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Advogado de ucraniano julgado em Viseu critica justiça portuguesa

O advogado de defesa do ucraniano acusado de ter matado um russo à facada em Viseu, em 2002, defendeu hoje que ele não andou fugido à justiça portuguesa e que esta é que “não foi cautelosa o suficiente”.

A leitura do acórdão estava marcada para hoje de manhã no tribunal de Viseu, mas a necessidade de traduzir ao arguido o relatório social para determinação da sanção levou à reabertura da audiência de julgamento.

Depois de, com a ajuda de uma tradutora, ter conhecido o teor do relatório, o ucraniano Sergiy Uvarov, de 47 anos, voltou a pedir perdão à família do russo David Iliutchenko e a manifestar o desejo de ajudar a família (mulher e duas filhas) que constitui depois de ter casado, em 2010.

Já o seu advogado, Elísio Lourenço, aproveitou para dizer que “a justiça não foi cautelosa o suficiente no sentido de que o arguido tomasse conhecimento dos seus direitos”.

Segundo o advogado, a morada de Sergiy Uvarov na cidade de Toretsk (quer em casa dos pais, quer depois na casa para onde se mudou quando casou) era conhecida, porque na Ucrânia qualquer cidadão é obrigado a informar o sistema policial da alteração de morada.

A justiça portuguesa só conseguiu localizar Sergiy Uvarov 20 anos depois. Ao tentar fugir da guerra na Ucrânia para se ir encontrar com a família em Itália, foi detido na fronteira com a Polónia e, desde então, tem estado em prisão preventiva.

Elísio Lourenço considerou que a justiça portuguesa “não foi diligente e isso tem consequências”, relacionadas com a declaração de contumácia.

Em Portugal, os prazos de prescrição interrompem-se com a declaração de contumácia (voltando ao início) e suspendem-se enquanto esta vigorar. Sem ela, os crimes de que Sergiy Uvarov está acusado estariam prescritos.

Para que alguém seja declarado contumaz, como aconteceu com Sergiy Uvarov, é necessário que tenham sido feitas as diligências necessárias para notificar o arguido, primeiro pessoalmente ou por carta registada e, se isso não for possível, depois por editais.

A defesa tentou provar que, mesmo que os pais do arguido tivessem recebido cartas, não as teriam entendido, uma vez que não foram traduzidas e a diferença dos alfabetos usados em Portugal e na Ucrânia impediria a compreensão até do próprio nome do filho. Também os editais não foram traduzidos.

Neste âmbito, tinha já apresentado uma queixa contra o Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, por entender que, não tendo estas tentativas de notificação sido válidas, a declaração de contumácia deve ser considerada nula.

Perante um tribunal de júri (constituído por três juízes do coletivo, quatro cidadãos efetivos e quatro suplentes), Sergiy Uvarov confessou, em novembro do ano passado, ter matado David Iliutchenko, numa casa de Viseu onde viviam cidadãos da Europa do Leste, mas argumentou que só pretendia empurrá-lo para o afastar.

Sergiy Uvarov está acusado de um crime de homicídio, de que foi vítima o russo David Iliutchenko, apontado como elo de ligação entre máfias de imigração ilegal. Está também acusado de dois crimes de homicídio na forma tentada, por alegadamente ter ferido os ucranianos Valeriy Bigvava e Igor Garcucha.

Segundo Sergiy, a morte de David Iliutchenko ocorreu no dia seguinte ao russo ter dado indicações para que ele, Boris Nikandrov e Roman Lysenko esperassem numa paragem de autocarro por uma pessoa de uma empresa de construção que lhes iria dar trabalho e alojamento.

Como não aparecia ninguém, ele e Boris telefonaram para David, que inicialmente lhes ia dizendo para esperarem e depois desligou o telemóvel. Os três acabaram por passar a noite junto ao cemitério, “sem dinheiro, sem água e sem comida”, e só na manhã seguinte conseguiram regressar a casa de autocarro, acrescentou.

De acordo com Sergiy, Boris terá sido espancado porque confrontou David com o facto de eles os três lhe terem pago dinheiro para ele lhes arranjar trabalho e não ter cumprido o acordado. Posteriormente, David também lhe bateu quando procurava o telemóvel para pedir ajuda para o amigo.

