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Novo aeroporto. “Deixem que as obras avancem”, apela o presidente da APAVT

Pedro Costa Ferreira avisa que o atraso na decisão sobre o futuro aeroporto para Lisboa pode pôr em risco a liderança e a competitividade do turismo nacional. Acessibilidades aéreas a Lisboa estão numa situação “anacrónica, vergonhosa e incapacitante”.

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) diz recear que a liderança e a competitividade internacional do turismo seja posta em causa por falta de decisão sobre o futuro aeroporto de Lisboa.

Durante a sessão de abertura do congresso da APAVT, em Ponta Delgada, nos Açores, Pedro Costa Ferreira identificou três desafios para o futuro: o crescimento económico do país, a produtividade das empresas e a liderança e a competitividade do setor do turismo.

Algo que, segundo diz, pode estar em perigo “pela situação anacrónica, vergonhosa e incapacitante das acessibilidades aéreas de Lisboa”

“Sem decisão, não podemos acreditar numa solução que seja implementada nos próximos anos. E não acreditando, resta-nos exigir que façam o que, neste momento, parece ainda possível fazer, que são as obras no aeroporto da Portela, permitindo melhorar a operacionalidade e a eficiência desta infraestrutura”, apelou Pedro Costa Ferreira.

A ANA Aeroportos de Portugal tem um plano para fazer obras que aumentem a capacidade do aeroporto de Lisboa mas a concretização depende de autorização do governo.

O que, até agora, ainda não aconteceu.

Professores em greve. Esperam-se contrangimentos nas escolas de norte a sul do país

A paralisação por tempo indeterminado acontece numa altura em que a tutela está em negociações com os sindicatos.

“Por muita adesão que esta greve tenha, nunca vai tirar tantas aulas a milhares de alunos como tem acontecido com as políticas deste Ministério da Educação”, disse à agência Lusa o coordenador nacional do STOP, André Pestana.

Entre as principais reivindicações estão a contabilização de todo o tempo de serviço, o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões e a possibilidade de aposentação sem penalização após 36 anos de serviço.

Criticam também as alterações recentes ao regime de mobilidade por doença, as ultrapassagens na progressão da carreira docente e reivindicam soluções para os professores em monodocência e uma avaliação sem quotas.

A greve é igualmente uma resposta às propostas do Ministério da Educação para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente, que está atualmente a ser negociada entre a tutela e os sindicatos do setor.

Outra das propostas, que mereceu críticas de várias estruturas sindicais, é a criação de conselhos locais de diretores, que decidiriam sobre a alocação às escolas dos docentes integrados em cada mapa interconcelhio.

Desde o início do ano letivo, os professores já estiveram em greve por duas vezes: no dia 2 de novembro, numa paralisação convocada por sete organizações sindicais, e no dia 18 de novembro, no âmbito da greve nacional da função pública.

Mau tempo. Aviso laranja em Lisboa, Leiria, Setúbal, Santarém e Faro

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tinha elevado, nos distritos de Lisboa, Leiria, Setúbal, Santarém e Faro, os avisos de amarelo para laranja a partir das 00h00 de sexta-feira devido ao mau tempo. Contudo, o alerta foi antecipado para as 19h52 em Lisboa, Setúbal e Leiria.

Segundo o IPMA, os cinco distritos vão estar sob aviso laranja devido ao mau tempo até às 09h00 de sexta-feira, passando, depois, para amarelo, até às 15h00 do mesmo dia.

De acordo com fonte do IPMA, até ao final do dia poderá haver um “alargamento” do aviso laranja a outros distritos.

Nos mesmos distritos, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) elevou o estado de alerta para laranja até às 23:59 de sexta-feira devido às chuvas fortes que se fazem sentir no continente.

De acordo com o ‘site’ da Proteção Civil, pelas 17:40, estavam ainda ativas 62 ocorrências relacionadas com meteorologia adversa, num total de 196 bombeiros e 79 meios.

Em comunicado, a ANEPC salientou que, de acordo com o IPMA, são esperados aguaceiros fortes acompanhados de trovoada nas regiões do Centro e Sul, vento por vezes forte no litoral e terras altas, e agitação marítima com ondas de sudoeste de quatro a cinco metros a sul do Cabo Carvoeiro e na costa sul do Algarve.

