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Universidade de Coimbra vai receber 5 milhões de euros para reforço da investigação científica em neurociência cognitiva e nas ciências biomédicas

Dois investigadores da Universidade de Coimbra (UC), Jorge Almeida, docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUC) e diretor do Proaction Lab, e Paulo Oliveira, investigador e vice-presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC), conquistaram 5 milhões de euros (cerca de 2,5 milhões para cada projeto financiado) para potenciar e otimizar a investigação na Universidade de Coimbra nos domínios da neurociência cognitiva e das ciências biomédicas.

O financiamento vai permitir, ao longo de cinco anos, potenciar estas áreas de investigação na UC. Os projetos são financiados no âmbito das ERA Chair Actions, mecanismo de financiamento da Comissão Europeia que apoia universidades e centros de investigação para que possam atrair e manter recursos humanos qualificados e, em simultâneo, potenciar a investigação de excelência nos seus domínios de atuação.

Jorge Almeida vai coordenar a ERA Chair “CogBooster”, que tem por objetivo central «criar e sustentar um grupo de investigação extremamente forte na área da Neurociência Cognitiva, que deverá também apoiar a investigação aplicada feita atualmente na FPCEUC, enquadrando a inovação nela desenvolvida numa ciência fundamental forte. A Neurociência Cognitiva é uma área de ciência básica (ou seja, não aplicada) que estuda como processos cognitivos, sociais e emocionais são implementados no cérebro», explica o docente e investigador da UC.

«Desde a última década do século passado, esta é uma das áreas mais centrais nos melhores Departamentos/Faculdades de Psicologia da Europa e do mundo. Especificamente, pelo menos 40% das pessoas nestes departamentos dedicam-se à investigação e docência na área da Neurociência Cognitiva. A percentagem de docentes e comunidade de investigação afetos a esta área disciplinar nas Faculdades de Psicologia em Portugal situa-se, em média, nos 12%, isto num contexto com mais de 80% de docentes afetos a áreas aplicadas da Psicologia, nomeadamente à área da saúde mental, o que não se  passa nos departamentos ou faculdades de Psicologia que são referência mundial», contextualiza Jorge Almeida. Neste contexto, a ERA Chair “CogBooster” pretende vir a «ter um efeito transformativo no reforço da investigação científica em Neurociência Cognitiva em Portugal, tanto ao nível académico, como ao nível societal, tornando-a mais próxima dos exemplos dos melhores departamentos de psicologia europeus e mundiais», acrescenta.

Este projeto vai ter como líder (o “ERA Chair Holder”) Alfonso Caramazza, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América, «um dos investigadores mais respeitados e citados no campo da Psicologia e Ciência Cognitiva, que publicou mais de 450 artigos e capítulos de livros, tendo sido agraciado com inúmeros prémios e distinções, que tem vindo a contribuir, de forma central, para o desenvolvimento da Neurociência Cognitiva e da Psicologia, nomeadamente das áreas psicolinguística, da memória semântica, das representações mentais e da sua organização no cérebro, e no estudo de pacientes com lesões neuronais», destaca Jorge Almeida. O “ERA Chair Holder” vai liderar a equipa do projeto “CogBooster” e coordenar os esforços de investigação e de disseminação, de modo a reforçar a área da neurociência cognitiva na Universidade de Coimbra.

O grupo de investigação vai integrar atuais docentes e investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, nomeadamente, Maria Paula Paixão, Leonor Pais e Óscar Gonçalves, além de Jorge Almeida. Futuramente, vai permitir a contratação de uma equipa alargada de investigação e docentes.

O projeto “EXCELScIOR” foi igualmente financiado como ERA Chair na Universidade de Coimbra. Coordenado por Paulo Oliveira, investigador e vice-presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), tem por objetivo «alavancar a excelência científica e o potencial de inovação da Universidade de Coimbra, começando pelas Ciências Biomédicas, através do desenvolvimento da área ciência da ciência (também conhecida por meta-ciência ou meta-investigação)», explica o coordenador.