Sergiy disse que pagou 300 euros a “uma agência turística” da Ucrânia e depois mais 480 euros a David, que seria a pessoa encarregada de resolver “todas as questões” em Portugal. Do dinheiro que trouxe para Portugal, ficou apenas com cerca de 50 euros.

A leitura do acórdão ficou marcada para sexta-feira, às 15h30.

Ex-funcionária do Gabinete Médico-Legal de Aveiro julgada por desviar 12 mil euros

Uma antiga funcionária do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) vai começar a ser julgada na próxima semana no Tribunal de Aveiro por alegadamente se ter apropriado de mais de 12 mil euros da instituição.

A mulher, de 55 anos, está acusada de um crime de peculato, outro de falsificação de documento e outro de branqueamento de capitais.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, os factos remontam ao período entre 2006 e 2012, quando a arguida trabalhava como assistente técnica no Gabinete Médico-Legal de Aveiro, tendo a seu cargo o recebimento do pagamento relativo a exames particulares ali realizados.

O MP sustenta que, durante este período, a arguida apoderou-se de dinheiro proveniente dos exames médico-legais realizados na Delegação Médico-Legal em pelo menos 29 situações.

De acordo com a investigação, a arguida “recebeu dos utentes o valor de tabela relativo aos exames realizados e, alegando que não tinha multibanco disponível, conseguiu que os utentes pagassem tais exames em dinheiro ou por cheque, valores que não deu entrada em caixa, entregando-lhes falsos comprovativos de pagamento que também forjou”.

Ainda segundo os investigadores, a arguida terá usado contas bancárias suas e de familiares para fazer circular o dinheiro, apoderando-se dos valores que recebeu dos referidos utentes, no montante global de pelo menos 12.722,94 euros, valor que o MP requereu que seja declarado perdido a favor do Estado.

A trabalhadora foi expulsa do INML em março de 2014, na sequência de um processo disciplinar que lhe foi instaurado.

Lanches escolares em município da região de Coimbra têm o dobro das calorias recomendadas

Os lanches servidos a alunos do pré-escolar e 1.º ciclo num município não revelado do distrito de Coimbra apresentam um valor energético superior ao recomendado, concluiu um estudo realizado pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde hoje divulgado.

Segundo dados do estudo da ESTeSC, escola superior do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), a que a agência Lusa teve hoje acesso, “80% dos lanches servidos aos alunos do pré-escolar e 1.º ciclo apresentam um valor energético superior ao recomendado”, com os lanches da manhã a apresentarem um valor de calorias “quase duas vezes superior ao aconselhado, bem como quantidades desajustadas de proteína e gordura”.

Realizado no âmbito da pós-graduação em Nutrição, Alimentação Coletiva e Restauração da ESTeSC-IPC, o estudo decorreu ao longo de quatro meses e notou que, de acordo com as recomendações, o lanche da manhã de uma criança com idade entre os 03 e os 06 anos não deve exceder 140 quilocalorias (kcal).

Já no caso de crianças entre os 07 e os 10 anos, é recomendado um consumo máximo de 164 kcal.

“Ora, os lanches da manhã servidos naquele município apresentavam, em média, 266,5 kcal, havendo dias em que ultrapassavam as 300 kcal”.

Por outro lado, também a quantidade média de gordura e hidratos de carbono servidos apresentava valores superiores aos aconselhado: 9,5 gramas de gordura, em média, em vez das 4,5 gramas (03-06 anos) ou 5,5 gramas (07-10 anos) máximas recomendadas.

Os hidratos de carbono, onde se incluem os açúcares, quase duplicavam face aos valores recomendados para as crianças mais novas (mais 85%) e representavam mais 58% para os mais velhos, um problema, alegaram os autores do estudo, que se verificava de manhã e se repetia no período da tarde.

“O consumo de refeições intermédias híper energéticas, híper lipídicas e híper glucídicas contribui, a longo prazo, para o surgimento de obesidade e doenças crónicas associadas. Simultaneamente, poderá comprometer a ingestão completa da refeição subsequente (nomeadamente o almoço) com impacto no desperdício alimentar e comprometimento do aporte energético e nutricional diário”, alertou João Lima, docente da ESTeSC-IPC e um dos autores do trabalho.