Tal poderá levar à ocorrência de inundações em zonas urbanas (por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento), cheias (potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água), deslizamentos ou derrocadas (motivados pela infiltração da água), arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos e a formação de lençóis de água ou piso escorregadio.

A ANEPC recorda que o “impacto destes efeitos pode ser minimizado”, nomeadamente através da “adoção de comportamentos adequados” especialmente nas zonas “historicamente mais vulneráveis”, onde recomenda que seja garantida a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais, a adequada fixação de estruturas soltas e um especial cuidado na circulação e permanência junto a áreas arborizadas.

Adotar uma condução defensiva, evitar atravessar zonas inundadas, evitar a prática de atividades relacionadas com o mar e ter especial cuidado na circulação junto a zonas ribeirinhas são também recomendações da ANEPC.

Restauro da muralha e escavação do anfiteatro prioritárias em Conimbriga

O restauro da muralha do Alto-Império de Conimbriga, que tem 2.000 anos, e a escavação do anfiteatro são prioridades do Museu Monográfico local nas próximas décadas, revelou o diretor da instituição, Vítor Dias.

“O estado de degradação, fruto de espoliação secular”, da muralha, a primeira da antiga cidade romana, exige “urgente conservação, restauração e consolidação”, defendeu Vítor Dias em entrevista à agência Lusa, antecedida de uma visita ao sítio arqueológico, no concelho de Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra.

Por outro lado, é preciso “criar condições para iniciar a investigação e escavação do anfiteatro localizado junto à povoação de Condeixa-a-Velha”.

“Para perspetivarmos com sucesso o futuro dos próximos 60 anos do Museu Nacional, impõe-se planear diversas tarefas estruturantes que permitirão às novas gerações consolidar as potencialidades de um vasto campo arqueológico”, adiantou Vítor Dias.

Com uma área de 22 hectares, Conimbriga “harmoniza com o território e a paisagem através da sua materialidade, desde Alcabideque, onde se localiza o Castellum Aquae e o início do aqueduto romano que abastecia a cidade, até ao extremo poente da muralha do Baixo-Império”, de construção mais tardia.

“É estrutural conservar e valorizar o troço do aqueduto que se pode observar ao entrar no museu e que é truncado pela estrada de acesso”, preconizou.

O diretor do Museu Monográfico de Conimbriga aposta também na “conservação e restauro e posterior valorização do Castellum Aquae”, a 3,5 quilómetros de distância.

“Tanto o aqueduto como a muralha são exemplares únicos da materialidade romana no atual território português e documentam a singularidade da paisagem envolvente ao Museu Monográfico de Conimbriga e respetivo campo arqueológico”, disse.

Na sua opinião, “será imperioso destacar ambos, muralha e aqueduto, no discurso museológico”, depois da aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Estes são alguns dos temas “que devem ser debatidos, planeados e iniciados de imediato”, o que reclama “um plano metodológico interdisciplinar e interinstitucional a longo prazo”, segundo Vítor Dias.

“Não se pode omitir Conimbriga de qualquer reflexão para o entendimento da região”, preconizou, ao realçar que o campo arqueológico deve assumir-se como “portal para a região Centro”, tirando partido da sua “relação particular” com o território.

No vale norte de Conimbriga, na “missão de aproximar” o Museu Nacional, que está a comemorar 60 anos, da povoação de Condeixa-a-Velha, importa “escavar na íntegra toda a Casa dos Repuxos (…), acrescentando conhecimento e área musealizada”, propôs o diretor.

“As escavações na fachada norte da Casa dos Repuxos foram retomadas em 2021, volvidos 82 anos da primeira intervenção”, recordou o arqueólogo, indicando que os trabalhos prosseguem no âmbito do Cluster Experimental de Ciência, numa parceria com a Câmara de Condeixa-a-Nova e a Universidade de Coimbra.

Em novembro, o Museu Nacional promoveu uma reunião com outras entidades públicas da região, com o objetivo de “valorizar a centralidade” do sítio, com vista à formalização do projeto “Conimbriga — Portal para a região Centro”.

