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“Incidente com passageiro” atrasa comboios na Ponte 25 de Abril

De acordo com a empresa, “o comboio com partida de Coina às 7h13 está retido no Alvito”

Um “incidente com passageiro” está a provocar “atrasos significativos” na circulação de comboios na Ponte 25 de Abril, segundo anunciou a Fertagus, esta quinta-feira.

“Informa-se que por motivo de incidente com passageiro o comboio com partida de Coina às 07h13 está retido no Alvito”, escreveu a empresa, numa publicação na rede social Facebook.

“A circulação está a ser feita com atrasos significativos. Agradecemos a sua compreensão”, complementou.

Fonte da empresa disse à Lusa que os passageiros estão a ser retirados e levados para um outro comboio.

A mesma fonte adiantou que o incidente ocorreu junto à estação do Alvito no sentido Sul/Norte.

A Fertagus serve atualmente 14 estações numa extensão de linha com cerca de 54 quilómetros.

Dez estações situam-se na margem Sul do Tejo: Setúbal, Palmela, Venda do Alcaide, Pinhal Novo, Penalva, Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal, e quatro na margem Norte: Campolide, Sete Rios, Entrecampos e Roma-Areeiro.

Colheita de mel da Serra da Lousã volta este ano a ser baixa devido ao clima

A produção de mel da Serra da Lousã voltou este ano a ser muito baixa, como em 2022, devido às condições climatéricas desfavoráveis, disse hoje uma responsável da Cooperativa Lousãmel à agência Lusa.

Em 2022, segundo Ana Paula Sançana, a quantidade de mel que os cerca de 200 associados no ativo entregaram à cooperativa rondou as cinco toneladas, num ano que já tinha ficado muito longe de alguns valores conseguidos em crestas da última década.

A diretora executiva da Lousãmel admitiu, por outro lado, que o levantamento das mais recentes produções dos apicultores da região demarcada do mel com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã, por razões administrativas associadas ao processo de certificação, está ainda por concluir, apesar de a colheita de mel ter decorrido entre julho e agosto.

“O caderno de certificações da Serra da Lousã está a ser alvo de alterações”, explicou, para sublinhar que 2023, no geral, foi um ano mau.

Porém, a quantificação das colheitas, designadas por crestas no mundo apícola, está ainda em avaliação, ressalvou Ana Paula Sançana.

“Alguns apicultores já não certificam o mel, devido a encargos tão grandes que têm de assumir com o processo”, lamentou.

Nos últimos anos, enfrentando acrescidas dificuldades, algumas relacionadas com as alterações climáticas, mas também em resultado dos ataques da varroa e da vespa asiática às colmeias, a Lousãmel “tem travado uma dura batalha para manter o mel DOP Serra da Lousã como uma bandeira da região”.

“É importante certificar, para haver uma garantia do produto”, defendeu a responsável técnica da Lousãmel, com sede na Zona Industrial dos Matinhos, na Lousã, cuja direção é presidida pelo apicultor António Carvalho.

Ana Paula Sançana assegurou que “o mel continua com muito boa qualidade”, num ano em que, reiterou, as quantidades colhidas “são novamente muito baixas”, de acordo com dados parciais fornecidos pelos produtores.

“Temos cada vez menos biodiversidade”, referiu, indicando que a seca foi este ano o aspeto que mais pesou nos fracos resultados do setor, na região demarcada e em geral de norte a sul de Portugal.

O mel DOP Serra da Lousã atinge atualmente o preço de 16 euros por quilo no mercado.

Em 2018, a quantidade do produto certificado ficou-se pelos 900 quilos, a mais baixa dos últimos 30 anos, devido aos graves incêndios de 2017, que consumiram extensas áreas florestais onde predominavam os urzais, cujas flores estão na base das características únicas deste mel.

A tonalidade escura é uma das características deste mel, que os apicultores aproveitam para vender na Feira do Mel e da Castanha da Lousã, cuja 32.ª edição deverá realizar-se de 17 a 19 de novembro.

Promovida pela Câmara da Lousã, em parceria com a Lousãmel, a iniciativa decorre habitualmente no Parque Municipal de Exposições, atraindo milhares de pessoas a esta vila do distrito de Coimbra.