«A meta-investigação é a área científica que estuda a própria ciência, procurando aumentar a qualidade da investigação científica, ao mesmo tempo que reduz o desperdício de recursos em trabalhos que não são válidos ou que não são reproduzíveis. O conceito traduz-se na otimização de elementos-chave do processo científico, como métodos, relatórios, divulgação e reprodutibilidade. A meta-ciência passa ainda pela otimização da partilha de dados e de resultados, pela melhoria do uso de métodos (estatísticos, laboratoriais, computacionais e clínicos), pela criação de uma avaliação de investigação e cultura de recompensa alinhadas com uma produção científica confiável e promovendo a Ciência Aberta», elucida o investigador da UC.

O “ERA Chair Holder” deste projeto é John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, «uma das autoridades máximas a nível mundial em meta-investigação, sendo um dos investigadores mais influentes e citados em todo o mundo», destaca Paulo Oliveira. Ainda segundo o investigador, «o professor Ioannidis irá liderar na UC um grupo de investigação de topo mundial a contratar e que, com a participação de diversos membros da comunidade da UC, venha a potenciar a ciência de excelência e implementar mudanças estruturais profundas, de modo a que a instituição atinja a excelência naquela área de uma forma sustentada». O investigador destaca ainda o contributo crítico de Elsa Henriques, coordenadora do gabinete de projetos do CNC-UC, não só para o sucesso da proposta, mas na futura implementação do projeto na UC.

Paulo Oliveira acrescenta que «pretende-se ainda que esta área venha a ter impacto na investigação desenvolvida por outros grupos do Laboratório Associado CIBB– Center for Innovative Biomedicine and Biotechnology, que integra o CNC-UC e o iCBR, Coimbra Institute for Clinical Biomedical Research – reforçando a maior reprodutibilidade e um menor viés na implementação de protocolos experimentais. Ao mesmo tempo, será estimulada a partilha de dados de investigação em modo aberto, para que assim a investigação tenha maior alcance e impacto na sociedade».

Anadia o município dá a conhecer novos incentivos e beneficios fiscais para empresas e bolsas de jovens

O Curia Tecnoparque, em Tamengos, acolheu, no passado dia 7 de dezembro, uma sessão de esclarecimento sobre o “Orçamento de Estado 2023”, promovida pelo Município de Anadia, no âmbito do “Invest Anadia”, em parceria com a PricewaterhouseCoopers (PWC) e com a colaboração da Associação Comercial e Industrial da Bairrada (ACIB) e da Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA). A iniciativa, dirigida a todo o tecido empresarial do concelho e ao público em geral, contou com a presença de mais de quatro dezenas de participantes.

O Município aproveitou o momento para dar a conhecer os novos Regulamentos Municipais de Incentivos e Benefícios Fiscais e de Bolsas direcionados para o tecido empresarial concelhio e para os jovens. O novo documento de Incentivos e Benefícios Fiscais prevê apoios de vária índole, nomeadamente ao investimento, isenções de taxas e redução da derrama, incentivos à reabilitação urbana, benefícios às famílias e ao associativismo, bem como apoios financeiros. O objetivo destas medidas é fomentar o desenvolvimento do concelho, tornando-o mais atrativo para os investidores, potenciando assim o investimento, criando mais empresas e postos de trabalho.

O Regulamento Municipal de Bolsas prevê três tipos de apoios, designadamente a Bolsa de Emprego Qualificado, de Estágios em Empresas e de Doutoramento. As Bolsas são um importante instrumento para potenciar a empregabilidade de jovens e a fixação de população, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento local, assim como para o progresso e valorização do tecido económico.

Relativamente ao Orçamento de Estado para 2023, foram dadas a conhecer as principais medidas constantes naquele documento, com realce para os impostos sobre o rendimento das pessoas coletivas e singulares (IRC e IRS), assim como para os benefícios fiscais e outros impostos e contribuições. Os instrumentos de Negociação Coletiva é outro dos temas em análise.

Na ocasião, a presidente da Câmara Municipal de Anadia, Maria Teresa Cardoso, deixou um agradecimento à empresa PWC pela disponibilidade que demonstrou na organização desta iniciativa que tem como principal intuito “ajudar a esclarecer as novidades e alterações contidas no Orçamento de Estado para o próximo ano”.