Além de Vítor Dias, participaram no encontro o diretor-geral do Património Cultural, João Carlos Santos, um representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Joaquim Felício, o secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, Jorge Brito, o presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, e o presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita.

Duas pessoas desalojadas num incêndio num apartamento em Coimbra

Duas pessoas ficaram desalojadas na sequência de um incêndio que deflagrou hoje à tarde num apartamento no centro de Coimbra, afirmou fonte dos Bombeiros Sapadores.

O incêndio, cujo alerta foi dado por volta das 15:00, teve origem “numa pequena cozinha, que depois se propagou a uma sala e todo o apartamento ficou com as paredes negras”, disse à agência Lusa fonte dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, referindo que o apartamento ficou inabitável.

As duas mulheres que estavam na habitação “não indicaram necessidade de realojamento” através dos serviços municipais, acrescentou.

O fogo, que teve origem num apartamento situado no quinto andar de um prédio de oito andares, obrigou à assistência de oito pessoas, três das quais foram transportadas para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, referiu fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra, salientando que não foi registado qualquer ferido.

No local, estiveram meios dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, Bombeiros Sapadores, PSP e INEM.

Tribunal fixa cauções aos clubes multados pela Concorrência

O Tribunal da Concorrência fixou hoje a prestação de cauções pelas sociedades desportivas que recorreram das coimas aplicadas pela Autoridade da Concorrência (AdC) por impedimento de contratação de jogadores que rescindiram contrato unilateralmente devido à pandemia de covid-19.

Numa sessão destinada a agendar o julgamento dos recursos, cujo início ficou marcado para 01 de março de 2023, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, fixou o valor das cauções para permitir a suspensão do pagamento das multas aplicadas pela AdC a 31 sociedades desportivas e à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), e que totalizaram 11,3 milhões de euros.

Começando por classificar como “não séria” a proposta de prestação de cauções de 1 euro, como fizeram algumas Sociedades Anónimas Desportivas (SAD), a juíza Mariana Gomes Machado acabou por aceitar argumentos sobre a situação financeira dos clubes para, pela primeira vez, fixar coimas de valor abaixo dos 50% da multa recorrida.

Criando cinco grupos de diferentes valores percentuais, o TCRS decidiu isentar a Académica de Coimbra e o Leixões da prestação de caução, por se encontrarem insolventes, sendo automática a suspensão da execução da coima, fixando em 20% o valor da caução a pagar por 15 das sociedades recorrentes, as de menor dimensão (Viseu, Tondela – um dos que pediu caução de 1 euro -, Famalicão, Moreirense, Rio Ave, Vitória de Guimarães, Farense, Mafra, Estoril Praia, Penafiel, Covilhã, Oliveirense, Varzim, Vilafranquense e BSAD).

Outras seis (Marítimo, Boavista, Paços de Ferreira, Santa Clara, Portimonense e Gil Vicente) terão de prestar caução de 30% do valor da coima, sendo que esse valor sobe para os 40% para a Liga, o Sporting de Braga e o Sporting, atendendo ao argumento deste clube, de que, apesar de ser dos ‘grandes’, apresenta uma situação financeira mais frágil, dada a perda de receitas com a exclusão da Liga dos Campeões.

Benfica e FC Porto, sociedades às quais foram aplicadas as multas mais elevadas (cerca de 4,2 milhões de euros e de 2,6 milhões, respetivamente), prestarão cauções de 50% do valor das coimas aplicadas pela AdC, para assegurarem a sua suspensão até à decisão do TCRS.

Os mandatários destas SAD ainda argumentaram que a boa situação financeira não pode justificar uma “discriminação negativa” com clubes que disputam o mesmo campeonato (numa alusão a Sporting e Sporting de Braga), tendo o advogado dos portistas tentado dar como caução ações do Estádio do Dragão, o que foi prontamente refutado pelo procurador do Ministério Público (MP) e pela juíza do TCRS.

O procurador Paulo Vieira advertiu que se a caução prestada não puder ser executada no imediato, o MP avança com a penhora de contas bancárias no valor integral das coimas, sugerindo várias possibilidades para cumprimento do determinado pelo tribunal.