De acordo com o especialista, citado na nota enviada à Lusa, tipicamente, as refeições intermédias da manhã no município em análise eram compostas por leite, acompanhado por pão com manteiga/queijo ou bolachas, enquanto os lanches da tarde tinham uma composição mais variada, podendo conter frutas/vegetais ou um queque tipo “madalena”.

“Ajustar quantidades (por exemplo, reduzindo o tamanho do pão servido) e o perfil nutricional dos alimentos permitiria equilibrar estas refeições”, defendeu João Lima, recomendando que o lanche das crianças inclua um laticínio, um fornecedor de hidratos de carbono (por exemplo pão, preferencialmente de mistura e não processado, ou, em sua substituição, frutos gordos e oleaginosos) e fruta ou hortícolas.

Os autores destacaram ainda que, na sequência da realização do estudo, o município em causa “realizou algumas alterações interessantes” na composição dos lanches das crianças, substituindo o queque – “um alimento que, além de calórico, é processado” – por pão com manteiga de amendoim, indicou o docente da ESTeSC.

Para além de João Lima, participaram na elaboração do estudo Rita Melo, Ana Lúcia Baltazar, Ezequiel Pinto e Sónia Fialho, tendo sido analisadas as refeições intermédias (100 de manhã e 130 à tarde) fornecidas às crianças no município em questão.

Denominado, em inglês, “Are intermediate school meals a real contribution to improve a healthy and sustainable diet?”, o trabalho da ESTeSC-IPC foi publicado no British Food Journal.

Homem morre em acidente com trator agrícola em Torres Vedras

Um homem morreu hoje vítima de um alegado despiste do trator agrícola que operava em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, disse o comandante dos bombeiros locais.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, Hugo Jorge, explicou à agência Lusa que o acidente com o trator ocorreu num terreno agrícola junto a uma empresa de madeiras na periferia da cidade de Torres Vedras.

Quando chegaram ao local, pelas 11h35, os bombeiros encontraram a vítima, um homem entre os 50 e os 60 anos, junto ao trator com que estava a trabalhar, apontando para um eventual despiste do veículo.

A vítima faleceu no local do acidente.

A Autoridade para as Condições de Trabalho esteve no local a investigar as causas do acidente.

No local, estiveram 13 operacionais e cinco viaturas, entre as quais a Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Torres Vedras e meios dos bombeiros e da GNR.

Metrobus entre Serpins e Coimbra em funcionamento no final do ano – Metro Mondego

O presidente da Metro Mondego, João Marrana, garantiu hoje que a primeira fase do Sistema de Mobilidade do Mondego, entre Serpins (concelho da Lousã) e a Portagem (concelho de Coimbra), entrará em funcionamento no final do ano.

“A nossa expectativa é que no final do corrente ano se possa colocar em serviço a primeira fase, operando o metrobus entre Serpins, no Concelho da Lousã, e a Portagem no Concelho de Coimbra”, evidenciou.

A garantia do presidente da Metro Mondego foi deixada ao final da manhã de hoje na Antiga Estação Ferroviária da Lousã, depois de uma visita às obras do Sistema de Mobilidade do Mondego, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, bem como da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Nesta ocasião, João Marrana fez o ponto de situação do projeto, que tem atualmente em curso quatro empreitadas das infraestruturas de base da responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (IP), bem como a empreitada de fornecimento de sistemas técnicos, adjudicada pela IP e pela Metro Mondego.

Em curso está também a intervenção no canal da Baixa da cidade de Coimbra, o fornecimento de material circulante e dos respetivos sistemas de carregamento, o fornecimento e instalação dos abrigos de passageiros, a empreitada de construção dos postos de transformação, o fornecimento do sistema de bética e a construção do parque de materiais e oficinas.

“Todas estas intervenções, que correspondem a um investimento global de cerca de 200 milhões de euros, são um pouco como as peças de um relógio. Podem ser maiores ou menores, mas todas têm que estar prontas e no seu lugar para que o sistema possa funcionar”, sustentou.