Maria Teresa Cardoso sublinhou que “o Orçamento de Estado é sempre uma grande preocupação, face às transferências financeiras que ficam sempre aquém das nossas necessidades”, acrescentando que “é um documento que nos causa sempre alguma angústia, tendo em conta as transferências de competências e de maiores responsabilidades para os municípios”.

Carrinha de distribuição de tabaco assaltada por quatro pessoas em Santarém

A PJ está a investigar um assalto a uma carrinha de distribuição de tabaco da empresa SDT, na Chamusca, ocorrido esta segunda-feira de manhã na Póvoa da Isenta, em Santarém.

O condutor foi surpreendido por quatro indivíduos durante uma paragem no Vale de Santarém, e obrigado a conduzir a viatura para uma estrada de terra batida junto ao cemitério da Póvoa da Isenta, sob ameaça de arma de fogo. Não foi furtado tabaco, apenas o dinheiro que a vítima tinha consigo. Tendo em conta que a situação envolveu um sequestro sob ameaça de arma de fogo, a investigação passou para a PJ.

Câmara de Lisboa emite alerta vermelho em consequência de mau tempo

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) emitiu esta madrugada alerta vermelho em consequência do mau tempo e apelou à população para evitar saídas de casa.

“Em consequência do mau tempo que se faz sentir, a cidade encontra-se com várias limitações de mobilidade. Para a segurança de todos, a #CML apela a que fique em casa e evite deslocações”, escreveu a CML num comunicado enviado à agência Lusa.

De acordo com o email recebido pela Lusa pouco depois das 06:00, registaram-se na cidade 181 ocorrências, sendo que 59 permanecem ativas.

Há várias vias rodoviárias intransitáveis: Os túneis do Campo Pequeno e do Campo Grande, Avenida João XXI, Avenida de Berlim, Eixo Norte-Sul, 2.ª Circular (sentido Lisboa Norte), Radial de Benfica, Avenida Infante D. Henrique junto ao Túnel Batista Russo, Avenida de Berna, Avenida Calouste Gulbenkian, todos os acessos à Praça de Espanha, Avenida de Ceuta (Alfredo Bensaúde, estrada do Peneda) e junto ao acesso à ponte 25 de abril, Alcântara (vários locais), cruzamento Gago Coutinho com Avenida dos EUA, Praça de Sete Rios, Avenida de Santo Condestável e Avenida 24 de Julho até Belém.

Entre as recomendações da autarquia ficou ainda um apelo “a todos os que possam” para não “entrarem na cidade de forma a atenuar os eventuais constrangimentos”.

Os agentes de Proteção Civil, diferentes serviços operacionais do município e das juntas de freguesia, “continuam em prontidão para uma resposta rápida e eficiente à cidade”, continuou.

Estradas cortadas em Abrantes, Constância, Golegã, Almeirim, Santarém e Coruche

A informação foi apurada pela TVC há, nesta altura, sete estradas cortadas por inundações. Está em causa a Nacional 118, nos troços compreendidos entre Concavada e Abrantes e ainda em Santa Margarida, já no concelho de Constância. Registo, ainda, para as submersões da Estrada dos Lázaros, na Golegã; da Nacional 251, entre Couço e Coruche; para além da Municipal entre Vale de Figueira e Santarém.

Nota, ainda, para a circulação impedida na Estrada Nacional 119, no cruzamento para Santo Estêvão, concelho de Benavente, assim como para a Estrada Nacional 114, em Almeirim. Quanto a outras ocorrências relacionadas com inundações, as forças de proteção civil foram chamadas a Santa Margarida da Coutada, em Constância; a São Pedro, no concelho de Alcanena, e à Ribeira das Boas Eiras, em Mação.

Coordenador da Misericórdia de Leiria absolvido no processo das vacinas

O Tribunal de Leiria absolveu o coordenador-geral da Misericórdia de Leiria do crime de falsas declarações, por não se provar que indicou indevidamente o nome de familiares do provedor para a vacinação contra a Covid-19.