O mel DOP Serra da Lousã é produzido nos municípios de Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares, nos distritos de Coimbra e Leiria.

Doze concelhos de cinco distritos em perigo máximo de incêndio

Doze concelhos dos distritos de Portalegre, Coimbra, Leiria, Viseu e Guarda apresentam hoje um perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê chuva para os próximos dias.

Em perigo máximo de incêndio estão os concelhos de Portalegre, Marvão, Castelo de Vide (Portalegre), Porto de Mós, Batalha, Marinha Grande, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos (Leiria), Penela, Pampilhosa da Serra (Coimbra), Mangualde (Viseu) e Fornos de Algodres (Guarda).

De acordo com o IPMA, vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental estão hoje em perigo muito elevado e elevado de incêndio.

Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, vento moderado a forte nas terras altas do Norte e Centro a partir da tarde e pequena subida da temperatura máxima no litoral oeste.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 12 graus Celsius (em Bragança) e os 20 (em Portalegre) e as máximas entre os 26 (na Guarda) e os 34 (em Leiria e Santarém).

A partir de sexta-feira, espera-se uma mudança do estado do tempo em Portugal continental.

Segundo o IPMA, o tempo quente e seco das últimas semanas dará lugar a tempo chuvoso e descida de temperatura.

Na origem desta situação está uma “crista anticiclónica que se estende desde o Mediterrâneo ocidental até à região da Madeira, deslocando-se para sueste e enfraquecendo permitindo a aproximação e passagem de uma superfície frontal fria” na sexta-feira e no sábado.

Assim, prevê-se a ocorrência de chuva inicialmente no litoral Norte que se irá estender gradualmente a todo o território, sendo que na região Sul será mais provável no sábado.

As temperaturas máximas vão descer a partir de sexta-feira entre 4 a 8 graus em especial nas regiões Norte, Centro e Alto Alentejo e deverão continuar a diminuir no fim de semana.

Em comunicado, o IPMA adianta que no domingo, a “aproximação de uma depressão, que irá centrar-se a oeste da Península Ibérica, transportando na circulação uma massa de ar quente e com elevado conteúdo em vapor de água, mantendo-se possivelmente na região até dia 17 [terça-feira], dará origem a precipitação persistente na generalidade do território”.

O IPMA prevê ainda um aumento da intensidade do vento e da agitação marítima na costa do continente.

Santuário de Fátima espera milhares para última grande peregrinação do ano

O Santuário de Fátima espera milhares de católicos, hoje e sexta-feira, para a última grande peregrinação do ano à Cova da Iria, com as cerimónias a serem presididas pelo novo cardeal português, Américo Aguiar.

O programa da peregrinação tem início às 21:30, com recitação do terço na Capelinha das Aparições, seguida da procissão das velas e celebração da palavra no altar do recinto.

Após uma noite de vigília, terá lugar, às 07:00 de sexta-feira, a procissão eucarística, no recinto de oração, seguindo-se, duas horas depois, o terço na Capelinha das Aparições, a procissão, a missa internacional, a bênção dos doentes e a procissão do adeus.

Mais de 80 grupos organizados de peregrinos oriundos de 29 países estão inscritos para esta peregrinação de 12 e 13 de outubro, a segunda grande peregrinação a que Américo Aguiar presidirá no maior templo mariano do país, “e este ano com um especial significado, já que presidiu à Fundação JMJ Lisboa 2023, responsável pelo evento que mobilizou em Portugal cerca de um milhão e meio de jovens”.

A primeira peregrinação a que o nomeado bispo de Setúbal [de que tomará posse em 26 de outubro] presidiu em Fátima teve lugar em junho de 2020.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) está a realizar uma operação especial de acompanhamento da peregrinação, envolvendo meios como equipas de inativação de explosivos, bem como vigilância com recurso a drones.

Em comunicado, a GNR explicou que, no âmbito da Operação Trindade 2023 – nome dado à ação -, tem no terreno está “um dispositivo especial de segurança” que conta com diversas valências, nomeadamente “meios do dispositivo territorial [de Santarém], de trânsito, da estrutura de investigação criminal, de patrulhamento ciclo e a cavalo, de ordem pública e operações especiais, inativação de explosivos e vigilância com recurso a Unmanned Aircraft Systems (UAS), vulgarmente conhecido por drones e com o sistema de videovigilância”.