Para que a primeira fase das obras esteja concluída, “muitos passos importantes terão ainda de ser dados”.

Entre eles figuram a conclusão da componente das instalações físicas da empreitada entre Serpins e Alto de João e Alto de São João e Portagem, bem como ultimar a colocação dos abrigos e terminar a empreitada do parque de materiais e oficinas.

No que concerne aos equipamentos e sistemas, será necessário efetuar a receção e os testes de integração dos veículos, num total de 35, “o que deverá acontecer a partir do próximo mês”.

No seu entender, a colocação em serviço do Metrobus irá melhorar de forma muito expressiva as ligações entre Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo.

“Vai servir uma procura da ordem dos 13 milhões de passageiros por ano. Vão ter acesso a um meio de transporte transporte acessível, oferecendo um elevado padrão de conforto, com uma frequência muito superior à atual e articulando-se com os restantes operadores através de um sistema de bilhete e tarifário integrados”, apontou.

João Marrana destacou ainda que, para além da população passar a dispor de melhor mobilidade, a região terá também maior atratividade.

“A pegada ecológica do sistema de transporte irá ser expressivamente reduzida”, concluiu.

Arouca Rafting Summit de regresso: o rio Paiva e as águas bravas são atrativo de inverno

As águas bravas do rio Paiva vão estar ainda mais agitadas com a 4.ª edição do Arouca Rafting Summit que decorre entre 24 e 28 de janeiro. Com um programa diversificado para promover as águas bravas em geral e a modalidade de rafting praticada no rio Paiva em particular, adrenalina, aventura, coordenação, destreza, força, espírito de equipa e segurança serão as palavras de ordem nestes dias.

O evento inicia-se com a descida inclusiva “Rafting para Todos” destinada a pessoas com deficiência visual e com a atividade “Rafting com Futuro”, na qual os alunos do 12.º ano dos agrupamentos de escolas de Arouca e de Escariz vão fazer uma descida de rafting para melhor conhecerem a modalidade naquela que é considerada pelos especialistas a melhor e mais completa pista de águas bravas do país, o rio Paiva.

Destaque ainda para o seminário e simulacro de resgate e salvamento “Heli resgate em montanha”, que está marcado para 26 de janeiro (sexta-feira) e é destinado aos responsáveis das empresas de animação turística, clubes e associações desportivas e forças de segurança. Estão previstas intervenções de representantes da Força Aérea Portuguesa e da ANEPC – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. A participação é gratuita, limitada e sujeita a inscrição prévia obrigatória até 25 de janeiro em https://forms.gle/rKvPe9Zq4ZAK2Fzr6.

À inclusão e à formação, o Arouca Rafting Summit volta a juntar a vertente competitiva. A Taça de Portugal de Rafting – Open”, organizada pela Federação Portuguesa de Canoagem, vai decorrer a 27 de janeiro (sábado). A atividade está sujeita a inscrição em www.fpcanoagem.pt.

O Arouca Rafting Summit encerra com uma descida promocional, a 28 de janeiro, e que se destina a entidades públicas e privadas com intervenção na área do turismo.

“O Paiva é uma das melhores pistas de águas bravas da Europa e com o Arouca Rafting Summit quisemos, desde o primeiro momento, mostrar as potencialidades do nosso património natural, neste caso o rio Paiva e o rafting, mostrando que mesmo no inverno são várias e memoráveis as experiências a viver por quem nos visita, mas também por quem cá vive, como os nossos jovens que, muitas vezes, fazem o seu batismo de rafting neste evento”, refere a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém. A autarca, aludindo ao facto de este ser um evento promovido em parceria com empresas locais de animação turística com oferta de atividades de rio, destaca o caráter formativo do evento. “Somos um destino turístico de excelência, pelo que é fundamental a capacitação de quem opera no terreno, daí a relevância de ações como o seminário e simulacro de resgate com recurso a meios aéreos, que promovemos pela primeira vez”, afirma.

O Arouca Rafting Summit é organizado pela Câmara Municipal de Arouca em parceria com a Federação Portuguesa de Canoagem, Clube do Paiva, Just Come, LusoRafting, NaTour Way e AGA – Associação Geoparque Arouca, e conta com o apoio do Clube de Canoagem e Águas Bravas de Portugal, da Junta de Freguesia de Alvarenga e da União de Freguesias de Canelas e Espiunca.