A juíza do tribunal singular de Leiria considerou que não se provou que tenha sido o arguido Diogo Batalha a chamar a mulher, o filho e o enteado do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Leiria para serem vacinados contra a Covid-19, apesar de não serem elegíveis à data para a imunização, lê-se na sentença proferida na quarta-feira, a que a agência Lusa teve acesso.

Na fundamentação da decisão da matéria de facto, lê-se que a mulher do provedor, Leonor Poço, testemunhou ao tribunal ter recebido uma chamada da Santa Casa da Misericórdia de Leiria, “de uma voz feminina”.

“O Tribunal fundou a sua convicção na análise crítica do conjunto da prova produzida e examinada em audiência (…) mormente, da análise da prova documental junta aos autos, conjugada com a apreciação crítica das declarações prestadas pela arguida e pelas testemunhas ouvidas em audiência”, referiu a juíza na sentença.

Para a magistrada, não ficou provado que “o arguido tenha querido agradar ao dirigente máximo da sua entidade patronal, o provedor Carlos Poço, sabedor da importância que este dava à vacinação”.

“Não conseguimos concluir, para além da dúvida razoável, que o domínio do facto quanto à decisão tomada de que as doses sobrantes do frasco de vacinação em causa seriam concretamente destinadas à vacinação dos familiares do senhor provedor”, refere-se na sentença, que também salienta que numa “dúvida razoável” “faz-se operar o princípio ‘in dubio pro reo’, dando como não provados os respetivos factos”.

Por outro lado, escreveu a juíza, “se a intenção do arguido fosse a alegada na acusação (agradar ao senhor provedor da instituição de que era trabalhador/”administrador”), de acordo com as regras de experiência comum, até seria normal que fosse ele próprio a alertar o senhor provedor ou a família do mesmo para tanto, o que não ocorreu (tendo sido uma voz feminina quem o fez)”.

Acresce referir que “outros trabalhadores da mesma instituição tiveram intervenção nos factos”.

Diogo Batalha foi acusado pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Coimbra da prática de um crime de falsas declarações, em novembro de 2021.

De acordo com a acusação, o arguido – que foi indicado com a função de administrador hospitalar, mas que esclareceu ser coordenador-geral, – “prestou informação falsa à equipa de enfermagem, ao afirmar que havia funcionários daquela Instituição Particular de Solidariedade Social para vacinação não incluídos na listagem inicial”, no dia 19 de janeiro de 2021.

Para o MP, “esta conduta levou a que fosse aberto um frasco suplementar e inoculadas pessoas não prioritárias e sem qualquer critério de elegibilidade para a fase de vacinação em curso”.

Durante o julgamento, foi provado que não foi aberto um frasco adicional. “A certa altura do ato vacinal, a equipa de vacinação confrontou-se com a circunstância de ter de vacinar uma médica por indicação da delegada de saúde e coordenadora da vacinação e de haver ainda um funcionário da ERPI por vacinar, equacionando não abrir o último frasco”, evitando o “desperdício das quatro restantes doses”.

O arguido garantiu que encontraria as pessoas que faltavam. Uma delas foi o próprio, que a enfermeira admitiu que não a chocou porque era funcionário e Diogo Batalha pediu a uma funcionária para “arranjar” outras três.

Ministério afirma que escolas têm autonomia para decidir abrir ou não

Mau tempo está a provocar o caos em Lisboa. Autoridades apelam à população que fique em casa.

O ministério da Educação afirmou, esta terça-feira, que as escolas têm autonomia para decidir se encerram ou não, perante as inundações que estão a provocar o caos em Lisboa.

À  Renascença, fonte do gabinete de João Costa assegurou que o ministério está a acompanhar a situação. Para já não há qualquer indicação para o encerramento generalizado das escolas.

Apesar disso, também segundo esta estação de rádio, há já várias escolas com as portas fechadas. É o caso do Liceu Camões e da Escola Secundária Filipa de Lencastre, assim como a Escola das Laranjeiras, em São Domingos de Benfica, a Escola Pedro Santarém, em Benfica, a Escola Victor Palla e a Escola Luisa de Gusmão, do Agrupamento Nuno Gonçalves.

