativa é conseguir cumprir estes prazos, mas há imponderáveis que não conseguimos prever. Ninguém contava que houvesse uma pandemia em 2020 e aconteceu e ninguém contava que houvesse uma guerra em 2022 e aconteceu”, sublinhou hoje o responsável.
O SMM “consiste na implementação de um ‘metrobus’, utilizando veículos elétricos a baterias que irão operar no antigo ramal ferroviário da Lousã, encerrado em janeiro de 2010, e na área urbana de Coimbra”, ligando esta cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo, numa extensão de 42 quilómetros.
Segundo João Marrana, está previsto que o primeiro veículo do metrobus, já homologado, chegue em novembro deste ano para testes no canal de circulação.
Após uma paragem de cerca de 10 anos sem obras no antigo ramal da Lousã, o presidente da MM reconhece que existe “um passivo muito grande em termos de credibilidade, que é preciso reconhecer com toda a franqueza, e as pessoas são céticas relativamente a este projeto”.
No final da visita a dois pontos de obra em Miranda do Corvo, após uma apresentação de todo o projeto, João Marrana salientou que apenas falta lançar a empreitada complementar para os equipamentos do Parque de Manutenção e Oficinas, que está a ser construído em Ceira.
Durante a apresentação, o administrador Eduardo Barata salientou que o metrobus vai proporcionar ligações de cinco em cinco minutos na zona urbana, de 10 em 10 minutos de Coimbra para Miranda do Corvo e de 15 em 15 minutos para a Lousã.
Em entrevista à agência Lusa, na quinta-feira, João Marrana afirmou que a empreitada entre Serpins e Alto de São João, apesar de muito atrasada face àquilo que era previsto (falhou o prazo inicial e a prorrogação inicialmente concedida), deverá estar concluída até ao final do presente ano.
O presidente da MM referiu também à Lusa que a empreitada do troço entre o Alto de São João e a Portagem não o preocupa, de momento, apesar de “algum atraso”, motivado sobretudo por algumas alterações ao projeto e por algumas das infraestruturas não estarem bem cadastradas.
De acordo com o presidente da Metro Mondego, a reformulação da intervenção em Coimbra-B levou a uma redução da sua intervenção no âmbito da empreitada do SMM.
“Houve uma reformulação do projeto para o tornar compatível com projeto de alta velocidade”, esclareceu.
Na conversa com a Lusa, João Marrana voltou a frisar que qualquer alteração substancial de trajeto do projeto, como é defendido por movimentos ambientalistas, levaria a uma perda de cinco anos ou mais na execução do projeto.
Sobre as empreitadas paralelas de infraestruturas que decorrem junto ao traçado do SMM, o responsável esclareceu que as redes de saneamento e de água têm de ser desviadas para fora do canal.
“Se houvesse uma rutura numa adutora, teria de se fechar o canal durante essa intervenção. Em todos os sistemas ferroviários ou de metro, é necessário desviar as infraestruturas para fora do traçado”, explicou. Por Agência LUSA.