Arouca Rafting Summit 2024 | Programa

24 de janeiro (quarta-feira)

10h00 – 14h30 | Rafting para Todos – Atividade de rafting inclusiva

Público-alvo: Pessoas com deficiência visual

Troço: Paradinha – Areinho

25 de janeiro (quinta-feira)

10h00 – 14h30 | Rafting com Futuro – Atividade rafting com alunos do 12.º ano dos agrupamentos de escolas de Arouca e de Escariz: ação de divulgação e de sensibilização para prática da modalidade

26 de janeiro (sexta-feira)

9h30 – 16h30 | “Heli Resgate” em Montanha: seminário e simulacro de resgate e salvamento com meio aéreo

Participação gratuita sujeita a inscrição obrigatória até 25 de janeiro em https://forms.gle/rKvPe9Zq4ZAK2Fzr6

Auditório de Alvarenga e aldeia de Espiunca

Público-alvo:Empresas de animação turística, clubes, associações, forças de segurança

27 de janeiro (sábado)

8h00-16h30 | Taça de Portugal de Rafting – Open

Área de Recreio e Lazer deEspiunca

Inscrição em www.fpcanoagem.pt

Público-alvo:atletas federados

28 de janeiro (domingo)

9h30 – 14h30 | Rafting Promo – Atividade promocional de rafting

Rio Paiva

Programa sujeito a alterações.

Este fim de semana temos mais uma edição do Raid BTT Lagoas de Mira

Organizado pela Associação Cicloturística do Cabeço de Mira (ACCM), o Raid BTT Lagoas de Mira é já uma referência na região e na modalidade e conta, este ano, com a participação de 930 atletas inscritos nos diversos escalões.


O evento começa no final da tarde de sábado, dia 13 de janeiro, com um prólogo noturno na Praia de Mira, com início agendado para as 18h30, junto ao palco da Barrinha e que servirá para definir o acesso às boxes de partida da prova principal.


A prova rainha deste Raid BTT tem início marcado para as 9h30 de domingo, dia 14 de janeiro,
sendo a zona de concentração dos atletas no Jardim do Visconde, local da Partida/Meta.
O percurso definido passará por várias localidades do concelho e encontra-se dividido em duas
distâncias, o Raid com 55 Km e uma prova mais curta, o Raid 35 Km.


A organização alerta que existirão alguns condicionamentos ao trânsito em diversas vias do
concelho, durante o decorrer de ambas as provas, estando o centro da vila de Mira cortado no
início do Raid, solicitando a todos os condutores prudência e colaboração para que este seja, mais uma vez, um evento de sucesso.


Como é habitual, o Raid BTT Lagoas de Mira tem associado uma causa solidária, desta forma, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mira, será novamente a entidade
beneficiária.


Este é um evento organizado pela Associação Cicloturística do Cabeço de Mira e pela sua equipa de Btt, a ACCM BTTEAM, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Mira e das 4 Juntas de freguesia do concelho.

Câmara de Coimbra vê na alta velocidade uma obra estratégica para o concelho 

A Câmara de Coimbra considera a alta velocidade uma obra estratégica que deve avançar rapidamente, mesmo que tenha alguns impactos negativos no concelho, como é o caso da Quinta das Cunhas, localidade que pode desaparecer.

Quando Estrela Dias, de 70 anos, soube que a sua casa poderia ir abaixo com a alta velocidade, no verão de 2023, teve “um ataque de coração” e teve de ir ao hospital.

Desde então, a habitante da Quinta das Cunhas, que viveu sempre naquela localidade junto à fronteira do concelho de Coimbra com o de Condeixa-a-Nova, tem precisado de medicação para dormir à noite, face à possibilidade de quase toda a localidade, com cerca de uma dezena de habitações e uma população de 15 a 20 pessoas, poder desaparecer.

“A casa é reles, mas, mesmo reles, fui eu que a fiz, mais o meu marido. Agora, ao fim de tanto tempo, e a vida cara, a gente vai ficar sem casa?”, disse à agência Lusa Estrela Dias.