O empresário Fernando Tavares Pereira dá uma entrevista polémica ao Correio da Beira Serra.

“Gastar milhões numa zona industrial que vai ficar curta, pequena e sem acessos dignos é estragar o dinheiro da população de Oliveira do Hospital”

Fernando Tavares Pereira lembra que o interior do país continua a perder população e acusa os autarcas de não reclamarem para o território as infra-estruturas que lhe são devidas…

O empresário Fernando Tavares Pereira não se conforma com a derrapagem do prazo das obras na zona industrial de Oliveira do Hospital. “Temos uma zona industrial sem acessibilidades e que, lamentavelmente, anda em obras há praticamente dois anos”, refere em entrevista ao CBS, sublinhando ainda que esta intervenção esteja a prejudicar as empresas e não comtemple os acessos necessários.  “Gastar estes milhões numa zona industrial que vai ficar, curta, pequena e sem acessos dignos é estragar o dinheiro da população de Oliveira do Hospital”, diz. Fernando Tavares Pereira volta ainda a acusar os políticos da região de não reivindicarem as infra-estruturas prometidas para a região, mas “que não saem do papel”.

CBS- Tem sido critico em relação às obras da zona industrial de Oliveira do Hospital. Porquê?

Fernando Tavares Pereira – É inaceitável que as obras se prolonguem por dois anos e que não contemplem aspectos importantes como as acessibilidades. Mas todo o Interior anda perdido ao nível da política e das responsabilidades, embora existam uns concelhos melhores que os outros. O concelho de Arganil, por exemplo, antes de colocar empresas na zona industrial criou as infra-estruturas necessárias. Fez acessibilidades em condições. Isso foi esquecido no concelho de Oliveira do Hospital. Como se ficou pelo papel a zona industrial prevista para Nogueira do Cravo. Agora temos uma zona industrial sem acessibilidades e que, lamentavelmente, anda em obras há praticamente dois anos. É inacreditável.

As empresas que se encontram naquela zona estão a ressentir-se com as obras?

Quem lá está a trabalhar, como é o nosso caso, sofre com as dificuldades que as obras estão a causar. Em minha opinião, foi tudo feito levianamente. Antes de se começar um projecto tem de se pensar no que se quer fazer. Depois deve-se criar condições para que as empresas que lá estão instaladas possam continuar a laborar sem dificuldade. Não é isso que se verifica. No centro de inspecções temos perdido alguns clientes. Os acessos que lá estão são uma vergonha e andam à volta daquilo, repito, há dois anos.

Houve ausência de planificação por parte da autarquia?

Parece-me óbvio. Como é que se pode andar dois anos em obras numa zona industrial como aquela? Só demonstra que não há programação, não há dinâmica, não há vontade…. Enfim, não há nada. Quem tem lá empresas, como eu tenho, obviamente que se sente prejudicado. Tudo aquilo, além dos prejuízos directos, passa uma má imagem do concelho. E tudo porque não existiu uma planificação decente, nem respeito por quem lá está. Gastar estes milhões numa zona industrial que vai ficar curta, pequena e sem acessos dignos é estragar dinheiro da população de Oliveira do Hospital.

As responsabilidades devem ser atribuídas apenas ao actual presidente?

Não. O descontrolo já vinha do seu antecessor. E digo isto, não por o ter o actual presidente como amigo, mas porque é a realidade. Apanhou com o processo em andamento. As pessoas deviam ter conhecimento antes de ir para a política. Se fosse assim as coisas eram diferentes. Mas impera a ignorância e, como eles têm o seu vencimento garantido, está tudo bem. Na zona industrial estão a gastar uns milhões de euros sem terem construído acessibilidades. Isso é um erro. Há muito que defendo um acesso em condições, uma via de quatro faixas para aquele local a partir da Catraia de São Paio ou de outro ponto. Era fundamental.

Quando prevê que as obras na zona industrial estejam concluídas?

Não faço ideia. Mas tenho a certeza que aquilo está a demorar tempo a mais e que as obras estão a prejudicar as empresas. Quando se começa uma obra deve saber-se quando vai terminar. Não é o que se passa aqui.