A prestação das cauções no valor determinado terá de ser prestada até 20 de janeiro de 2023, podendo ser feita por garantia bancária, depósito à ordem do TCRS ou em títulos, desde que cotados em bolsa.

O Sporting propôs ao Tribunal que aceitasse como caução a hipoteca de um terreno em Lisboa onde se localizam umas bombas de combustível que geram uma renda anual de 250.000 euros, alegando não poder ir além de uma caução de 25% do valor da coima de perto de 1,7 milhões de euros que lhe foi aplicada.

O TCRS fixou o depósito de 25% do valor (416.500 euros), aceitando a hipoteca para os restantes 15% (250.000 euros, correspondendo ao valor da renda associada ao terreno).

Num ‘rateio’ que se prolongou por toda a manhã, com os vários clubes e a Liga a invocarem os impactos do período da pandemia nos seus resultados financeiros, a juíza Mariana Machado salientou que a fixação, pelo TCRS, das cauções em 50% “já pondera todas as vicissitudes” e que “só situações muito excecionais” a levam a aceitar valores abaixo.

Em causa no processo está a assinatura, em maio de 2020, de um acordo entre os filiados na LPFP de não contratação de futebolistas que rescindissem unilateralmente por motivos relacionados com a covid-19, situação que a AdC assumiu como “um acordo restritivo da concorrência no mercado laboral”.

Segundo a AdC, esta é “a primeira decisão relativa a uma prática anticoncorrencial no mercado laboral que pode ocorrer em qualquer setor de atividade e é punível nos termos da Lei da Concorrência”.

O acordo, assinado no final da temporada 2019/20, após a pandemia de covid-19 suspender o campeonato, entre clubes dos escalões profissionais, foi alvo de um processo em maio de 2020, após uma medida cautelar interposta pela AdC.

O julgamento ficou com sessões marcadas de 01 de março a 19 de abril de 2023.

BGUC revela 32 lugares imaginários da literatura

Da cidade de ‘Ensaio sobre a cegueira’, de José Saramago, ao Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, há 32 lugares imaginários que habitam livros para descobrir até ao final do ano na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC).

Sobre a cobertura das mesas da Sala de Leitura repousam as pranchas da exposição ‘A Ilha dos Amores e outros lugares imaginários das literaturas portuguesa e brasileira’, resultado da investigação que o diretor adjunto da BGUC fez para homenagear o escritor Alberto Manguel.

António Maia do Amaral leu dezenas de romances à procura de locais fictícios que constam em livros portugueses e brasileiros, numa evocação a “Dicionário de lugares imaginários”, que Manguel editou em 1980.

A ideia surgiu após a confirmação da presença do romancista argentino-canadiano no encerramento do Colóquio das Bibliotecas Icónicas da Humanidade, que a BGUC organizou no final de outubro. 

O bibliotecário, um apaixonado pelo ‘Dicionário de lugares imaginários’ – “uma obra extraordinária, feita antes de haver internet – lembro sempre isso às pessoas – e que por isso foi preciso ler, ler, ler” – decidiu homenagear o escritor com a exposição com que Manguel foi recebido em Coimbra.

“Levei um carrego de romances para férias”, recorda, e mergulhou à procura de lugares imaginados por outros autores. “Foi uma parte de prazer, algum sacrifício e também frustração”: primeiro pelo gozo que a leitura lhe proporciona, depois porque teve de ler “alguns péssimos romances” e, ainda, porque “há lugares que já li e não consigo recordar-me onde – daí a frustração”, explicou à agência Lusa.

Com a informação que recolheu de obras que vão de 1572 – ‘Os Lusíadas’, de Camões – a 2021 – ‘Hífen’, de Patrícia Portela -, escolheu 32 países, cidades ou casas descritas nas literaturas portuguesa e brasileira. Para cada um, reuniu informação como a que consta no dicionário de Manguel, com o aspeto físico, a organização política, “uma entrada muito ‘científica'”, para “descrever dos vários pontos de vista o lugar onde a literatura acontece”.

Patente há pouco mais de um mês, a exposição tem suscitado reações, tanto de “pessoas que foram tocadas”, como de outras que “acham que aquilo perturba um bocadinho e que será, talvez, estranhíssimo”.