O projeto da alta velocidade, cujo traçado em Coimbra, na zona sul, não acolheu a opção defendida pelo município, prevê a possibilidade de demolição de cerca de 60 habitações no concelho.

“Em todos os concelhos atravessados pela alta velocidade vai haver pessoas afetadas e isso é inevitável. O que é necessário é garantir que essa afetação seja mínima e que as pessoas sejam devidamente recompensadas para poderem retomar as suas vidas no local o mais próximo possível de onde viviam com as mesmas ou até melhores condições do que as que tinham”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (liderada pelo PSD).

Face à possibilidade de demolições, o município criou um gabinete de apoio para acompanhar essas situações, tendo já recebido três munícipes.

No entanto, para o autarca, os efeitos positivos deste investimento para o concelho superam, em larga medida, os seus impactos negativos.

A alta velocidade, para José Manuel Silva, é um investimento fundamental para Coimbra e tem de avançar “no mais curto espaço de tempo”.

Este investimento já “vem a ser discutido há muitos anos e é essencial para Portugal avançar rapidamente com este projeto e, para Coimbra, é de uma importância estratégica”, vincou.

O autarca recordou que a alta velocidade aproxima Coimbra “de dois aeroportos”, que passam a servir a cidade de “forma direta, com os mesmos tempos que acontecem em praticamente todas as cidades da Europa”.

Para além de um aproximar ao Porto e a Lisboa, o projeto prevê também a construção de uma estação intermodal em Coimbra-B.

Para além dos impactos positivos associados à própria alta velocidade, a região poderá vir a ganhar com o descongestionamento da Linha do Norte, que será duplicada na chegada a Coimbra, notou à Lusa o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco (eleito por um movimento de cidadãos).

Naquele concelho, foi escolhida a opção que menos impactos trará e, mesmo com alguns prejuízos sobretudo em zonas de vinha, o município salienta que os benefícios suplantam os impactos negativos.

“A nossa ligação a Coimbra tem de ser através da ferrovia. […] É fundamental a libertação deste corredor para a Linha do Norte ser uma linha mais urbana”, salientou.

Ainda sem projeto de execução, na Quinta das Cunhas a população agarra-se à esperança de que possa vir a ser evitada a demolição das casas.

O presidente da União de Freguesias do Ameal, Taveiro e Arzila, Jorge Mendes (CDU), salienta essa mesma esperança de que o projeto possa ser revisto, uma vez que aquela localidade “está rodeada de floresta e um desvio de 100 ou 200 metros deixaria de passar por cima das casas”.

“Temos a convicção de que isso vá acontecer”, notou, recordando que as reuniões preparatórias com a Câmara de Coimbra e Infraestruturas de Portugal também apontam para essa possibilidade, em fase de projeto de execução.

Manuel Vaz, que nasceu e morou praticamente a vida toda na Quinta das Cunhas, também se agarra às palavras dos técnicos da Infraestruturas de Portugal que lhe asseguraram que poderia ser possível evitar as demolições.

Entre dúvidas, o habitante pede, ao menos, que se avance com o projeto.

“Eu tenho 63 anos. Se é para arrancar e é por aqui, então que se arranque o mais rápido possível. Se é para parar e daqui a dez anos voltar-se ao mesmo, terei muito mais dificuldades. É uma obra pública que até é útil para o país. Se é para passar, que passe agora”, vinca.

Para Manuel Vaz, sobretudo mói-lhe um certo impasse, que parece agora desfeito depois da luz verde do PSD dada no Parlamento para que o Governo avance com o concurso.

“Eu comprei tintas para umas divisões em que fiz obras recentes, e essas divisões estão por pintar e tenho as tintas e não tenho a coragem para fazer nada. Não me deu vontade para fazer. Vou fazer para amanhã estragar? Não vale a pena. Portanto, para ser, que seja agora, mas que haja a hipótese – e acho que há – de virar a página [e mudar o traçado]”, afirmou.

Algumas marcas de vinho da Bairrada podem acabar com a alta velocidade

O presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada garante que o atual projeto de alta velocidade, que atravessa uma longa mancha de vinha da região, pode pôr em causa marcas que são o “carro chefe” de um grupo ou empresa de vinhos.