PSD da Guarda diz que saúde no distrito está “ao nível do terceiro mundo”

O PSD da Guarda considera que os cuidados de saúde no distrito estão “ao nível do terceiro mundo” e acusa o Governo de “abandonar a região” naquilo que as pessoas mais necessitam.

“Os cuidados de saúde no distrito da Guarda estão neste momento equiparados aos dos países do terceiro mundo, visto que o Governo do PS abandonou a região e as pessoas naquilo que elas mais necessitam: cuidados de saúde”, afirma, num comunicado hoje divulgado, a Comissão Política Distrital social-democrata.

O PSD lamenta o “estado deplorável” a que chegaram os cuidados de saúde prestados aos cidadãos do distrito [da Guarda] e pede urgência em “soluções viáveis”.

“O Governo não pode deixar que se continue neste estado de agonia, nem tão-pouco a vida dos nossos cidadãos pode ser tratada com tremenda imprudência e incompetência”, censura a estrutura social-democrata.

Citado no comunicado, o presidente da Distrital do PSD, Carlos Condesso, “lamenta que o Governo assobie para o lado e não encontre soluções para este grave problema que coloca em causa a vida dos cidadãos e despreze os habitantes deste distrito”.

O PSD aponta que, aos “graves problemas” existentes nos centros de saúde, com a falta de médicos, e à ausência de especialidades no Hospital Sousa Martins, na Guarda, “acrescenta-se agora o encerramento da Urgência” deste estabelecimento hospitalar, “deixando de prestar socorro, em grande parte dos dias, a mais de 150 mil habitantes”.

“Estamos a alertar, porque não queremos que ninguém perca a vida por causa da falta de assistência e pelo encerramento do serviço de urgência. Estamos no interior, mas não queremos, uma vez mais, ser abandonados nem desprezados”, afirma Carlos Condesso, que também é presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo.

O autarca relata que o hospital da Guarda tem sido “a sala de espera de dezenas de ambulâncias, que depois acabam por transportar os doentes para os hospitais de Viseu, Covilhã e de Coimbra, numa irracionalidade de gestão e de recursos para o SNS [Serviço Nacional de Saúde] e também para os bombeiros”.

OE2024: Obras para encerrar penitenciária de Lisboa começam nas próximas semanas

A ministra da Justiça anunciou hoje que nas próximas semanas vão ter início obras nos estabelecimentos prisionais à volta de Lisboa, que depois de concluídas permitirão encerrar a penitenciária da capital.

“O Governo aprovou uma resolução em conselho de ministros de 24 milhões de euros que permite fazer obras nos estabelecimentos à volta de Lisboa para encerrarmos definitivamente a penitenciária de Lisboa”, disse Catarina Sarmento e Castro, em Coimbra, no final do seminário “Uma nova realidade para a gestão da propriedade rústica em Portugal”.

A governante referiu aos jornalistas que o encerramento da cadeia de Lisboa decorre das referências negativas de instâncias internacionais, pelo que urge colocar “um ponto final” naquele estabelecimento prisional.

A ministra da Justiça salientou que a área prisional e de reinserção social têm no Orçamento de Estado do próximo ano uma “valorização muito significativa”, estando previsto obras “em todos os centros educativos, que é uma área que tem estado muito esquecida”.

Salientando que muitos estabelecimentos prisionais vão sofrer intervenções, a ministra da Justiça salientou, “por ser absolutamente emblemático”, o encerramento da penitenciária de Lisboa, com a passagem de reclusos e restante pessoal para as cadeias em redor da capital, depois de concluídas obras de remodelação.

O Orçamento de Estado de 2024 para a Justiça disponibiliza 1.961,5 milhões de euros de receita e despesa total consolidada, o que representa um crescimento de 16,8% face a 2023, indica a proposta apresentada terça-feira no parlamento.

Segundo o documento, 50,1% do total da receita consolidada resulta de receitas próprias, sendo o restante financiamento proveniente de impostos (41,3%) e de fundos europeus (8,6%).

