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Verão de abril. Termómetros chegam hoje aos 29ºC em várias regiões

No fim de semana prevê-se que as temperaturas aumentem ainda mais, pelo menos em alguns distritos.

Temperaturas que se assemelham às de verão chegam esta quinta-feira em força a um pouco por todo o país. Apesar de estarmos em meados de abril, os termómetros vão chegar aos 29ºC em várias regiões. Só nos Açores é que as temperaturas permanecem amenas e as previsões apontam para chuva. No restante país o sol brilhará com apenas algumas nuvens altas.

As zonas mais quentes serão, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Braga, Leiria, Santarém, Setúbal e Funchal, com 29ºC.

Lisboa, Sagres e Faro chegarão aos 28ºC e Viana do Castelo, Porto, Coimbra, Castelo Branco, Évora, Beja, Sines aos 27ºC.

Já os distritos mais frescos serão Guarda, com 21ºC, e Vila Real, com 23ºC de temperaturas máximas.

Contudo, tal como reporta o IPMA, as temperaturas mínimas continuam baixas, prevendo-se uma descida drástica dos termómetros do dia para a noite. Em alguns distritos, como Braga e Leiria prevê-se mesmo uma oscilação de 20ºC, passando dos 29ºC de máxima para os 9ºC de mínima.

Cenário idêntico espera-se para sexta-feira e para o fim de semana, sendo que no sábado as temperaturas devem mesmo chegar aos 30ºC em algumas regiões do país, como Santarém.

Belmonte quer investir 850 mil euros na remodelação de quatro museus

A Câmara de Belmonte pretende remodelar o Museu dos Descobrimentos, o Ecomuseu do Zêzere, o Castelo da vila e fazer uma “pequena intervenção” no Museu do Azeite, num investimento global de cerca de 850 mil euros.

A informação foi adiantada à agência Lusa pelo presidente do município, António Dias Rocha, que prevê ter os processos concluídos até maio, para entregar as candidaturas a fundos comunitários.

Segundo o autarca socialista, as obras no Museu dos Descobrimentos vão rondar os 400 mil euros, a candidatura do Ecomuseu do Zêzere será na ordem dos 250 mil euros, reformular a estrutura museológica do Castelo representa um investimento de 150 mil euros e a intervenção no Museu do Azeite 50 mil euros.

Dias Rocha aludiu à evolução nas novas tecnologias, à importância de incorporar novas soluções, disse que os espaços “vão ter uma imagem diferente, nomeadamente na parte dos equipamentos” e que é necessário “modernizar” os museus de Belmonte (distrito de Castelo Branco).

“Também haverá pequenas alterações de programação e serão feitas remodelações nos espaços que precisarem”, disse o autarca, segundo o qual as estruturas, apesar de disporem de elementos interativos e integrarem tecnologia, “era altura de terem uma lavagem” e alguns conteúdos e equipamentos novos.

O presidente da Câmara de Belmonte destacou a importância dos museus e do turismo para a vila, tal como dos “muitos visitantes”, e salientou a importância de criar condições para tornar esses espaços e a localidade “mais atrativos”.

Dias Rocha mencionou os alunos de muitas escolas de todo o país que visitam Belmonte, tal como muitos estrangeiros.

Um dos propósitos das alterações previstas é também fazer com que quem já visitou os museus tenha vontade de o voltar a fazer e ter uma nova experiência.

As obras estão previstas depois de já ter sido reformulado o Museu Judaico de Belmonte, onde existe uma comunidade há “mais de 600 anos” e a presença de uma sinagoga.

Dada a importância do turismo na vila, o autarca quer também criar condições para aumentar o tempo de permanência dos visitantes de 1,5 dias “para o dobro”.

“Também precisamos de mais camas, tem de se fazer esforço no sentido de tentar mobilizar empresários que queiram acreditar nas potencialidades do nosso concelho e que venham investir, proporcionando novas condições, desde terrenos à melhoria do não pagamento de alguns dos impostos municipais que temos”, acrescentou Dias Rocha.

O autarca frisou que, após a pandemia, se verificou uma retoma no turismo, apesar da guerra entre Israel e a Palestina, que afastou muitos visitantes judeus.

“Estamos a ser cada vez mais procurados”, afirmou Dias Rocha.

No primeiro trimestre deste ano os sete museus de Belmonte registaram a visita de 21 mil pessoas, a maioria das estrangeiras provenientes do Brasil, Estados Unidos da América e Espanha, com uma quebra de turistas israelitas.