“[O projeto de alta velocidade] pode ser determinante para que possam desaparecer marcas, marcas que temos que são dependentes da existência desta ou daquela vinha e que podem desaparecer por desaparecerem as condições de produção que existem”, disse à agência Lusa Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB).

Do traçado já definido (que reserva um corredor que será depois afinado), a linha de alta velocidade terá “um impacto muito grande” numa mancha praticamente contínua de vinha da Bairrada, que se estende “ao longo do concelho da Anadia, tocando também no concelho de Cantanhede e, ligeiramente, no concelho de Oliveira do Bairro”, notou.

Para Pedro Soares, mais importante do que o impacto direto num número de hectares de vinha que possam vir a ser expropriados, os efeitos sentir-se-ão nos solos “que vão ficar mexidos” e na alteração da paisagem, quando a Bairrada tem apostado cada vez mais no enoturismo.

“Do ponto de vista ambiental, vamos estar a mexer em cursos de água, vamos alterar aquilo que é o ecossistema existente no solo e, por conseguinte, vamos estar a alterar as condições desse solo para a prática da vitivinicultura”, aclarou.

Sem querer referir que marcas poderão ser afetadas, Pedro Soares explicou que “o valor criado à volta do vinho está relacionado com a narrativa e com a história que se pode contar à volta desse vinho”.

“Há marcas de vinho que são marcas relacionadas com a existência desta ou daquela propriedade e algumas podem ser afetadas direta ou indiretamente pela passagem da alta velocidade”, alertou.

Pedro Soares realçou que é também importante definir como serão ressarcidas empresas e produtores que podem ver ameaçadas propriedades assentes num trabalho “com mais de 80, 100 ou 120 anos” e marcas construídas que, vendo desaparecer uma determinada vinha, “podem também vir a desaparecer”.

“Se a vinha não existe, acabou a narrativa e acabou aquele vinho e aquela história”, constatou, salientando que essas propriedades pequenas são, por vezes, “a bandeira de uma região para o comércio e para o mundo” e “o carro chefe que ajuda a colocar valor nas restantes marcas” de uma determinada empresa.

Outra grande preocupação para a CVB centra-se na possibilidade de a alta velocidade poder afetar a paisagem característica da Bairrada e, por conseguinte, ter impactos na aposta feita no enoturismo. Pedro Soares disse ter conhecimento de um negócio “que caiu pela definição do traçado”.

A agência Lusa tentou obter declarações por parte da presidente da Câmara de Anadia, um dos municípios que mais criticou o traçado proposto para a alta velocidade, mas a autarca não se mostrou disponível para falar.

Preparado? Depois da “massa de ar polar”, vem aí “chuva” em todo o país

No sábado, há “probabilidade de ocorrência de precipitação” na zona litoral, que se ‘alastra’ a todo o território continental durante o dia de domingo.

Os próximos dias vão ser de muito frio, na sequência da chegada de “uma massa de ar polar” que irá afetar (ainda mais) Portugal Continental.

Esta massa de ar polar traz “menos humidade, menos probabilidade de precipitação e céu limpo”, contudo, será na noite de quinta-feira que se vai sentir “os efeitos da temperatura mais baixa”, principalmente na região Norte e Centro do país, segundo o meteorologista Alessandro Marraccini do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) em declarações à TVC.

Na noite de quinta para sexta-feira, o IPMA ativou um aviso meteorológico de tempo frio para Bragança e Guarda, distritos que podem registar mínimas de -3 e -7 graus, respetivamente. O alerta estará em vigor da meia-noite de amanhã até às 23 horas de sexta-feira.

As temperaturas negativas podem afetar a região Norte e Centro, enquanto o Litoral e o sul do país podem registar até zero graus. 

Na madrugada de sexta-feira, a mínima prevista para Lisboa são de 5 graus.

O meteorologista detalha ainda que o tempo frio vai manter-se em território continental até sexta-feira, com um aumento gradual de temperatura durante o fim de semana.

No sábado, há “probabilidade de ocorrência de chuva” na zona litoral, que se ‘alastra’ a todo o território continental durante o dia de domingo.

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