Acima de tudo, o bibliotecário espera que os visitantes “reconheçam algum daqueles lugares e se divirtam. E, vendo uma coisa que lhes pareça interessante, vão procurar a obra”. Como o dicionário do Manguel, a intenção “é que as pessoas se despertem pelo lugar para depois irem ver o que acontece nesse lugar, lendo o romance”, diz António Maia do Amaral, cumprindo a missão de qualquer biblioteca.

“Esta é uma outra forma de promoção da leitura, de intermediação, de servir um produto, neste caso o livro”. 

Entretanto, viciou-se no processo de descoberta de lugares imaginários. “Não consigo resistir. Estou, volta e meia, a pedir mais livros na biblioteca para ler. Já tenho mais cinco [lugares imaginários], além destes. Eventualmente poderão constar numa publicação que seja o catálogo desta exposição e que, talvez, traga mais qualquer coisa”.

‘A Ilha dos Amores e outros lugares imaginários das literaturas portuguesa e brasileira’ pode ser visitada na Sala de Leitura da BGUC até 30 de dezembro.

Investigação avalia saúde estrutural do Mosteiro da Batalha para prevenir

Uma investigação iniciada em março, no âmbito de uma bolsa de doutoramento de quatro anos, procura avaliar a saúde estrutural do Mosteiro da Batalha, Património Mundial da Unesco, com o objetivo de prevenir.

À agência Lusa, a estudante de doutoramento em Engenharia Civil da Universidade de Aveiro Inês Bourgeois, explicou hoje que o trabalho quer “contribuir, de certa forma, para ajudar aqui no mosteiro a fazer monitorização e caracterização estrutural”.

“Isto vai envolver várias partes, desde o levantamento de anomalias para fazer a caracterização estrutural, para depois fazermos uma monitorização”, declarou Inês Bourgeois, adiantando que o trabalho que “envolve diferentes áreas”.

O professor de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro e um dos orientadores do doutoramento, Hugo Rodrigues, referiu que se pretende “ir monitorizando o comportamento do mosteiro ao longo do tempo”.

Segundo Hugo Rodrigues, este “não é um processo que se resolva num mês ou em dois”, mas “carece de tempo”, para perceber “como é que ele [mosteiro] se mexe, como é que ele se comporta”, e antecipar “algumas medidas” que possam ser necessárias.

No âmbito do doutoramento, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e Direção-Geral do Património Cultural, está a ser criado um modelo digital “gémeo” do mosteiro e a fazer-se a monitorização em locais onde foram identificadas fissuras ou fendas com a instalação de sensores (desenvolvidos com o Departamento de Física da Universidade de Aveiro) feitos de fibra ótica, invisíveis para os visitantes e sem impacto para o património.

A outra vertente em curso é a caracterização das patologias, através de um levantamento mais com base em fotografia, para haver “registos ao longo do tempo e perceber a evolução dessas patologias”.

Atualmente, estão a ser monitorizados três pontos no monumento, dois no Claustro D. Afonso V e o outro no antigo refeitório.

Hugo Rodrigues afirmou que nestes locais constatou-se “movimentos ativos” em cerca de dois meses de monitorização, mas é necessário mais tempo, para perceber se são “dependentes apenas de movimentos térmicos, de movimentos cíclicos anuais ou se são movimentos que estão em progressão e, portanto, precisam de uma intervenção”.

O docente da Universidade de Aveiro admitiu que estes possam estar associados a movimentos de terreno.

“Todas as estruturas estão sempre em movimento, é impossível impedir estes movimentos. Mas o que nós queremos, essencialmente, é conhecer antes da necessidade de fazer uma intervenção, para, no momento de intervenção, tomarmos uma decisão informada”, referiu, notando não haver perigos imediatos para o Mosteiro da Batalha.

Inês Bourgeois destacou ainda que “não são estes quatro anos que vão dar as respostas” todas, pelo que vai ser necessário “fazer um trabalho contínuo”.

“Conseguirmos contribuir aqui para dar essa informação e essa prevenção já é muito bom”, afirmou a estudante de doutoramento, assinalando que se pretende alargar a monitorização na Igreja do monumento.

Hugo Rodrigues assegurou que a caracterização das patologias e o levantamento digital de todo o mosteiro é uma tarefa que vai ser cumprida.