As despesas de investimento representam 114,6 milhões de euros, dos quais 41,7 milhões de euros são relativos ao IGFEJ, destinados essencialmente ao financiamento de obras e/ou construção em edifícios do Ministério da Justiça (tribunais, estabelecimentos prisionais, instalações da Polícia Judiciária, entre outros) enquanto 36,6 milhões de euros dizem respeito às verbas orçamentadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Tribunal de Leiria absolve ex-funcionários públicos acusados de corrupção

Dois ex-funcionários públicos acusados de corrupção por alegadamente intermediarem a troco de dinheiro processos para facilitar a atribuição de pensões foram hoje absolvidos pelo Tribunal de Leiria, por não se terem provado os crimes.

O Tribunal de Leiria absolveu um ex-funcionário da Segurança Social de Leiria e outro antigo trabalhador do Centro Nacional de Pensões (CNP) porque “não se provaram vantagens concretas” e “houve testemunhas que disseram que não conseguiram as suas reformas” e outras que “demoraram muito tempo”, justificou o juiz presidente do coletivo.

“Não se verificaram os pressupostos do crime de corrupção, nem se provou que os arguidos tenham praticado o crime de corrupção passiva e ativa. Não se provou a prática de qualquer crime”, sublinhou o juiz presidente, admitindo, contudo, que “algumas coisas ficam por explicar”.

Segundo o despacho de acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Coimbra, ao ex-funcionário da Segurança Social, o Ministério Público (MP) pedia que fosse declarado perdida a favor do Estado a quantia de 655.069,43 euros e ao outro arguido 26.357,55 euros, valores supostamente provenientes da atividade criminosa.

O então funcionário da Segurança Social de Leiria, de 68 anos e residente em Porto de Mós, elaborou, no mínimo desde 2008, “um plano que lhe permitiria aproveitar os conhecimentos que tinha e, assim, passar a obter elevadas quantias em dinheiro”, referiu o MP.

Nesse sentido, passou “a prestar serviços a pessoas para efeitos de requerimentos de pensões de velhice ou de invalidez”, com aconselhamento técnico e até jurídico, “sempre com preferência pelas pensões de invalidez, na medida em que seriam mais benéficas ao nível dos valores a receber pelos beneficiários e, consequentemente, nos valores que o arguido receberia destes”.

O MP adiantou que este arguido, que exerceu funções de motorista e está acusado de corrupção ativa, cobrava aos beneficiários que o procuravam um valor variável, “sendo que a primeira pensão recebida era o valor que lhe deveria ser pago, sempre em numerário e sem qualquer fatura”.

Para efeitos da atribuição da pensão de invalidez eram necessárias e essenciais informações médicas que atestassem os fundamentos clínicos da invalidez e inaptidão para o trabalho, para posterior submissão dos beneficiários a uma Comissão de Verificação de Incapacidade Permanente (CVIP, vulgarmente conhecida como junta médica), pelo que o arguido começou a encaminhar aqueles para dois médicos da sua confiança.

Nas consultas, era analisada a documentação clínica existente, “sendo solicitados outros exames complementares de diagnóstico, procurando sempre pedir um conjunto alargado de exames que abrangessem especificamente a patologia osteoarticular”, mais incidente na faixa etária dos beneficiários encaminhados.

O arguido, que se deslocava frequentemente à CNP e à Caixa Geral de Aposentações, ambas em Lisboa, “para garantir os melhores resultados e que os seus processos tivessem uma via privilegiada nos centros decisórios”, recebia os beneficiários em diversos locais, incluindo a sua casa, mas a certa altura instalou-se num gabinete de um escritório de advogado de Porto de Mós.

Este arguido e o ex-trabalhador do CNP, de 63 anos, acusado de corrupção passiva, combinaram que o primeiro começaria a pedir, “mediante contrapartida de pagamentos” ao segundo, “informações e atuações” relativas a determinadas pessoas e ao estado de alguns processos de reforma.

Para o MP, o então funcionário da Segurança Social de Leiria, ao organizar este esquema, “pretendeu auferir elevadas quantias monetárias, fazendo com que os processos que organizava dos seus beneficiários tivessem um tratamento administrativo diferenciado, à medida e mais célere”.