Em 2023 os museus da vila registaram um aumento de 28% no número de visitantes, face ao ano anterior, com 109 mil entradas, apesar de vários cancelamentos a partir de outubro devido à guerra no Médio Oriente.

A expectativa é que se atinjam os números pré-pandemia, em 2019, ano em que 139 mil turistas entraram nos museus.

Exames do 9.º ano realizam-se este ano “excecionalmente” em papel

Provas de Aferição continuam a ser realizadas em formato digital, anunciou o ministério da Educação.

As provas finais do 9.º ano realizam-se este ano letivo, “excecionalmente”, em formato papel “para garantir equidade a todos os alunos”, anunciou o ministério da Educação, esta quinta-feira, num comunicado enviado à TVC.

Já as provas de aferição continuam a ser realizadas em formato digital.

O anúncio foi feito também pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante o debate do programa do XXIV Governo Constitucional, na Assembleia da República (AR).

De acordo com a nota do Governo, a decisão foi tomada após um encontro, na segunda-feira, com o Conselho das Escolas, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).

“Nessas reuniões, a equipa governativa do MECI foi informada da posição dos diretores escolares sobre a grave falta de garantias de equidade para os alunos, sendo esta particularmente preocupante para a realização das provas finais do 9.º ano, que têm efeitos na avaliação final”, lê-se no comunicado.

Incêndio em pavilhão de Vale de Cambra destruiu zona de equipamentos

Um incêndio ocorrido hoje no pavilhão municipal de Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, destruiu completamente a zona onde estão guardados os equipamentos desportivos, comprometendo a utilização daquela estrutura, informou fonte dos Bombeiros.

O alerta para o incêndio urbano foi dado cerca das 13:30, tendo sido mobilizados para o local 14 operacionais apoiados por sete viaturas.

Em declarações à Lusa, o comandante dos Bombeiros de Vale de Cambra, Victor Machado, disse que o incêndio teve origem num curto-circuito, na zona onde estão guardados os equipamentos desportivos.


“A zona dos equipamentos ficou completamente destruída e ficou comprometido o pavilhão para a realização de atividade desportiva”, disse o mesmo responsável.

O comandante informou ainda que o incêndio foi dado como resolvido pelas 15:30.

O Pavilhão Municipal de Vale de Cambra é uma instalação desportiva, integrada no Complexo Desportivo das Dairas, para a prática de modalidades coletivas como basquetebol, hóquei em patins e futsal.

Festival Gouveia Art Rock 2024 esgotado

O melhor Festival de Música Progressiva da Europa regressa a Gouveia, entre os dias 03 e 05 de maio de 2024, garantindo aos entusiastas do prog rock, concertos memoráveis e uma verdadeira celebração cultural.

O Gouveia Art Rock é uma organização do Município de Gouveia, em parceria com a Orquestra Ligeira de Gouveia, e transformou-se, nos últimos anos, num Festival de referência da música progressiva à escala mundial. Trata-se de um evento totalmente pioneiro em Portugal, sendo o único evento dedicado ao rock progressivo (também abreviado para prog rock ou simplesmente prog), um estilo de música rock com influências da música clássica e do jazz, que surgiu no fim da década de 60 em Inglaterra.


Para esta 17ª edição foi preparado um cartaz, que marcará, indelevelmente, o Festival, após 4 anos de interregno, mantendo a qualidade habitual, com uma aposta forte na nova geração de músicos da Música Progressiva mundial e os grandes nomes que construíram a história do Rock Progressivo.


Assim de 3 a 5 de maio o Festival retorna, mantendo o mesmo figurino quanto a espaços e atividades.


O cartaz do Festival Gouveia Art Rock terá no seu alinhamento Hedvig Mollestad Trio (Noruega), Gryphon (Inglaterra), Seven Impale (Noruega), Imthemorning (Russia), Kadri Voorand & Mihkel Mälgand (Estónia), Ketil Bjørnstad (Noruega), Gong (Inglaterra), Syndone (Itália), David Cross Band (Inglaterra) e Steve Hogarth (Inglaterra).

Para além dos concertos realizados no Teatro Cine de Gouveia, o Festival contempla, também, atividades culturais abertas à comunidade, como a cerimónia de abertura, no dia 03 de maio, pelas 19h00, nos Paços do Concelho, com um solo da pianista da Estónia Kadri Voorand.

