A Docapesca vai investir 1,3 milhões de euros na construção de um pavilhão industrial na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, para apoio ao tratamento, conservação e congelação de pescado.
De acordo com o Portal Base, a empreitada foi consignada na quarta-feira, por 1.180.084,30 euros – mas a este valor acrescem a fiscalização da obra e projeto de execução – com cofinanciamento do programa operacional Mar 2020.
Em resposta à agência Lusa, o presidente do conselho de administração da Docapesca explicou que a abundância de recurso na Figueira da Foz “disponibiliza elevadas quantidades de pescado para a primeira venda (lota) num curto período, originando constrangimentos ao escoamento de pescado e a uma tendência de redução do respetivo preço de venda”.
“Uma das formas de melhorar o escoamento do produto e incrementar o preço da primeira venda, consiste em reforçar as infraestruturas, através da construção de um novo pavilhão, que permita o tratamento e conservação de pescado, desfasando assim o momento da captura daquele em que se realiza a sua introdução no mercado”, explicou Sérgio Faias.
O administrador salientou que o novo pavilhão vai contribuir para “um maior equilíbrio dos preços na primeira venda, aumentando o retorno económico para a produção (armadores e pescadores locais) e induzindo assim uma redução do esforço de pesca”.
Uma das principais atividades desenvolvidas no porto de pesca da Figueira da Foz relaciona-se com a descarga e comercialização do pescado capturado através da arte de cerco.
“Esta arte de pesca caracteriza-se pela captura de cardumes em migração, facto que leva a que, quando identificados, a frota se concentre num mesmo porto durante o período em que a espécie é aí abundante”, referiu Sérgio Faias.
O presidente da Docapesca realçou que o porto de pesca da Figueira da Foz acolhe anualmente um movimento de cerca de 300 embarcações para descarga de pescado da arte de cerco.
Em 2022, foram transacionadas 7,2 mil toneladas de pescado na lota da Figueira da Foz, dos quais 80% são espécies-alvo desta arte de pesca (sardinha, biqueirão, carapau e cavala), “o que demonstra o potencial de sustentabilidade económica da atividade e justifica a necessidade de construção do referido pavilhão”.
O pavilhão a construir terá uma área de implantação de cerca de 1.000 metros quadrados, no qual, em plena atividade, poderão operar até 50 trabalhadores.
A empreitada tem um prazo de execução de 330 dias, pelo que o pavilhão deve estar concluído e pronto a operar no final do primeiro semestre de 2024.
A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. é a entidade responsável pela prestação do serviço público de organização da primeira venda de pescado fresco (lota) e da gestão dos portos de pesca em Portugal continental.