Quem é o responsável?

A Câmara Municipal é que deixou chegar as obras ao actual estado. Se o empreiteiro não cumpre, há que

imputar-lhe as responsabilidades. Mas é a autarquia que tem de responder perante as empresas que se encontram ali instaladas e que estão a ser prejudicadas. Pelo menos, podia pedir desculpa. Mas nem isso.

Falou da zona industrial, mas existem outras empreitadas do município que estão com atrasos elevados?

Não conheço os projectos e os contratos. Se existem prazos, estes têm de ser cumpridos ou tem de existir uma explicação válida a justificar o atraso. Tem de se responsabilizar quem não cumpriu. O povo é que não pode pagar pela culpa de outros. Se quem está à frente do município não tem capacidade para cumprir as obrigações para com quem o elegeu, então que coloque o lugar à disposição e convoque eleições.

Muitos autarcas da região estão acomodados e por vezes perdem o sentido democrata…”

Há quem o critique por falar de Oliveira do Hospital, quando é de Tábua e foi mesmo candidato a essa Câmara Municipal…

Normalmente quem diz isso nunca fez nada por Oliveira do Hospital. Para quem não sabe, tenho em Oliveira do Hospital mais de cem funcionários. Sempre investi lá. Além disso, não só lá tenho empresas, como ajudei muitas firmas a nascer naquele concelho. E só não investi mais porque os presidentes de Câmara não quiseram que eu investisse. Impediram-me de concretizar os projectos que até já estavam aprovados pela CCDR e outras entidades. A sorte de Oliveira do Hospital é ter dos melhores empresários do país. Dos mais resilientes. Pessoas que, contra todas as dificuldades, continuam a manter as suas empresas a laborar.

Continua a reclamar acessos e a acusar os autarcas de não exigirem as vias rodoviárias que estão previstas para a região…

Depois de tanta mentira, já nem vou por aí. Vamos tentar colocar a funcionar, se ainda estiver activo, o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial do Interior e Beiras (NDEIB), para fazer chegar a indignação do povo das Beiras ao Governo. Acho que o poder central também não investe na região porque ninguém exerce pressão sobre eles. Espero que os empresários se juntem para podermos reivindicar os direitos que são devidos à região. Estou convicto que um dos problemas é também a ausência de exigência. Não podemos estar à espera dos autarcas e dos políticos locais. Grande parte deles está acomodada. Os empresários devem unir-se. Se estivermos todos juntos, o respeito é outro. Mesmo por parte do Governo.

Os autarcas não estão a desempenhar o cargo como deveriam?

Não tenho grandes dúvidas sobre isso. O PIB da região está a cair a cada dia que passa e os políticos que se encontram em Lisboa não se preocupam. Para eles quanto pior melhor. Menos peso temos, quer em termos de investimento, quer empresarial e demográfico. Muitos autarcas da região estão acomodados e por vezes perdem o sentido democrático. Em Oliveira do Hospital, por exemplo, segue-se o lema de quem não é por mim é contra mim. Quando assim acontece não há democracia. E esta ausência de colaboração com os empresários é transversal praticamente a todos os concelhos do Norte da Serra da Estrela. Não reclamam as acessibilidades que merecemos por direito, como o IC6, o IC7 e o 37. Sem esses acessos quem é vem para cá investir?  Não estão no orçamento e não vejo ninguém indignado com isso. Porque é que nos mentem? Será que nós não somos portugueses? Por vezes chego a pensar que não.

A população está adormecida, porque, principalmente nos concelhos mais pequenos, há sempre alguém de uma família que está dependente da Câmara Municipal…

Os autarcas são eleitos pelos munícipes…

Claro. E nisso também tenho a minha parte de culpa ao apoiar um determinado candidato. Acho que a escolha de um presidente de Câmara deveria ter em conta o conhecimento que ele tem das causas e a sua disposição para se bater por elas. Mas, demasiadas vezes, escolhemos por simpatia. Pela forma de estar com o povo. Isso só não chega. Fui enganado como muitos oliveirenses. Apoiei um indivíduo que disse que se demitia se não fossem construídas as vias há muito prometidas e depois, apesar de nada ter sido feito, manteve-se no cargo. Perante isto, está tudo dito. O Norte da Serra da Estrela tem sido uma vergonha em termos de políticos. Deixam fugir tudo e o povo é que fica prejudicado. Oliveira do Hospital, por exemplo, chegou a ser uma cidade, hoje é uma necessidade. Não tem acessibilidades, não tem saúde, justiça…

Se as coisas estão nesses moldes, a população não deveria reclamar mais?