No dia 05, pelas 11h00, na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, decorrerá um debate moderado por Thomas Olsson, (Universidade de Lund, Suécia), com a participação de músicos e críticos presentes no festival e, pelas 17h00, na Igreja de São Pedro, terá lugar um recital do pianista norueguês Ketil Bjørnstad.


Paralelamente, o Festival contará ainda com outras atividades, nomeadamente, a Feira do Disco, Cartaz, Memorabilia e Merchandising, nas Galerias do Teatro Cine, onde também estará patente uma Exposição Fotográfica alusiva ao Gouveia Art Rock, bem como uma instalação sonora, da Estrutura Sonoscopia, denominada Phobos – Orquestra Robótica Disfuncional.

Retoma do Projeto “A Música no Lugar Certo” no IPO de Coimbra

No próximo dia 12 de abril, pelas 14H30m, vai retomar-se, no Internamento de Especialidades Cirúrgicas 2, uma nova série de concertos integrados no Projeto “A Música no Lugar Certo”.

O Projeto “A Música no Lugar Certo” é um projeto que decorre no Internamento das Especialidades Cirúrgicas 2, dirigido a doentes com cancro da mama.

Tem como objetivo promover o bem-estar físico e emocional das doentes e dos profissionais de saúde, através da música, ampliando assim o acesso à fruição cultural no ambiente clínico.

A Orquestra sem Fronteiras, em colaboração com o IPO de Coimbra, apresenta uma série de concertos de música de câmara, interpretados pelo Quarteto Transversal.

Estes concertos, apoiados pelo BPI | Fundação “La Caixa”, convidam o público a ouvir o repertório, conviver e conversar sobre o que a música e o momento lhe sugerirem.

Será divulgada, oportunamente, informação com as datas dos próximos concertos.

Governo confirma intenção de acabar com o 2.º ciclo do ensino básico

O Programa do Governo, hoje entregue na Assembleia da República, confirma a intenção de reestruturar os ciclos do ensino básico e de integrar os 1.º e 2º ciclos, uma proposta que já constava do programa eleitoral da Aliança Democrática.

O objetivo, refere o documento, é “alinhar com a tendência internacional e garantir uma maior continuidade nas abordagens e um desenvolvimento integral dos alunos”.

Esta alteração também já tinha sido sugerida por uma especialista no relatório “Estado da Educação 2022”, do Conselho Nacional da Educação. Na altura, o presidente do órgão consultivo, Domingos Fernandes, explicou que a transição do 4.º para o 5.º ano é bastante brusca e marcante negativamente para os alunos.

O fim do 2.º ciclo não é a única medida que mexe nos currículos, e o Governo pretende olhar para os conteúdos do 1.º ao 12.º anos.

Desde a flexibilização das cargas letivas obrigatórias à inclusão de Inglês no 1.º ciclo, o executivo tenciona desenvolver um “currículo centrado no conhecimento científico e cultural”, prevendo também a introdução da coadjuvação na educação física no 1.º ciclo e o reforço do ensino experimental das ciências.

Os alunos podem também contar com mudanças na avaliação externa, com novas provas de aferição nos 4.º e 6.º anos  a Português, Matemática e a uma terceira disciplina rotativa a cada três anos, em substituição das provas de aferição atualmente em vigor.

Por outro lado, e por entender que “falhou a recuperação da aprendizagem”, o Governo vai criar um novo plano — o programa “A+A — Aprender Mais Agora”, mas o documento não deixa claro de que forma é que se vai distinguir do plano Escola+, em vigor desde 2021.

Refere-se apenas que incluirá recursos adequados para apoiar os alunos, a capacitação de docentes para implementar um sistema de tutorias, reforço de créditos horários, e investimento em recursos educativos digitais de apoio ao estudo.

O novo executivo pretende também rever a Lei de Bases do Sistema Educativo, mas precisar alterações.

O Programa do Governo da Aliança Democrática (AD) foi hoje aprovado, em Conselho de Ministros, na véspera de dois dias de debate no parlamento, na quinta-feira e sexta-feira.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que o documento tem como base o programa eleitoral da AD, mas incorpora “mais de 60 medidas de programas eleitorais de outros partidos com representação parlamentar”.

25 Abril: Escultura com 11 metros de altura em Carregal do Sal assinala os 50 anos de liberdade

Uma escultura com cerca de 11 metros de altura e oito de largura, de Fernando Crespo, será inaugurada em 25 de abril em Carregal do Sal, um investimento do município de cerca de 200 mil euros.