Por outro lado, após receber “elevadas quantias em dinheiro por parte das centenas de beneficiários que teve ao longo dos anos”, pretendeu “converter as vantagens dos crimes noutros bens e ocultar a sua real proveniência”, exemplificando com a compra de um apartamento.

Para concretizar este plano, recrutou o funcionário do CNP que conseguia que “fossem tomadas decisões de antecipações de pagamentos a beneficiários”, assim como “alterações de dados desses beneficiários (…) e ainda que fossem tomadas decisões em processos administrativos concretos”.

Homem detido por atear dois incêndios em Moimenta da Beira

Fogos consumiram uma vasta mancha florestal e colocou em perigo vários edificados de valor elevado.

Um homem de 47 anos foi detido em Moimenta da Beira por suspeitas de dois incêndios florestais no concelho, revelou a Polícia Judiciária (PJ), esta quarta-feira, num comunicado enviado à TVC.

De acordo com os inspetores os fogos ocorreram no dia 4 de outubro e consumiram áreas de mancha florestal constituídas por mato e povoamento de pinheiro bravo, carvalho e eucalipto, e área agrícola constituída por diversas plantações de castanheiros e ameixeiras, bem como vários edificados, de valor consideravelmente elevado, que apenas não foram consumidos devido à rápida deteção e intervenção dos bombeiros.

O detido vai agora ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

Casal morre afogado na Praia de Mira

Um casal morreu hoje afogado na Praia de Mira, distrito de Coimbra, revelou fonte da Proteção Civil.

De acordo com a fonte, ainda foi possível resgatar as pessoas e fazer manobras de reanimação, mas o óbito acabou por ser declarado no local.

O alerta para este afogamento foi dado às 12h17.

Estiveram no local os bombeiros de Mira, INEM e Capitania de Aveiro.

Campos de padel de Tondela motivam queixa no MP contra Câmara

Um grupo de moradores de uma urbanização de Tondela apresentou queixa no Ministério Público contra responsáveis da Câmara Municipal, que acusa de “abuso de poder e favorecimento” na construção de três campos de padel.

Numa nota enviada à agência Lusa, os moradores referem que os campos, inaugurados em julho de 2022, “foram edificados junto a um bairro residencial outrora extremamente sossegado, ignorando desde cedo as regras legais de construção” e o seu direito ao descanso.

“Antes mesmo de a construção iniciar, uma comissão de moradores entregou por escrito uma carta na Câmara a mostrar o seu descontentamento e preocupação e, desde aí, tudo tem feito para demonstrar as irregularidades evidentes e escandalosas”, em reuniões com o executivo camarário, da Assembleia Municipal e junto de vários organismos “que remetem sempre para a Câmara e que esta sempre ignorou”.

Nesse âmbito, “foi elaborada e entregue uma queixa no Ministério Público, acusando os dirigentes da autarquia de abuso de poder e de falsas declarações aos técnicos que assinaram inicialmente os documentos que atestaram que tudo estava dentro da lei”, sublinharam.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete da presidência da Câmara de Tondela negou que tivesse havido abuso de poder e favorecimento e garantiu ter adotado “todas as medidas que, no âmbito das suas competências, poderiam ser adotadas no sentido de garantir o cumprimento da legalidade deste processo”.

O grupo de moradores alegou que os campos foram inaugurados “sem ligação dos esgotos à rede pública, sem escoamento das águas pluviais, sem um projeto de acondicionamento acústico, sem projeto de estabilidade de muros de sustentação de terras e sem parecer do IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude)”.

“Mas, mesmo assim, continuam com o seu funcionamento normal e a organizar torneios regulares com conhecimento e conivência da Câmara Municipal”, lamentou.

O gabinete da presidência explicou que “o processo teve início pelo pedido de informação prévia para a construção de equipamento desportivo, deferido pela Câmara”, mas que, “detetado o início da execução das obras, foi instaurado o processo de contraordenação e consequentemente arquivado o processo de licenciamento apresentado”.

“A 19 de julho de 2022 foi emitida autorização de utilização na sequência do pedido de legalização apresentado, sendo público que a inauguração do espaço ocorreu a 13 de agosto de 2022”, explicou.