A população está adormecida, porque, principalmente nos concelhos mais pequenos. Há sempre alguém de uma família que está dependente da Câmara Municipal. E não podem falar, caso contrário são perseguidos. Falo por experiência própria. Comecei do nada, como muito dos meus colegas. E tenho pena que quando as coisas estão mal ninguém diga nada. Se mantivermos esta inércia as coisas ficam mal para os empresários, para os trabalhadores e para a região. Não havendo trabalho não há desenvolvimento.

Existe uma subsidiodependência a nível nacional em que o Estado paga para que haja pessoas a não fazer nada. O país não pode ser isto. Vejo pessoas a passarem tempo Programas Ocupacionais (POC), tirar cursos apenas para receberem o subsídio e que depois não lhes serve de nada. É só estragar dinheiro. A aposta devia passar por escolas profissionais a fim de promover cursos de acordo com as aptidões das pessoas e da necessidade das empresas. Mas isso não dá votos. Dá trabalho.

Concorda com a transferências de competência para os municípios?

Não. Estou em crer que, principalmente nos concelhos pequenos do interior, vai ser dramático. As Câmaras já estão mal financeiramente. Já recebem pouco e com isto vão ter ainda menos capacidade para investir. Vamos assistir ao fim de mais aldeias, só para manterem aquilo que deveria ser suportado pelo Estado. Quando começar a faltar o dinheiro como é que se desenvolve o ensino e a saúde destes concelhos pequenos? Delegação de competências e transferência de menos capital? Não me parece que possa funcionar. Se fosse presidente de Câmara não assinava, tal como não assinou Rui Moreira da Câmara Municipal do Porto. Se houvesse muitos a tomar a mesma posição, as coisas seriam diferentes. Coesão assim? Não.

Fonte: Correio da Beira Serra

Oficial: Depois de deixar Estoril, Thiago Rodrigues reforça Arouca

Acordo formalizado esta segunda-feira.

O Arouca oficializou, esta segunda-feira, a contratação de Thiago Rodrigues para a baliza da equipa orientada por Armando Evangelista.

Sensivelmente dois meses depois de ter rescindido com o Estoril, o guardião brasileiro vai agora prosseguir carreira na I Liga, porém, a duração do contrato não foi anunciada.

Recorde-se que Thiago Rodrigues fez formação no Flamengo e, antes de chegar ao Estoril em 2019, passou também pelo América Mineiro.

Pelos canarinhos, o guardião de 26 anos realizou um total de 27 jogos, 14 dos quais na última temporada.

Constituída arguida após furtar carteira de idoso em centro comercial

Uma outra mulher foi constituída arguida por furtar 300 euros do interior de um veículo, em Moimenta da Beira.

Duas mulheres, com 50 e 54 anos, foram constituídas arguidas, na passada sexta-feira, pelo crime de furto, no concelho de Moimenta da Beira, revelou a Guarda Nacional Republicana (GNR).

Em comunicado, enviado esta segunda-feira às redações, a autoridade revelou que as mulheres foram constituídas arguidas no âmbito de duas investigações por furto. 

No primeiro caso, os militares apuraram que a “suspeita furtou a carteira a um idoso que se encontrava a efetuar compras numa superfície comercial”. Foi então possível apurar a identidade da suspeita, de 50 anos, e recuperar os 160 euros furtados.

No segundo, os militares “levaram a cabo diligências policiais que permitiram apurar que a mulher de 54 anos tinha furtado uma carteira do interior de um veículo, com recurso a chaves falsas”. Durante a ação policial, foi possível recuperar 300 euros em numerário.

Os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Moimenta da Beira.

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