“É uma peça com cerca de 11 metros de altura, o equivalente a mais de três andares, com oito metros de largura, e vai ficar num jardim que, neste momento, está a ser requalificado para colocar a escultura”, adiantou à agência Lusa o escultor do monumento, Fernando Crespo.

À agência Lusa, o escultor desvendou que são “duas figuras antroponómicas, feitas em aço inoxidável e vitrais de cores”, que representam duas pessoas, ambas, com cravos na mão.

“É o vermelho de sangue, de luta, o azul de mar, céu, liberdade, o verde de esperança. As cores são uma mensagem subliminar que estabelecem a ligação emocional com o observador”, uma vez que também são as cores da bandeira nacional, contou.

Fernando Crespo disse que a peça que será inaugurada em Carregal do Sal, no distrito de Viseu, no Dia da Liberdade, nasceu a partir das “vivências da ditadura que deixou marcas na família, tanto económicas como emocionais”.

“E também do que senti na pele. Eu tinha 20 anos e morava num quartinho em Lisboa que tinha uma varanda na esquina com a rua do Ouro e a rua da Vitória, e tenho as memórias do silêncio estranho dessa manhã, não havia trânsito, e das pessoas a falarem alto e da euforia que tinham”, lembrou.

Nesse sentido, assumiu que manteve “sempre aquela euforia vivida” nessa madrugada e que a tentou transmitir para a peça que “é, sobretudo, de aclamação” ao 25 de Abril e também de “felicidade pela conquista” do dia.

“Quando o meu neto Vicente, aos cinco anos, olhou para a escultura no computador e me disse que o que via eram ‘duas pessoas felizes’, senti que era o aval que precisava para confirmar que a escultura é mesmo felicidade e aclamação”, contou.

Fernando Crespo admitiu que, “sem pensar, e possivelmente, subconscientemente, a altura da escultura é a da varandinha do quarto” em que vivia alugado em Lisboa, há 50 anos, onde testemunhou “o novo amanhecer”.

“Não tenho a mania das grandezas, mas só faço trabalhos com uma dimensão grande, porque acho que o impacto é muito importante e, por isso, as coisas não podem ser pequeninas. Uma arte que não causa impacto não tem valor”, defendeu.

A escultura alusiva aos 50 anos do 25 de Abril vai ser colocada numa nova praça que está a ser requalificada e que será a entrada do futuro Parque Verde da vila de Carregal do Sal, disse à agência Lusa o presidente do município.

Paulo Catalino Ferraz lembrou que, desde a tomada de posse, que defendeu que o concelho “deveria ter um monumento alusivo ao 25 de Abril” e, por isso, foi lançado o desafio e, “entre as propostas que surgiram, a do Fernando Crespo foi a que apaixonou todo o executivo”.

“A escultura tem uma beleza muito própria e espelha bem os valores da Liberdade que é uma família com os cravos vermelhos”, destacou o autarca, que disse tratar-se de “um investimento de cerca de 200 mil euros, entre a peça e o trabalho, e a logística necessária” para a sua implementação.

Este não é o primeiro trabalho de Fernando Crespo em Carregal do Sal, uma vez que o painel do salão nobre dos Paços do Concelho, edifício inaugurado em 2004, é da sua autoria.

A Casa do Passal, onde viveu Aristides de Sousa Mendes e cuja inauguração enquanto museu está marcada para 19 de julho, terá também uma escultura de Fernando Crespo, nos jardins exteriores.

“O que faço tem de me dizer algo, ou estar ligadas a alguém ou a alguma causa com que me identifico, porque acredito que isso também transparece no meu trabalho e, daí, a nova escultura que nascerá nos jardins do Museu de Aristides de Sousa Mendes”, disse.

Suspeito de pornografia de menores começou a ser julgado à porta fechada na Feira

O Tribunal de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, começou hoje a julgar à porta fechada um homem suspeito de ter divulgado na Internet fotografias e vídeos de teor pornográfico, envolvendo menores.

O julgamento decorre com exclusão de publicidade, ou seja, sem a presença de público e da comunicação social, por estar em causa um crime contra a liberdade e autodeterminação sexual.

O arguido, que se encontra a cumprir uma pena de prisão aplicada em anterior processo por factos da mesma natureza, está acusado pela prática de 1.296 crimes de pornografia de menores agravados.