“Não temos necessidade de monitorizar tudo. À medida que o trabalho de inspeção vai sendo feito, vão ser identificados pontos críticos e esses pontos críticos depois vão sendo monitorizados”, acrescentou.

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha (Leiria), resultou do cumprimento de uma promessa feita pelo rei D. João I, em agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, travada em 14 de agosto de 1385, que lhe assegurou o trono e garantiu a independência de Portugal.

O monumento é Património Mundial da Unesco — Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Banda Os Quatro e Meia atua no fim de ano da Figueira da Foz

A festa de Fim de Ano na Figueira da Foz vai contar com o habitual espetáculo de fogo de artifício e a atuação da banda Os Quatro e Meia, na avenida 25 de Abril.

O programa deste ano inclui duas noites com espetáculos musicais, além do lançamento do já tradicional fogo de artifício no areal urbano e nas localidades do concelho com praia.

O presidente do município da Figueira da Foz considera que o evento “tem um grande cartaz” e é “fundamental” para o comércio e restauração da cidade.

“Estes eventos dão de comer a muita gente, não são gastos ou festarolas”, salientou o autarca, que garantiu um programa sem ultrapassar o investimento em relação a outros anos, “o que com o aumento dos custos não é fácil”.

Na última noite do ano, antes da atuação de Os Quatro e Meia, agendada para as 00:30, sobe ao palco, a partir das 22:30, a banda Bafo e João Peneda. A festa prolonga-se pela madrugada com a atuação do grupo Timberland e dj.

A animação na Figueira da Foz (distrito de Coimbra) começa no dia 30, às 22:30, com a atuação da banda Contratempo, seguindo-se, uma hora depois, um concerto da cantora Bárbara Bandeira.

DGArtes. Concursos de apoio a projetos abrem “muito brevemente”

Os concursos de apoio a projetos da Direção-Geral das Artes (DGArtes), que deveriam ter aberto em outubro, irão abrir “muito brevemente”, afirmou hoje o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Questionado pela agência Lusa, à margem do anúncio da escolha portuguesa para Capital Europeia da Cultura 2027, em Lisboa, o ministro lembrou que “é preciso que encerrem os concursos de apoios sustentados, o prazo de audiência de interessados”.

“Só terminado esse prazo é que é possível abrir. Não falta assim tanto tempo”, disse Pedro Adão e Silva.

A declaração anual da DGArtes previa que cinco dos sete concursos de apoio a projetos abrissem em outubro. Os dois restantes, que deveriam ter aberto em agosto e em setembro, já abriram.

A DGArtes divulgou em novembro os resultados provisórios dos seis concursos de apoio sustentado às artes, nas modalidades bienal (2023-2024) e quadrienal (2023-2026). Seguiu-se depois um período de audiência de interessados, cujos prazos variam consoante a data em que foram divulgados os resultados.

Entretanto, este mês já foram divulgados os resultados finais do concurso na área da Dança.

Os resultados foram contestados por várias associações representativas do setor da Cultura, tendo dado origem a vários apelos ao ministro da Cultura e a abaixo-assinados.

No final de novembro, estruturas representativas do setor da Cultura, no qual exigiam “equidade” do reforço entre as modalidades quadrienais e bienais dos concursos para os anos 2023-2026, reivindicaram a “abertura dos concursos de apoio a projetos”.

Lembrando que passava “quase um mês da data prevista para a abertura dos [concursos de] Apoios a Projeto, determinada pela própria DGArtes e divulgado na sua Declaração Anual”, as estruturas pediam a sua abertura, salientando que “este atraso é grave” e que “não existe qualquer justificação” para que aconteça, “tendo as questões de várias estruturas à DGArtes sobre a abertura destes apoios, tido como resposta que se aguarda indicação superior”.

O comunicado foi assinado pela Plateia – Associação de Profissionais da Artes Cénicas, a Rede – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, a riZoma — Plataforma de Intervenção e Investigação para a Criação Musical, a AAVP – Associação de Artistas Visuais em Portugal, o Cena – STE – Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos, e a Ação Cooperativista – Grupo informal de apoio a Profissionais da Cultura e das Artes.

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