A criminalidade violenta e grave na área de intervenção da PSP no distrito de Aveiro desceu 20%, em 2022, comparativamente com 2019, último ano antes da pandemia de covid-19, revelou hoje aquela força policial.
Os dados foram apresentados durante a sessão solene do 136.º aniversário do Comando Distrital de Aveiro da PSP, que decorreu esta quarta-feira no Teatro Aveirense, em Aveiro.
No seu discurso, a comandante distrital da PSP, Virgínia Cruz, apresentou os principais indicadores da atividade policial no ano passado, tendo referido que a criminalidade geral desceu 1%, comparativamente com 2019.
“Os crimes contra o património e contra as pessoas foram os mais participados e representam 83,3% da criminalidade geral”, referiu a mesma responsável, acrescentando que houve um acréscimo de 45 detenções em flagrante delito, comparativamente com 2019, e de 39 no total geral das detenções, em flagrante e por mandado, que totalizou, 758.
Quanto à criminalidade violenta e grave, a PSP registou um decréscimo de 20% no ano passado, relativamente a 2019, tendo sido participados cerca de 0,37 crimes violentos por dia.
Os crimes mais participados foram o roubo a pessoas na via pública, o roubo por esticão, a extorsão, as ofensas à integridade física graves e a resistência e coação sobre funcionário.
No mesmo período, foram realizadas 138 buscas, 82 domiciliárias e 56 não domiciliárias, tendo sido decretadas 16 medidas de coação de prisão preventiva em inquéritos organizados por este comando.
Virgínia Cruz destacou ainda o facto de o crime de violência doméstica continuar a ser o mais participado na área de responsabilidade da PSP, tendo correspondido, em 2022, a 8,5% da totalidade da criminalidade denunciada.
Apesar do decréscimo de 5,75%, relativamente a 2019, a comandante defendeu que esta problemática “continua a impor maior divulgação, consciencialização e respostas integradas em especial na fase da prevenção do fenómeno”.
A responsável deu ainda conta da falta de equipamentos nas esquadras, devido a limitações orçamentais, adiantando que continuam a haver polícias “sem colete balístico, sem bastão, sem gás pimenta, ou sem arma de nove milímetros por falta de coldres”, uma situação que “compromete a exigência de uma cultura de autoproteção”.
Referiu ainda que na área dos sistemas de informação e comunicações, os equipamentos estão a atingir “um nível de criticidade elevado”, adiantando que os polícias reclamam “com grande pertinência e urgência” equipamentos informáticos, quantidade e qualidade de consumíveis de impressão e máquinas fotográficas.
Na mesma ocasião, o vice-presidente da Câmara de Aveiro, Rogério Carlos, solicitou a realização de obras de melhoramento nas instalações da PSP no Griné, por forma a acolher o Comando Distrital, que está atualmente alojado no edifício do antigo Governo Civil.
O autarca assumiu o objetivo estratégico de libertar estas instalações para o Tribunal, adiantando que a câmara já está também a trabalhar com a Proteção Civil, outro dos inquilinos daquele espaço, para irem para “outro local com qualidade”.
A PSP de Aveiro abrange cinco cidades (Aveiro, Espinho, Ovar, Santa Maria da Feira e São João da Madeira), servindo cerca de 151.700 cidadãos, em 120 quilómetros quadrados de área.