De acordo com a acusação, entre junho e outubro de 2020, o arguido, residente no concelho de Santa Maria da Feira, através de redes impessoais na internet, dedicou-se à obtenção, detenção e divulgação, com partilha por “inúmeros usurários”, de fotografias e vídeos de teor pornográfico, exibindo menores, nus ou seminus.

Além da pena de prisão, o MP requereu que o arguido seja condenado nas penas acessórias de proibição do exercício de profissão, emprego, funções ou atividades cujo exercício envolva menores e de proibição de confiança de menores e inibição de responsabilidades parentais.

Jovem de Mira de Aire desenvolve sapatos e acessórios em cânhamo

Um jovem empresário de Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, lançou uma marca de sapatos produzidos com cânhamo e a sua mais recente criação são umas sapatilhas de corrida sustentáveis e com alta performance.

Bernardo Carreira, 30 anos, que abriu na terça-feira a primeira loja física da 8000 Kicks, na Lx Factory, em Lisboa, contou à agência Lusa que o mercado mais forte é nos Estados Unidos.

“Somos inovadores no cânhamo, que foi uma fibra que se baniu há 50 anos por causa do estigma ligado à canábis e acabou por se banir o cânhamo industrial. Desde há cinco anos que temos estado a reintroduzir esta fibra. A maior parte dos países ainda nem sequer tem uma infraestrutura capaz de a produzir”, explicou o sócio-gerente da 8000 Kicks.

Com 80 anos, Maria Otília Santarém, avó de Bernardo Carreira, tinha mais de 50 anos de experiência de têxteis, pelo que foi desafiada pelo neto para participar consigo no projeto de produção de sapatilhas feitas à base de fibras de cânhamo.

O empresário afirmou que não é a avó que desenha os sapatos, mas “dá a sua experiência para se desenvolver o cânhamo para todas estas aplicações”.

Segundo Bernardo Carreira, o cânhamo é “a fibra natural mais resistente do planeta, logo, também, uma das mais sustentáveis”.

“O nosso trabalho tem sido reintroduzir esta fibra aos poucos e trazê-la para o século XXI. Ela foi usada para fazer as cordas dos descobridores, as velas dos barcos. Essa descoberta do tecido tem sido feita por mim, ou mais concretamente pela minha avó, que é a grande engenheira do tecido”, adiantou.

Formado em Gestão, a ideia de algo empreendedor surgiu após os anos em que viveu entre os Estados Unidos e a China, países onde realizou o seu mestrado, trabalhando dois anos em Londres.

“Fiz as minhas poupanças e, quando voltei para Portugal, decidi começar na empresa de sapatos”.

A ideia surgiu “numa noite de copos com os amigos”.

“Houve um deles que disse: olha, agora que se está a legalizar a canábis, porque é que não aproveitas para fazer uns sapatos de cânhamo? Para ser honesto, na altura, nem sequer estava a par das propriedades do cânhamo”, confessou.

Depois de várias pesquisas sobre a utilização do cânhamo na indústria têxtil, Bernardo Carreira percebeu que esta fibra tinha potencial.

“A indústria da moda é das mais poluentes a nível mundial. Se conseguirmos fazer com que as pessoas passem a usar uma fibra sustentável, então não há razão para que as pessoas não possam usar uma moda sustentável”, afirmou.

O trabalho desenvolvido pela 8000 Kicks pretendeu mostrar que é possível criar “sapatos de corrida de maneira sustentável”.

“Está aqui um sapato feito de materiais naturais com performance e que pode ser usado para correr maratonas e que não precisa de sacrificar o ambiente”, constatou.

O empresário revelou que, há cerca de um mês e meio, lançou uma campanha de ‘crowdfunding’ e angariou perto de 100 mil dólares, “quase tudo para o mercado americano”.

Já venderam cerca de mil sapatilhas.

“Basicamente, para consolidar um bocadinho mais a marca, abrimos a nossa ‘flagship store’ na LX Factory”, reforçou, adiantando que, além de sapatos, a 8000 Kicks produz ainda mochilas e acessórios.

“Temos imensos produtos a ser desenvolvidos. O nosso foco é continuar a inovar e a mostrar a toda a gente que nós somos os reis do canábis”, brincou, ao referir que, “apesar da piada”, pretende evidenciar que “é possível fazer produtos iguais ou superiores aos de plástico, mas em cânhamo, vegan e sustentáveis, e que então não há razão para que se continue a produzir de maneira pouco sustentável”.

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