A fonte do gabinete da presidência garantiu que, durante o processo, “o município, por diversas vezes, reuniu e prestou informações à comissão de moradores sobre os desenvolvimentos”, forneceu “todas as cópias” e autorizou “todas as consultas ao processo”.

“Várias têm sido as entidades perante as quais os referidos moradores têm apresentado queixas”, que têm notificado o município para prestar “as devidas informações sobre as diligências adotadas”, contou.

Uma das entidades foi o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), que “informou de nunca ter resultado das deslocações a verificação de qualquer irregularidade”. Outras entidades foram a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e o próprio Ministério Público que, “perante toda a informação prestada, arquivaram ou não deram seguimento aos processos”, acrescentou.

Segundo a fonte da autarquia, após a denúncia da comissão de moradores, “os serviços de fiscalização deslocaram-se ao local no dia 21 de outubro de 2022” e concluíram que “não existia rede de águas pluviais às quais o promotor do espaço pudesse executar uma ligação, pelo que é da responsabilidade desse promotor a respetiva condução de uma forma natural e/ou um reaproveitamento das mesmas”.

“Porém, com a derrocada no muro (posterior), a comissão de vistorias constituída por técnicos deste município habilitados para acompanhar os trabalhos considerou que havia uma hipótese de ligação à caixa de escoamento do loteamento contíguo, o que se encontra executado”, explicou.

Atualmente, acrescentou, “a ligação à rede pública de esgotos daquele espaço encontra-se executada, sendo que, até essa execução ocorrer, esteve ligado a uma fossa estanque”, que era vistoriada pelo SEPNA.

No que respeita aos muros, esclareceu que “o licenciamento municipal abrange, somente, o troço de muro confinante com a via pública, visto que os demais estão isentos de controlo prévio”, de acordo com um regulamento municipal.

A fonte do gabinete da presidência garantiu também que “o licenciamento deste equipamento desportivo não carece de qualquer parecer do IPDJ, situação que veio a ser posteriormente confirmada pelo próprio IPDJ”, a pedido do município e após as reclamações da comissão de moradores.

O grupo de moradores lamentou ainda que os campos sejam “dentro de uma tenda de ‘plástico’, sem certificado acústico, que em nada condiciona o barulho produzido pelo jogo em si”.

“Os campos podem funcionar os sete dias da semana, até às 23:00, e o bar de apoio tem um horário até às 02:00” mas, no seu entender, “por lei geral e regulamento publicado na página da câmara, nos estabelecimentos mistos deveria prevalecer o horário único da atividade principal, isto é, encerrar tudo às 23:00”.

Apesar de um teste de ruído feito por uma empresa contratada pela câmara ter demonstrado que “os níveis de ruído produzidos ultrapassavam o estipulado por lei”, a situação não foi resolvida, criticou.

De acordo com os moradores, a solução encontrada pela câmara “foi notificar os proprietários, sem lhes exigir um projeto de condicionamento acústico, dar-lhe 30 dias para resolverem o problema e eles (proprietários que estão a infringir a lei) contratarem e fazerem novo teste”.

Desde então, a alteração verificada foi a colocação de “uma cortina preta de tecido do lado dos moradores para a sua própria privacidade” e a contratação de “uma empresa para o novo teste de ruído, que lhes foi favorável, como esperado”, acrescentaram.

Questionada sobre os horários quer dos campos de padel, quer do bar, e a sua legalidade, a fonte da autarquia não especificou, dizendo apenas que a limitação “teve lugar através da determinação do encerramento do funcionamento do equipamento desportivo às 23:00”.

Segundo os moradores, “existe um parecer escrito por uma advogada da câmara e assinado pelo diretor de departamento de planeamento, urbanismo e edifícios e pela chefe de divisão jurídica, contencioso, execuções fiscais e fiscalização que indica que o bar (e até os campos) nunca poderiam ter aquele horário, pois legalmente o direito ao lazer e à iniciativa privada nunca se sobrepõem ao direito ao descanso”.

“Mas, mesmo sendo um documento interno, a câmara nunca o fez cumprir, o que nos leva a desconfiar o porquê de desculpabilizar e apoiar sempre tais incumprimentos”, lamentaram, aludindo a “compadrios doentios” que já se verificaram noutras situações.

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